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Amor a Toda Prova

publicado em:29/09/11 2:08 AM por: Kamila Azevedo Cinema

As comédias românticas são, por definição, aquilo que chamamos de “chick flick”. Ou seja, esse é aquele tipo de filme que lida com questões relacionadas ao amor e ao romance e que apelam diretamente ao público feminino. Talvez, por isso mesmo, a maioria das obras desse gênero possui o ponto de vista idealizado e romântico sobre o amor que é típico do olhar feminino sobre esse tema. Entretanto, “Amor a Toda Prova”, comédia romântica dirigida por Glenn Ficarra e John Requa, está aí para desafiar todos esses paradigmas.

Em primeiro lugar, o longa é narrado pelo ponto de vista masculino. Por meio dos três personagens masculinos mais importantes de “Amor a Toda Prova” – Cal Weaver (Steve Carell), Jacob (Ryan Gosling) e Robbie (Jonah Bobo) – temos o retrato de três tipos diferentes desse sentimento, que são diretamente correspondentes ao estágio de vida em que eles estão. Cal, que está na faixa dos quarenta anos, após ser surpreendido pelo pedido de divórcio de sua esposa Emily (Julianne Moore), tem que reorganizar-se por completo, se redescobrir e rever suas prioridades. Jacob, que está na faixa dos vinte anos, está naquele momento em que se preocupa com quantidade ao invés da qualidade (em outras palavras, ele prefere envolvimentos superficiais a ter que se dedicar a um relacionamento). Enquanto Robbie, que tem 13 anos, está naquela fase de descoberta do amor (o dele é não correspondido, diga-se de passagem), de achar que cada pessoa possui uma alma gêmea e que este sentimento é eterno.

O curioso, no entanto, em “Amor a Toda Prova”, é que o filme tira sua maior força do encontro entre estas três visões distintas, pois, por mais diferentes que Cal, Jacob e Ryan sejam, por mais infelizes que eles estejam nesses determinados momentos de suas vidas, eles possuem uma qualidade muito interessante: eles, quando decididos, quando conscientes daquilo que realmente querem, vão brigar por isso até o fim. Ao contrário do retrato que é feito das mulheres deste filme, as quais estão confusas, adotam comportamentos impulsivos e cometem erros bobos.

É justamente por desafiar os clichês, ao mesmo tempo em que os confirma (afinal, o que seria das comédias românticas sem eles?); por mostrar Ryan Gosling como o homem sexy que ele é; por confirmar a figura de Steve Carell como ator perfeito para interpretar homens com questões amorosas sensíveis (vide também “O Virgem de 40 Anos” e “Eu, Meu Irmão e Nossa Namorada”); e por mostrar que os homens possuem, sim, um coração por trás de toda aquela fachada dura que “Amor a Toda Prova” vale a pena. Este filme é a comédia romântica de 2011.

Cotação: 9,0

Amor a Toda Prova (Crazy, Stupid, Love, 2011)
Direção: Glenn Ficarra e John Requa
Roteiro: Dan Fogelman
Elenco: Steve Carell, Ryan Gosling, Julianne Moore, Emma Stone, Analeigh Tipton, Jonah Bobo, Joey King, Marisa Tomei, John Carroll Lynch, Kevin Bacon



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Comentários


Uma excelente surpresa de 2011. Me diverti bastante e, inclusive, fiquei emocionado várias vezes. Destaco, claro, o excelente trabalho de elenco, em especial do Steve Carell (que é um ator muito subestimado) e do Ryan Gosling. Eles, juntos, estão sensacionais!

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Matheus, concordo que esse filme é uma das surpresas de 2011. Eu não esperava MESMO que fosse tão bom! O elenco é um dos grandes destaques do filme, com certeza. 🙂

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otimo filme mesmo, muito divertido, leve, daqueles de sair com sorriso no canto da boca. Um dos melhores no cinema esse ano. Steve Carrell super bem, sem usar de caricaturas. Adorei, Otimo Texto! Para variar. Abração!

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Gostei muito da sua crítica.Você tem razão,a maioria das comedias romanticas foca no ponto de vista feminino e muitos filmes desse genero são um absoluto fracasso porque cai no clichê de que toda mulher sonha com um principe encantado(o que não é verdade,ou é? rss).Não é pouca coisa você citar a bela atuação de Steve Carell(uma vez que ele é um excelente ator) e concordo que ele chega a perfeição quando interpreta um homem sensível(“Dan In Real Life”merecia mais atenção nas premiações de 2007).Os diretores são do ótimo “O Golpista do Ano”(vc sabe como gosto desse filme) e o roteirista é o mesmo de “Enrolados”(que olha que ironia,fez uma ótima adaptação da rapunzel sem cair no clichê na animação “Enrolados”).Kamila,essa dupla de diretores soube arrancar ótimas atuações de Jim Carrey e Rodrigo Santoro e excelente de Ewan McGregor(Paulo Ricardo nomination ator coadjuvante 2010 rsrsrsrsrs).Você dar nota 9,0 para um filme não é pouca coisa.Em breve vou ver “Amor a Toda Prova”.Beijos.

