O grande barato da franquia cinematográfica “Homens de Preto”, cujas três partes foram dirigidas por Barry Sonnenfeld, é acompanhar a estranha amizade que nasce entre o Agente K e o Agente J, que são os dois protagonistas dessa série. E, consequentemente, isso inclui também assistir às interações entre dois diferentes atores como Tommy Lee Jones e Will Smith. A verdade é que a impressão que temos ao ver a sisudez do Agente K e a gaiatice do Agente J é que, propositalmente, as características principais desses dois atores foram repassadas aos personagens que eles interpretam, porque a sensação que dá, na realidade, é a de que estamos assistindo ali Jones e Smith em tela, e não os personagens que eles fazem.

De uma certa maneira, a trama de “Homens de Preto 3” lembra muito a história que nos foi contada em “Homens de Preto II”. No segundo filme da série, o Agente K (Tommy Lee Jones) precisava trazer de volta o Agente J (Will Smith) e restaurar a memória dele para que eles pudessem trabalhar novamente juntos em um caso de invasão do planeta Terra por um velho alienígena inimigo da organização para a qual eles trabalham. Já neste terceiro longa da série, é o Agente K que tem que interceder em favor do seu amigo Agente J, na medida em que K volta ao ano de 1969 para tentar evitar a destruição da Agência, da Terra e da humanidade como um todo.

Sem Tommy Lee Jones em tela por boa parte do tempo, “Homens em Preto III” precisaria de outros atores que ajudassem Will Smith a manter a trama do filme bem movimentada. Neste sentido, Barry Sonnenfeld tem muito a agradecer pela escalação de dois atores em particular: Josh Brolin, que interpreta o Agente K quando jovem, e segue a linha de Tommy Lee Jones mantendo, assim, a boa parceria que este tinha com Will Smith; e Michael Stuhlbarg, que interpreta Griffin, um cara que tem o poder de visualizar todos os cenários de tempos passados, presentes e futuros e que rouba a cena toda vez em que aparece – afinal, estamos diante de uma história que fala justamente sobre a manipulação do tempo e a alteração de eventos já ocorridos.

Outros pontos interessantes de “Homens de Preto III” é a figura do seu vilão Boris the Animal (Jemaine Clement), que é verdadeiramente assustador e poderoso, bem como a presença de Emma Thompson (num papel bem diferente do que ela costuma fazer, revelando até mesmo uma veia cômica que nos era desconhecida) como a Agente O, chefe dos Agentes J e K. São estes elementos que acabam fazendo de “Homens de Preto III” um filme consistente, especialmente porque a história consegue prender a atenção da plateia e a direção de Barry Sonnenfeld, bem como os efeitos especiais funcionam muito bem.

Cotação: 6,0

Homens de Preto III (Men in Black III, 2012)
Direção: Barry Sonnenfeld
Roteiro: Etan Cohen (com base nos quadrinhos de Lowell Cunningham)
Elenco: Tommy Lee Jones, Will Smith, Josh Brolin, Jemaine Clement, Emma Thompson, Michael Stuhlbarg,  Nicole Scherzinger, Bill Hader