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Onde Está a Felicidade?

publicado em:12/10/11 11:02 PM por: Kamila Azevedo Cinema

“Onde Está a Felicidade?”. O roteiro escrito pela atriz Bruna Lombardi parte desta pergunta, que também dá título ao filme dirigido por Carlos Alberto Riccelli, para contar a sua história. O longa tem como protagonista Teodora (interpretada pela própria Bruna Lombardi), apresentadora de um programa de TV, que está entrando numa grande crise no emprego, no amor e consigo mesma. Como uma forma de tentar fugir do inferno astral no qual se encontra e entrar com contato com a sua própria espiritualidade, Teodora decide fazer o Caminho de Santiago de Compostela, o qual é percorrido anualmente por vários peregrinos de diversos lugares do mundo.

A partir deste ponto de virada do roteiro, “Onde Está a Felicidade?” se transforma num road movie. Como é comum aos filmes desse gênero, a cada parada, a cada pessoa nova que ela encontra, Teodora dá um passo rumo às descobertas que fará sobre si mesma, bem como para atravessar e sair da crise na qual se encontra. O curioso é que o filme, por meio do marido de Teodora, Nando (Bruno Garcia), mostra uma visão diferente: a de que não é preciso viajar, fazer uma jornada de autodescoberta, para imprimir mudanças positivas em sua vida, uma vez que, distante da esposa, ele também irá compreender vários detalhes sobre a natureza do relacionamento dos dois.

Por ser uma obra cinematográfica que trata, principalmente, de questões ligadas ao universo feminino e por possuir um tom bem definido de auto-ajuda, “Onde Está a Felicidade?” lembra muito um longa como “Comer, Rezar, Amar”. Teodora tem muitas características em comum com Liz Gilbert, a protagonista do filme dirigido por Ryan Murphy, uma vez que ambas largam toda a vida que construíram e embarcam numa viagem com o objetivo de tentarem se reencontrar na vida.

Apesar de ter este tom positivo e de auto-ajuda, chama a atenção neste filme o fato de que ele não se leva – em nenhum momento – a sério, tendo um tom até mesmo muito descompromissado e leve. Por ser uma comédia leve, “Onde Está a Felicidade?” se diferencia até mesmo dos últimos projetos do casal Carlos Alberto Riccelli e Bruna Lombardi, notadamente o pretensioso “O Signo da Cidade”, que era uma obra mais séria e sisuda como cinema.

Para voltarmos à questão inicial abordada neste texto, talvez, o que “Onde Está a Felicidade?” nos mostra é que não existe uma resposta a esta pergunta. Felicidade nada mais é que um estado de espírito, que é resultado e um reflexo de como está a sua vida nos diversos campos em que a gente atua. De nada adianta fazer uma viagem de cunho espiritual se você continua infeliz nos outros campos. A felicidade vem do sentido de estarmos completos. E é isso que Teodora acaba buscando…

Cotação: 6,0

Onde Está a Felicidade? (2011)
Direção: Carlos Alberto Riccelli
Roteiro: Bruna Lombardi
Elenco: Bruna Lombardi, Bruno Garcia, Marcello Airoldi, Marta Larralde, Wandi Doratiotto, Marcelo Adnet, Dani Calabresa



Jornalista e Publicitária


Comentários


Super concordo com seu comentário sobre a felicidade. É a completude.

E sobre o filme, também achei meio road movie mais cômico do que reflexivo. Gostei da comparação com Eat, Pray, Love. E achei a Lombardi um pouco excessiva.

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Não assisti esse, mas as criticas negativas me desanimaram muito. Pena, pois gostei de Ricelli em SIGNO DA CIDADE, mesmo soando pretensioso como vc citou. Acho q um dos problemas do cinema nacional é essa aproximação com o cinema americano em detrimento a uma identidade do nosso cinema q anda sendo descaracterizado. A safra desse ano tem sido bem ruim, até filmes esperados como NATIMORTO q não é ruim, pareceu um mal interpretado. Texto muito bom, como de praxe, gosto do seu blog e to sempre passando aqui para comentar. Abração!

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Luís, pois é. Sabe que eu até gostei da performance da Lombardi, aqui??

Celo, eu não gostei de “O Signo da Cidade”. Achei esse levemente melhor. E, pra ser bem sincera, gosto quando o cinema nacional apresenta obras com mensagens universais como essa. Acho bem legal. E acho que nosso cinema tem identidade, sim! Obrigada! Abraço!

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Tb acho q o nosso cinema tem/tinha identidade bem caracteristica, quis dizer no meu coment q a nossa identidade anda sendo descaracterizada com a americanização de nossos filmes. Sou um amante do cinema nacional, principalmente das decadas de 50, 60, 70 e 80. Se der uma olhada mais especifica no meu blog verá q tem muitos filmes comentados dessa epoca. Acho q falta criatividade aos diretores atuais, preocupados em seguir formulas para atrair publico.

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Pois é, esse filme é mesmo um road movie leve e lembra em vários momentos “Comer, Rezar, Amar”. Tem prós e contras, mas no geral, achei interessante. Principalmente por essa conclusão que você fala de que a Felicidade não está em um lugar, mas é um estado de espírito.

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O trailer não me animou, além disso assisti há pouco tempo outro filme do casal, “O Signo da Cidade” que também é apenas razoável, cheio de clichês

Provavelmente assistirei apenas quando passar na tv.

Até mais

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Celo, entendi agora o que você quis dizer. Mas, vou discordar de novo em um ponto: não acho que falta criatividade aos diretores atuais. Nem que eles são preocupados demais em seguir fórmulas para atrair público…

Hugo, pois é. “O Signo da Cidade” é apenas razoável e cheio de clichês mesmo! Até mais!

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O “Signo da Cidade” me lembrou muito “Crash” de Paul Haggis,achei o filme muito irregular,mas confesso que as criticas a “Onde Está a Felicidade?” são muito positivas.Bjs.

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Paulo, muita gente – incluindo eu, rsrsrs – faz essa comparação entre “O Signo da Cidade” e “Crash”. Beijos!

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Legal ver o post aqui., estava na dúvida em assistir este filme no cine daqui. Parece interessante. E pelo que tu disse nao parece ser aquelas comédias nacionais dispensáveis.

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