American Pie: O Reencontro
A série “American Pie” percorreu um caminho bastante longo. Ao acompanhar as aventuras de Jim Levenstein (Jason Biggs) e seus amigos Oz (Chris Klein), Kevin (Thomas Ian Nicholas), Steve Stifler (Seann William Scott) e Finch (Eddie Kaye Thomas), pudemos ser testemunhas de todos aqueles momentos de transição que são mais importantes para a vida de um homem: a primeira transa, as aventuras sexuais inconsequentes, as farras com os amigos, até chegar aquele momento em que se percebe que chegou a hora de sossegar um pouco na vida com uma mulher só e formar uma família. “American Pie: O Reencontro”, filme dirigido pela dupla Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg, chega para nos mostrar um outro momento crucial da vida de um homem, quando ele está passando por uma crise pessoal de idade – sendo que, no caso dos cinco amigos, está um tanto cedo para esse tipo de coisa.
Prestes a se reencontrarem para a reunião de 13 anos de formatura de sua turma no colegial, Jim, Kevin, Oz, Finch e Stifler levam vidas bastante distintas. Os dois primeiros se casaram, têm filhos e levam vidas que, de tão rotineiras, podem ser consideradas totalmente sem graça. O terceiro se dedica a uma carreira que parece ser promissora como âncora esportivo. O quarto mantém o mistério em torno de si mesmo que lhe é típico. O último continua parado no tempo, sem ter assumido qualquer tipo de responsabilidade, com uma mentalidade extremamente imatura e achando que a vida é uma permanente festa. Se tem uma coisa, no entanto, que une estes cinco jovens homens, além dos laços de amizade, com certeza, é aquela sensação de que o bom tempo deles já passou. É justamente isso que eles tentam reviver neste reencontro.
Neste sentido, o retrato feito pelo roteiro escrito pela dupla de diretores Hurwitz e Schlossberg é muito clichê e repete aquelas piadas que já foram consagradas por essa franquia cinematográfica. O lado interessante de “American Pie: O Reencontro” acaba sendo, então, o desenho que é feito de um conflito de gerações entre a forma como a juventude aproveita a vida nos dias atuais e a forma como os cinco amigos vivenciaram a adolescência no seu tempo. Além disso, a subtrama que envolve o pai de Jim (Eugene Levy, sempre um coadjuvante muito seguro), em sua tentativa de voltar ao jogo do namoro após a viuvez, também dá um gás diferente a um filme que aposta na velha fórmula do “em time que está ganhando não se mexe”.
Ou seja, “American Pie: O Reencontro” acerta ao inserir dramas mais adultos em uma trama que, na realidade, não apresenta nada de diferente do que a gente já tinha visto nos filmes dessa série em particular, mas, ao mesmo tempo, acerta muito ao fugir do que é lugar comum nas comédias atuais, que abusam daquelas cenas de extremo mau gosto e de humor escatológico – todas as cenas deste longa, até as mais exageradas do ponto de vista cômico, estão dentro do contexto do longa. Fora que pode ter se passado nove anos desde a última vez em que esta franquia e estes personagens tinham aparecido na grande tela, mas a verdade é que a química dos cinco atores centrais continua a mesma e são eles, no final, que acabam fazendo o filme valer a pena.
Cotação: 5,0
American Pie: O Reencontro (American Reunion, 2012)
Direção: Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg
Roteiro: Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg (com base nos personagens escritos por Adam Herz)
Elenco: Jason Biggs, Alyson Hannigan, Chris Klein, Thomas Ian Nicholas, Tara Reid, Seann William Scott, Mena Suvari, Eddie Kaye Thomas, Jennifer Coolidge, Eugene Levy, Natasha Lyonne, Katrina Bowden, Jay Harrington, Shannon Elizabeth
Não sou um fã da série, mas lembro q gostei do primeiro. Não sei se verei esse no cinema, talvez no DVD.
Celo, eu também não sou fã dessa série, mas acho que eles trabalharam bem, como eu mesma disse no meu texto, essa coisa das etapas definidoras da vida de um homem.
Não sei……….eu achei o primeiro engraçadinho. Depois……………….só bomba. Esse parece ser um desespero dos atores para tentar voltar a fazer sucesso.
Talvez, em dvd. Talvez
Perfeita a crítica Ka. Concordo em gênero, número e grau.
Bjs
Oi, Kamila!
Parabéns pelo novo layout. Adorei!
Como eu te disse lá no Facebook, o Hollywoodiano tirou férias forçadas por causa do ritmo do meu trabalho. Mas estou voltando neste fim de semana com a crítica de “Os Vingadores”.
Bjs!
Renato, verdade. E todos esses atores precisam reviver suas carreiras, que pararam, praticamente, nos filmes dessa série.
Reinaldo, obrigada! Beijos!
Otavio, obrigada! Que bom que gostou! 🙂 Espero ansiosamente a volta do Hollywoodiano! Beijos!
É, a série nunca me empolgou, então deixo esse para depois, apesar de concordar com vocês que eles trabalhem bem as questões das fases da vida de um homem.
Estou querendo ver o primeiro antes de conferir esse. Sei que nem faz muita diferença, mas….
Eu gosto dos três primeiros filmes (aqueles episódios destinados ao mercado de vídeo são bisonhos) e encarei com certa expectativa esse reencontro dos personagens. No entanto, saí meio decepcionado do cinema porque nenhum tema interessante que provavelmente rondaria os personagens é extraído com qualidade. Você percebe que todos os conflitos que existem são resolvidos com meia dúzia de desculpas medíocres. Outro problema é que, com exceção do engraçado Seann William Scott, nenhum membro do elenco tem competência dramática para sustentar os poucos dilemas que perseguem seus personagens. Dei algumas boas risadas, mas o saldo final é apenas regular.
Amanda, trabalham bem mesmo essas questões de transições nas vidas dos homens.
Raspante, acho o primeiro filme dessa série bem legal e engraçado.
Alex, da série, só não assisti ao terceiro filme, que retrata o casamento de Jim. E eu não consigo gostar do Seann William Scott… Acho ele péssimo!
Eu “infelizmente” adoro … quer dizer, adoro os três primeiros e achei esse até legal, longe de ser tão engraçado quanto os iniciais, mas ainda assim boas piadas.
Cleber, também achei esse legal.
Olha, achei que seria uma grande bomba… acho que vale uma assistida em DVD!
Eu só havia assistido o primeiro American Pie e esse aqui até que deu pra dar algumas risadas (mais pela reação do público na sessão que eu assisti do que pelo filme propriamente dito)
Bjs!
Bruno, eu também achei que ia ser uma grande bomba, mas acabou não sendo tão ruim assim, o que foi uma surpresa.
João Linno, pois é, esse filme rende boas risadas. Beijos!
“American Pie” é o “Porks” da minha geração.Sabe o que os meninos falam nas aulas? aquilo.Mas como vc mesmo disse o caminho percorrido foi longo e triste.Até o terceiro filme o original foi respeitado,depois houve uma sucessões de filmes vendidos diretamente para TV com um único intuito de ganhar dinheiro.Hoje quem melhor retrata a juventude é Judd Apatow.Claro que vou ver,para lembrar dos meus 13 anos.
Beijos
Paulo, sei, sim! Imagino que esse tipo de filme tenha mais apelo com o público masculino mesmo, mas eu me diverti, pra ser bem sincera. Ri bastante, até. Beijos!