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Comentando o Primetime Emmy Awards 2011

publicado em:19/09/11 10:49 PM por: Kamila Azevedo Prêmios

A 63ª edição do Primetime Emmy Awards aconteceu na noite de ontem, no Nokia Theatre, em Los Angeles. O prêmio, que é outorgado pela Academia de Artes e Ciências Televisivas (ATAS), celebrou aquilo que de melhor foi produzido no horário nobre da televisão norte-americana na temporada 2010-2011. No balanço geral da premiação, pode ser constatado o domínio da HBO, com 19 prêmios ao todo. Entre as redes abertas, a CBS foi a que conquistou mais Emmys: 11 ao total, impulsionada pelo sucesso de programas como “The Big Bang Theory”, “Mike & Molly” e “The Good Wife”.

Na estrutura de seu telecast, o Primetime Emmy Awards 2011 manteve o mesmo formato do show do ano anterior, com a divisão do programa em blocos, nos quais eram anunciados os vencedores nas categorias de séries de comédia, séries dramáticas, programas de variedades e telefilmes e minisséries – com os prêmios mais importantes da noite (Best Comedy Series, Best Drama Series e Best Miniseries or Movies) sendo entregues no último bloco da noite. Se a impressão, na teoria, que esta divisão dá é a de que a emoção do anúncio dos prêmios é diminuída, a mesma não se confirma na prática, uma vez que pode ser notado nos diversos comentários sobre o Emmy 2011 a tensão para a descoberta dos vencedores em categorias como Best Actor in a Comedy Series, Best Supporting Actor in a Drama Series, Best Actress in a Drama Series, Best Actor in a Drama Series, dentre outras.

A tensão também era palpável no próprio Nokia Theatre, especialmente na frustração vista no rosto de perdedores como Steve Carell e Jon Hamm; na alegria da vencedora Melissa McCarthy, a qual foi corroborada pelas suas colegas de categoria naquele que foi um dos melhores momentos da noite; nos pulinhos de alívio de Kate Winslet quando seu nome foi anunciado como ganhadora; na generosidade do discurso de Peter Dinklage, que incluiu seus colegas indicados nos agradecimentos (uma vez que Best Actor in a Drama Series era uma das disputas mais equilibradas da noite, com todos os indicados tendo chances reais de vencer) e na emoção que tomou conta de belos discursos como os oferecidos por Margo Martindale, Julie Bowen, Ty Burrell e Kyle Chandler.

Uma das características mais particulares do Primetime Emmy Awards é que esta é uma premiação cujos indicados, na sua grande maioria, são programas recorrentes, que recebem indicações ano após ano. Por isso mesmo, a repetição constante de vencedores como “The Daily Show With Jon Stewart” e “Mad Men” (em sua quarta vitória consecutiva na categoria de Best Drama Series, igualando o feito de outros programas como “The West Wing”). Se, por acaso, isso não acontece, a ATAS tem a chance de reparar erros cometidos anteriormente, como, por exemplo, aconteceu na noite de ontem, com os prêmios conquistados por “Friday Night Lights”, cuja quinta – e última – temporada foi ao ar recentemente. Ao mesmo tempo, este é um sistema que não funciona, uma vez que a ATAS não consegue premiar alguém extremamente merecedor como Steve Carell, que deixa “The Office” sem nenhum Emmy – o que chega a ser um verdadeiro absurdo.

Por causa disso, as grandes questões que o Primetime Emmy Awards deve responder nos próximos anos é se programas como “Modern Family” continuarão a sua boa fase criativa e será um daqueles shows que poderá render Emmys para cada um dos atores do elenco principal (para este efeito, falamos do elenco de adultos do seriado – Eric Stonestreet, Julie Bowen e Ty Burrell já possuem seus Emmys; faltando os prêmios para Ed O’Neill, Jesse Tyler Ferguson e Sofia Vergara); se um programa com a excelência de “Mad Men” conseguirá transpor a barreira e, finalmente, ganhar um Emmy para algum dos membros de seu elenco principal; se o predomínio das redes pagas continuará em detrimento dos programas das redes abertas; se a vitória de Melissa McCarthy disfarça uma intenção dos votantes da ATAS de querer premiar atuações que tenham um viés cômico mais tradicional, ao invés do reconhecimento às atrizes vindas dos chamados “dramedies”, etc.