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“É justamente por desafiar os clichês, ao mesmo tempo em que os confirma” exato. Um ótimo filme, uma ótima surpresa em 2011.

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Celo. obrigada! Abraço!

Paulo. obrigada! O que eu mais gostei nesse filme foi justamente o fato de ele oferecer a visão masculina do amor. Tenho certeza de que você irá gostar de “Amor a Toda Prova” quando assistir. Beijos!

Amanda. concordo!

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Me despertou curiosidade quando vi Steve Carrel e Julianne Moore no poster, um casal no mínimo diferente. Gostei muito do resultado e a Emma Stone também está uma gracinha no filme rsrs…

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Seu texto foi direto, conciso e certeiro. Não tinha parado para pensar na predominância do ponto de vista masculino que você observou no segundo parágrafo, mas faz bastante sentido. E achei interessante o espanto que tive quando li sua observação sobre Ryan Gosling ser sexy: estamos tão acostumados (ou pelo menos EU estou) a ler análises feitas por homens, geralmente incluindo elogios às beldades dos filmes (eu mesmo me empolguei com a presença de Emma Stone, Marisa Tomei e Julianne Moore no filme), que reagimos de forma estranha quando um homem recebe um elogio. Resultado (estranho): virei fã dessa sua pequena observação! hehehe

Grande abraço

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Cleber, e o filme é ótimo!

João Linno. faltou você falar do Ryan Gosling! rsrsrsrs

Eduardo. obrigada! 🙂 Mas, esse ponto de vista masculino faz sentido mesmo! E eu só reconheci o que Ryan Gosling está mesmo neste filme: SEXY! Eu nunca tinha visto ele desta forma, até esse filme. Ele tá lindo! Sedutor, galã. Muito bom! rsrsrsr Abraço!

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Estou curioso para conferir, como vc escreveu é o tipo de filme em que Steve Carell rende bem e tendo ainda o ótimo Ryan Gosling.

Abraço

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Gostei muito, muito mesmo de Amor a Toda Prova. Foi um filme que eu só fui ver pelo elenco – em especial, Julianne Moore – e acabei tendo uma surpresa maravilhosa. E só posso concordar com você, é a comédia romântica de 2011.
Abração

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Hugo. exatamente.

Gabriel. eu também gostei demais desse filme. Fui assistir por causa do elenco e das boas críticas que andei lendo sobre ele e não me arrependi. Uma ótima surpresa. Abraço!

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Mais um filme que estou esperando ansiosamente para conferir, mas nada de estreiar aqui na minha cidade (oremos) 🙁

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Faço o coro também: é a comédia romântica de 2011 e – porque não – um dos melhores filmes do ano. E com um Ryan Gosling irresistível… lindo! rsrsrs.

Beijos! 😉

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Oi Kamila 😀 tudo bem? Eu costumava visitar aqui com um outro blog “No Mundo Agora”, mas me afastei um pouco da internet e estou voltando agora. Seu blog continua ÓTIMO! Parabéns! Abraço

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Todos estão elogiando o filme. E vc gostou mesmo hein! Preciso ver rápido.
Até mais!

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Oi Kamila, bem não é tipo de filme que faça ir ao cinema, mas gosto bastante do Steve, não tanto do Ryan.

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Correção

Oi Kamila, bem não é tipo de filme que ME faça ir ao cinema, mas gosto bastante do Steve, não tanto do Ryan.

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Thiago, tudo bem, obrigada! E com você? Seja bem vindo de volta e agradeço os elogios. Abraços!

Andinhu, adorei esse filme!

Flávio, eu adoro tanto o Steve quanto o Ryan! Dois ótimos atores, apesar dos caminhos distintos de carreira.

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Bem, não sou tão entusista do filme assim como você, mas se formos pensar nas comédias românticas do ano, essa realmente tem meu apreço maior. No entanto, me incomoda um tanto todas as coincidências que a trama arma para poder fechar a narrativa, mas o texto é bom, os personagens também e ainda tem aquele time de atores de primeira. Então, não há muito do que reclamar.

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Rafael, as coincidências do final me surpreenderam, pra dizer a verdade. Eu não esperava aquilo, juro!

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Gostei bastante, mas acho que esses filmes bem que podiam pegar mais leve nas cenas de “vergonha alheia” e “exposição pública”.
Também incomoda um pouco todo o idealismo que o filme tenta defender… Acho que seria mais maduro reconhecer que as coisas possuem um começo e um fim ao invés de passar a falsa mensagem de ama gêmea e amor eterno.

Mas gostei bastante mesmo. Aliás, eu assisti pois li a crítica aqui e me pareceu interessante 🙂

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Fernando, também adorei este filme, porém não concordo com esse seu comentário sobre a “vergonha alheia” e a “exposição pública”. Não acho o filme idealista também… E essa ideia de alma gêmea e amor eterno é aquilo que os amores de cinema representam, se a gente for analisar bem! Que bom que gostou do filme! 🙂

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