Amor e Outras Drogas
Toda a trama de “Amor e Outras Drogas”, filme dirigido por Edward Zwick, pode ser resumida de acordo com a seguinte frase: “às vezes, as coisas que você mais quer não acontecem e o que você menos espera acontece. Eu não sei – você encontra centenas de pessoas e nenhuma delas realmente lhe comove. E, então, você conhece uma pessoa e sua vida está mudada pra sempre”. Na realidade, o que acontece com Jamie Randall (Jake Gyllenhaal) no decorrer do longa é muito mais do que isso, porém é o suficiente para que transformações definitivas sejam efetuadas em sua vida.
Quando o encontramos pela primeira vez, Jamie apresenta características sedutoras e charmosas – do tipo que nenhuma mulher resiste. Além disso, ele é um vendedor nato e se aproveita dessas suas particularidades para conseguir fechar seus negócios. O que a gente vê é crucial para sabermos que Jamie tem um potencial enorme, uma inteligência e perspicácia que não estão sendo devidamente aproveitadas. Quando ele perde o emprego e decide se aventurar como representante farmacêutico de uma das maiores empresas do setor, você começa a vê-lo com um caráter mais apaixonado ainda pelo que faz – e essa é mais uma das características importantes deste personagem.
Na medida em que vai se achando no trabalho, Jamie começa, indiretamente, a também se completar em outros campos de sua vida. Neste sentido, o encontro com Maggie Murdoch (Anne Hathaway) é um dos pontos fundamentais de “Amor e Outras Drogas”. O interessante na forma como o relacionamento deles é desenvolvido pelos roteiristas é que tudo é abordado com a maior sinceridade possível. Ou seja, Jamie e Maggie já embarcam nesse relacionamento sabendo qual será o maior obstáculo que eles têm que enfrentar se eles querem realmente que o namoro deles dê certo.
Apesar disso, por boa parte de “Amor e Outras Drogas”, assistimos Jamie e Maggie em constante estado de negação para este grande conflito que eles têm que encarar. Os dois preferem se esconder por trás de uma relação pautada, primeiramente, pelo sexo e pela paixão arrebatadora e, depois, pela descoberta de que o que os une, de verdade, é uma conexão rara, do tipo que faz com que o outro queira se tornar uma pessoa melhor e brigar por aquilo que realmente deseja. E é esta a verdadeira jornada de Jamie Randall neste filme, uma vez que toda a história nos é contada por meio de seu ponto de vista e de como os acontecimentos retratados aqui o afetam.
Enquanto não sente pena de seu casal central (pelo duro destino que eles vão ter que encarar um dia), enquanto se dedica a acompanhar a descoberta de um amor profundo e verdadeiro dentro do fulgor da chama da paixão, “Amor e Outras Drogas” é um ótimo filme. Toda a trama se sustenta, na verdade, nas atuações de sua dupla central. Este filme, por sinal, faz por Jake Gyllenhaal o mesmo que “Amor a Toda Prova” fez por Ryan Gosling e o apresenta como um homem cheio de sensualidade e irresistível. Enquanto isso, sua parceira de cena, Anne Hathaway (com a qual, diga-se de passagem, Gyllenhaal teve excelente química), confirma todo o seu talento ao interpretar uma personagem que, de tão vulnerável e relutante, quase perde a chance de embarcar num daqueles momentos em que o mundo da gente treme de uma forma que nem a gente consegue explicar direito.
Cotação: 7,5
Amor e Outras Drogas (Love and Other Drugs, 2010)
Direção: Edward Zwick
Roteiro: Charles Randolph, Edward Zwick e Marshall Herskovitz (baseado no livro de Jamie Reidy)
Elenco: Jake Gyllenhaal, Anne Hathaway, Oliver Platt, Hank Azaria, Gabriel Macht, Judy Greer, George Segal, Jill Clayburgh
Po, tenho q ser sincero, não curti muito esse filme, daria uma nota 5, mas já tem tempo q eu vi e teu texto trouxe impressões q não tive, talvez valha uma revisão.
Celo, acho que uma revisão é uma boa. 🙂
Concordo contigo, Kamila. Vejo o filme como um grande enlace de descobertas (por parte de ambos personagens) e um roteiro que muitas vezes não favorece isso, mas dois atores que dão conta do recado, com a possibilidade de até construirem personagens ainda mais complexos, caso outros fatores contribuíssem.
Gostei do filme, mas ele poderia ter sido melhor desenvolvido. Enfim, Jake e Anne funcionam juntos.
Um ótimo filme. Junto com o por ti citado “Amor a toda prova”, os dois melhores romances a ter estreado em terra brasilis em 2011.
bjs
Luís, exatamente. Perfeito comentário!
Raspante, concordo que a química entre eles está excelente.
Reinaldo, eu discordo que “Amor e Outras Drogas” seja um dos melhores romances de 2011. Concordo em relação à “Amor a toda Prova”. Beijos!
Tamém gostei bastante do filme, só quando ele caí no drama da doença, perde um pouco do ritmo. Mas, ainda assim o saldo é mesmo positivo.
Adorei, e fiquei impressionado com a ótima atuação do Jake Gyllenhaal. Mas confesso que a minha musa Anne Hathaway foi abaixo das minhas espectativas.
Beijos
Amanda, exatamente. Concordo com todo o seu comentário!
Brenno, o Jake e a Anne estão ótimos, na minha opinião! Beijos!
Acho esse filme bem sedutor – explico, a forma como o romance e o tesão de Jake e Anne explodem em cena é admirável de ver. E os dois têm uma forte química, torna tudo bem gostoso de assistir, né? O roteiro não é inovador, mas achei a direção boa e o ritmo do filme contribui pra um bom resultado.
Na verdade, o que acho que quebra, levemente, o ritmo e bom delineamento do roteiro, ao meu ver, é o personagem irmão do Jake, um mala…rsrs!
Da ‘trilogia do sexo casual’ (Sexo sem compromisso e Amizade Colorida são os outros, rs), eu fico com este! Gostei, revi e já tenho o dvd aqui! 😉
Beijão!
Cristiano, o filme é deveras sedutor, sim, concordo. A química deles é excelente mesmo e eles juntos estão muito bem. Concordo em relação ao personagem irmão do Jake, mala total! rsrsrsrs Beijo!