Em relação à premiação em si, pouco a se ajustar. O programa de ontem teve momentos de puro entretenimento, uma apresentadora que cumpriu bem seu papel de mestre de cerimônias, um lindo segmento de “In Memoriam” e um ritmo deveras ágil para um show de premiação cuja duração foi de três horas. Uma sugestão ao produtor Mark Burnett: se livrar do EmmyTone (um coral que NÃO funcionou, foi constrangedor e pouco acrescentou ao show em si) e tentar colocar mais, nos próximos anos, daqueles filmetes feitos entrelaçando programas – o que colocou diversos personagens em “The Office” foi, simplesmente, sensacional e o do início do show, com Jane Lynch em “Mad Men” também foi muito criativo.

Que venha, agora, o resto da Award Season 2011-2012.



Jornalista e Publicitária


Comentários


Não assisti a premiação: incluíram Andy Whitfield no In Memorian? Até hoje estou em choque pela morte dele, não cai a ficha.

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Pedro, não me lembro de ter visto o Whitfield no segmento do In Memoriam.

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Oi Pedro e Kamila! Incluíram sim o Whitfield no In Memoriam, o que achei super digno – considerando que o Oscar, por exemplo, nunca inclui nomes que nos deixaram pouco tempo antes da cerimônia.

Aqui o momento para quem não assistiu: http://youtu.be/Zxt9xNHpTQE

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Nossa, que bom que o incluíram… acho que o vídeo de In memoriam de premiações deve ser feito aos 46 do segundo tempo, pra não esquecer ninguém, que pode ter morrido até mesmo no dia anterior da premiação.

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Também adorei a premiação! Prêmios sendo entregues a merecedores e tudo muito bem manejado pela Lynch. Concordamos com o melhor momento da noite e também lembrei daquele ano que Kristin Chenoweth ganhou super emocionada com os óculos (só a Vanessa fazendo careta para não usar, heheh). Eu sou viciado em Mad Men e por isso não fico triste de saber que muitos anos ainda a trama sempre vai ter chances reais de ganhar.

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Pois é, Jon Hamm ainda não ter ganho um Emmy de melhor ator é absurdo. Acho até mais absurdo que Steve Carrel tb não ter ganho…
Bjs

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Não acompanhei, já que nem vejo séries… Mas te contar que foi divertido acompanhar os seus comentários pelo Twitter, rs

Abs.

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O mais legal do Emmy foi acompanhar a premiação com vocês no Twitter.

Ah, e justiça feita ao anão e a “Modern Family”.

Bjs!

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tudo é pauta, eu acho as duas situações absurdas. Beijos!

Raspante, que bom que gostou dos comentários! 🙂 Abraços!

Otavio, concordo contigo: acompanhar a premiação comentando com todo mundo no Twitter foi o MAIOR barato! 🙂 Beijos!

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Gostei da jane Lynch como coach, ainda que não tenha sido como o Neil Patrick Harris. Dos prêmios, achei justo Mad Men e Modern Family levarem novamente. A gente sabe que essas são mesmo as séries boas do momento que mais têm a cara da premiação, assim como Glle está para o Globo de Ouro. A única coisa que me deixou tipo “WTF?!” foi a vitória da Melissa McCarthy. A categoria foi bem apresentada, com as candidatas subindo todas ao palco como se fossem todas vencedoras, talvez o momento mais bonito da noite, mas quando Rob Lowe e Sofía Vergara anunciaram a atriz de Mike & Molly como campeã, fiquei meio achando que ainda era brincadeira. Como você bem pontuou aí, pode ser que tenha sido o jeito da ATAS mostrar que também sabe premiar o tipo de humor tradicional e, de certa forma, sendo bem otimista, foi uma coisa boa por diferenciar o Emmy das demais premiações. O fato é que Laura Linney era a que mais merecia ali por performance e por “comicidade” (não sei se existe essa palavra rsrs) eu ficaria com a Poehler. Fora isso, fiquei feliz com a premiação em geral, especialmente com a vitória do Peter Dinklage.

