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Imortais

publicado em:20/01/12 1:31 AM por: Kamila Azevedo Cinema

Tendo em vista a trama de um filme como “Imortais”, do diretor Tarsem Singh, fica muito fácil saber o que atraía os homens que buscavam as grandes batalhas: eles estavam atrás da glória e, principalmente, da imortalidade. O que eles desejavam, na verdade, era serem protagonistas de grandes feitos, que fossem eternizados em histórias, pinturas, esculturas e servissem de exemplo para as gerações futuras quando chegasse a vez deles de enfrentar grandes guerras. Teseu (Henry Cavill, que, não por acaso, será o próximo Homem de Aço do cinema), personagem principal deste filme, pode até não querer e nem estar consciente disso, mas este será também o destino dele.

Teseu é um personagem bastante conhecido da mitologia grega, mas a história dele está bastante desvirtuada pelo roteiro escrito por Charley Parlapanides e Vlas Parlapanides. Em “Imortais”, ele é um pobre filho de uma mãe solteira, trabalhador braçal na comunidade aonde nasceu e cresceu (onde, aliás, não é visto com bons olhos justamente por ser um filho bastardo) e que possui poucos amigos – o mais importante deles é um senhor idoso que o pegou como protegido e lhe ensinou tudo aquilo que sabia (mais tarde, no decorrer do filme, saberemos que esse velhinho era, nada mais nada menos, que o próprio Zeus – interpretado por Luke Evans). A vida de Teseu estava destinada à obscuridade, porém, como todo grande guerreiro, temos que ter um motivo forjado para que ele decida ir à luta.

A motivação vem à tona quando o Rei Hyperion (Mickey Rourke), com sua ânsia de poder, decide declarar guerra contra a humanidade e começa a deixar um rastro de mal por onde passa. Assim como aconteceu com Conan, no recente filme “Conan – O Bárbaro”, Teseu vai ver a pessoa mais importante de sua vida ser morta e é isso que muda completamente o seu destino. Feito escravo e prisioneiro de Hyperion, ele sai da passividade na qual se encontrava e decide se levantar contra o domínio de Hyperion e, com a ajuda de Stavros (Stephen Dorff) e Phaedra (Freida Pinto), inicia uma jornada de resistência, movendo toda a população helênica, de forma a impedir que Hyperion alcance o seu objetivo de se transformar no homem mais poderoso do mundo.

“Imortais” é aquele tipo de filme que oferece clichês bastante conhecidos dos apreciadores deste gênero. Entretanto, é bom prestar atenção no ponto mais interessante de discussão do roteiro deste longa. Por trás de toda uma reflexão sobre figuras míticas da cultura grega, existe o desenho de uma guerra santa muito poderosa. Hyperion e sua onda de terror e destruição representam a impotência do homem diante do mal – e isso é reforçado pelo fato de que Zeus e os outros deuses não podem interferir neste conflito. Por outro lado, a presença forte e de liderança de Teseu ilustra aquela faísca de fé que é despertada naqueles que estavam se sentindo abandonados por aquele que deveria vir no socorro deles – e que, na realidade, mostra que existe, talvez, uma pequena chance de tudo terminar bem.

Dirigido por Tarsem Singh, um diretor muito afeito aos elementos visuais das obras as quais encabeça, “Imortais” não decepciona nos quesitos técnicos, especialmente na parte de efeitos visuais (até o 3D dessa obra chega a ser bem competente, o que é caso raro…) e na concepção das cenas de luta, que são dignas de um ótimo jogo de videogame. Singh erra feio, no entanto, na direção de atores. Henry Cavill não dá conta da responsabilidade de carregar um filme nas costas sozinho e atua de uma forma bastante inexpressiva – no que é acompanhado por Freida Pinto e Isabel Lucas. Até Mickey Rourke, que tem o papel mais bem elaborado do filme, não consegue sair do terreno do caricatural.

Cotação: 5,0

Imortais (Immortals, 2011)
Direção: Tarsem Singh
Roteiro: Charley Parlapanides e Vlas Parlapanides
Elenco: Henry Cavill, Mickey Rourke, Stephen Dorff, Freida Pinto, Luke Evans, John Hurt



Jornalista e Publicitária


Comentários


eu gostaria de entender o porque que Hollywood adoro destruir com histórias e personagens da mitologia Grega e esse é mais um para a conta. Fazer o que né?
Abs.

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Eu não sou dos maiores fãs desse “tipo” de filme, tipo medievais, até hoje nunca vi nenhum que tenha me agradado, mas irei conferir esse sim!

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É Kamila, parece que o Mickey Rourke, que sou fã, está mais preocupado em ganhar dinheiro do que fazer bons filmes. Uma pena, pq pensava que dessa vez ele iria mostrar ao mundo o atorzasso que ele é.