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É muito bom ver Kate Winslet GANHANDO prêmios. Chega de só indicações.

Beijos

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Alexsandro, eu gostei da Jane Lynch também! A vitória da Melissa McCarthy não era surpreendente para quem acompanhava o buzz da premiação. Ela estava bem cotada, pra ser bem sincera. Eu torcia por Laura Linney, mas acho que ela poderá ter mais chances no futuro por “The Big C”.

Brenno, será que alguém duvidava que a Kate iria ganhar por “Mildred Pierce”?? Isso era certo! Beijos!

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Acho que certos nomes no Emmy são destinados a NUNCA vencer, como Steve Carell, John Hamm, Hugh Laurie, Michael C. Hall, Rachel Griffiths, Neil Patrick Harris. E isso é uma pena, já que todos são muito talentosos!

Em relação aos prêmios, não me surpreendi com tantas surpresas, já que o Emmy nunca é previsível. Agora, achei de muito mal gosto a vitória da Melissa McCarthy. Esse ano era da Laura Linney, ou de qualquer outra – todas mais interessantes do que ela.

O que contou na vitória dela é o fato dessa confusão que está tendo ultimamente na categoria. Muitas atrizes de histórias essencialmente dramáticas concorrendo por comédia. Acho que o discurso da Edie Falco, ano passado, criticando isso fez os votantes repensarem as vencedoras…

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Matheus, talvez, infelizmente, você esteja certo sobre esses nomes citados. O que é uma pena mesmo, porque todos mereciam, de uma certa maneira. Eu também não me surpreendi com a quantidade de surpresas, porque isso é uma das características principais do Emmy. Os panels, especialmente de atuação, são imprevisíveis… Eu torcia pela Laura Linney, mas entendo a vitória da Melissa McCarthy, pra ser bem sincera. Você foi perfeito no último parágrafo de seu comentário e eu concordo com tudo.

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Mike & Molly é bom mesmo? Nunca tive paciência para assistir. Mas Modern Family é algo que devo corrigir em breve. E que venha logo a nova temporada de Dexter, colocando o personagem no eixo e nas próprias premiações também!

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Eu achei a cerimonia em si um FIASCO total, a apresentadora tão sem sal nem açucar. Quanto aos prêmios, achei lindo assistir a Winslet e o Chandler vencerem os prêmios, enquanto esperava ver o Carrell também ganhando … Hunf. Repmiar a mocinha de ‘Mike & Molly’ também achei um fiasco, sendo que TODAS as outras eram melhores. ‘Mad Men’ continuou seu reinado como já esperavamos e deve continuar o legado ano que vem … Ou não.

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Victor, nunca assisti a esta série, pra falar a verdade. “Modern Family” é sensacional e merece todos os prêmios.

Cleber, eu discordo sobre a cerimônia, uma vez que achei bem divertida e a Jane Lynch foi uma ótima mestre de cerimônias. Todas as outras indicadas em Melhor Atriz de Série de Comédia podem ser melhores que a Melissa, mas ela representa a comédia tradicional e isso é fortíssimo perante os votantes do Emmy.

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Ponto alto desta cerimônia foi a entrega do prêmio de melhor atriz a Melissa McCarthy. Um momento completamente inovador que serviu para quebrar um pouco essa maldita formalidade que toma conta das premiações. Sai também um pouco decepcionado com as outras premiações: esperava que Boardwalk Empire ou Game of Thrones levasse o prêmio de melhor série de drama. Cansei de ver Mad Men levando essa estatueta todos os anos. Quanto a comédia eu estava torcendo por Glee, The Big Bang Theory e Modern Family, sendo que esta última era a mais merecedora. Gostei do Scorsese ter levado o de melhor diretor, o trabalho dele em Boardwalk é muito bom. No mais, concordo contigo

Abraços!

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Clóvis, concordo que o anúncio de Melhor Atriz em Série de Comédia quebrou a formalidade que toma conta das premiações. Eu torcia por “Mad Men” e fique feliz pela série, pra ser bem sincera. Abraços!

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