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rsrs. Discordamos bastante aqui. Acho o 3D nesse filme totalmente desnecessário e mal articulado e não acho que o elenco comprometa tanto assim…
Bjs

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Kamila,o diretor indiano Tarsem Singh dirigiu um belissimo filme chamado “The Fall” que gostei muito.Sabe aqueles filmes que assistimos em DVD sem muitas prentensões e a obra nos surpreende?foi exatamente isso que ocorreu em “The Fall”.O filme foi lançado em 2006 na índia,mas chegou nos EUA e resto do mundo em 2008 com a ajuda de David Fincher e Spile Jonze,há proposito Tarsem rodou algumas cenas de “O Curioso Caso de Benjamin Button”.Vamos falar de “Imortais”.Não vi o filme ainda,mas alguns detalhes da sua critica me chamou atenção.O fato do indiano ser caprichoso com a parte visual de seus filmes é um dos motivos para um 3-D de qualidade,o trailer e alguns elementos da sua resenha me lembrou “300” de Zack Snyder e fico decepcionado em ler que Mickey Rourke esta caricato nesse filme(vc sabe o quanto sou fã de “O Lutador”).Esse é um filme a ser conferido.Beijos.

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Bom Kamila eu acho que você pegou um pouco pesado pois gosto muito de filmes medievais e acompanho baste, não tiro sua razão sobre as partes clichés. Mas se colocar na balança vera que podemos dar uma nota 6,5 pro filme. E da uma olhada no cinema em pauta para ver o comentário do linderval sobre Real Steel.Abraços!

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Jonathan, pois é. Se, pelo menos, essa liberdade criativa em cima da Mitologia Grega resultasse num bom filme, mas nem isso. Abraços!

Cleber, eu também não sou a maior fã. Assisto sempre quando tem um novo porque sou teimosa mesmo. rsrssrrs

Cassiano, uma pena mesmo que ele desperdice seu potencial com filmes de qualidade contestável como esse. Mas, não desista dele ainda…

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Reinaldo, estamos livres para discordarmos um do outro! 🙂

Paulo, já ouvi falar muito de “The Fall”, mas ainda não assisti a este filme. Sim, “Imortais” lembra muito “300”… Você está certo nessa impressão.

Hajaso, eu acompanho esse tipo de filmes também. Vou dar uma passada no Cinema em Pauta para ler a crítica sobre “Gigantes de Aço”. Abraços!

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Henry Cavill é uma presença forte em tela, acho que resgata a imagem do herói destemido que fez a fama de muitos filmes de super-herói do passado – por isso tenho algumas boas expectativas para o novo Super Man. Sobre o filme “Imortais”, especificamente, é uma bobagem sem tamanho, sem roteiro, sem rumo, sem noção. Só muita lutinha mesmo e uma parte técnica de certa qualidade.
Beijos!

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Weiner, eu espero que o Henry Cavill faça mesmo melhor no filme do Super Man… Beijos!

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Kamila, gosto muito destas premissas envolvendo mitologia grega, sou fã do original Furias de Titãs — pra mim um cult trash, campeão de reprises da Sessão da Tarde. Não conheço o Henry Cavil , mas essa parte de seu texto: “Henry Cavill não dá conta da responsabilidade de carregar um filme nas costas sozinho e atua de uma forma bastante inexpressiva” me lança dúvidas se ele será capaz de segurar o Superman — Brandon Routh não conseguiu.

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Kamila estão falando tanto do “Henry Cavill/Superman” que o único fator que me causa expectativa nesse projeto é Christopher Nolan na produção.Tenho medo do sr.Zack Snyder!(depois do clipe Sucker Punch quem não teria né?).Gosto do “Superman” de 2006 dirigido por Bryan Singer(tem um delicioso tom nostalgico que remete aos melhores filmes do saudoso Christopher Reeve).Beijos.

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Estou bastante curioso em assistir esse filme, pois o jornal O Globo, daqui do Rio de Janeiro deu a nota máxima, na ocasião de tê-lo criticado, enquanto nos blogs dos quais sou leitor, encontrei muitas críticas negativas. Enfim, me estimulou a vê-lo e tirar minhas conclusões. Ótimo texto e parabéns pelo Cinéfila Por Natureza. Estou sempre por aqui curtindo. Abraço

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Flávio, eu espero que ele me faça mudar de opinião sobre ele no novo Superman.

Paulo, eu também tenho medo do Zack Snyder. Mas, sempre tento confiar nas pessoas! rsrsrs Beijos!

Wilson, obrigada. Abraço!

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Gostei do seu texto, vi Imortais só por diversão e ele não passou disso. Não se pode esperar muito também, clichê atrás de clichê, mas um cuidado visual incrível, impressionante as cenas de batalha. Ah, bacana você ressaltar esse aspecto da guerra santa! Abração

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Gabriel, eu vi só por diversão e nem sei se ele passou disso ou chegou nisso. O cuidado visual é notável, especialmente nas cenas de batalha. Abraço!

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Hehe, esse filme passou batido, mas não me atraiu mesmo à época. Seu texto foi só a confirmação do que esperava, aparentemente um filme bem esquecível…

Bjs!

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Parabéns pelo Blog. Conheci por intermédio de Renato Alves, que aderiu a equipe de nosso site (www.cinemadetalhado.com.br)

Sobre o filme, acho que ele é lindo visualmente, mas não gostei tanto de algumas atuações e o roteiro é linear a vazio!

Estamos seguindo!

Abs

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Kamila, o filme entrega um excelente visual, mas a história não me cativou e as atuações não convenceram (na minha opinião). Pra ser bem sincero eu não gostei do resultado.

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Elton, acredite quando eu te digo que você não perdeu NADA! rsrsrs Beijos!

Cinema Detalhado, obrigada!! Eu concordo com você em relação a este filme. Abraços!

João Linno, concordo com seu comentário sobre esta obra.

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