E a Vida Continua…
Baseado no livro escrito pelo espírito de André Luiz (cuja história nos já foi contada no filme “Nosso Lar”, do diretor e roteirista Wagner de Assis) psicografado por Chico Xavier, o longa “E a Vida Continua….”, escrito e dirigido por Paulo Figueiredo, é mais uma das obras de um filão que o cinema brasileiro tem apostado muito recentemente: o que nos traz mensagens religiosas e de fé. O curioso em filmes como esse é que “E a Vida Continua…”, assim como os outros longas desse gênero, não tem o objetivo de catequizar, e sim de sensibilizar as pessoas em torno do tema central da obra.
“E a Vida Continua…” fala sobre a vida espiritual após a desencarnação por meio da jornada vivida pela jovem Evelina (Amanda Acosta) e pelo senhor de meia-idade Ernesto (Luiz Baccelli). Várias coincidências, aliás, envolvem as duas personagens: antes de uma cirurgia importante e que pode ser definidora do futuro de suas vidas, os dois passam um tempo considerável em um hotel pacato, onde nasce entre eles uma grande amizade, a qual se fortalece no outro plano, quando ambos já estão desencarnados. Tais coincidências, como o próprio Espiritismo prega, não são propositais. Já são desígnios de Deus para cada um de nós.
É bom prestar atenção nessas coincidências, aliás, pois elas parecem ser o ponto principal do caminho de Evelina e Ernesto no outro plano, onde, a partir do momento em que se dão conta de que estão reencarnados, ambos passam a trabalhar diretamente na revisão do passado e de acontecimentos pivotais das suas próprias vidas, bem como das pessoas que fazem parte de seus relacionamentos mais íntimos. Ao vivenciarem essas situações e pessoas, Evelina e Ernesto também estão, ao mesmo tempo, trabalhando a si mesmos, evoluindo como espíritos imortais que são, para quem sabe, um dia, eles próprios possam reencarnar.
Toda a trama de “E a Vida Continua..” é bem fácil de ser acompanhada, especialmente por aqueles que seguem o espiritismo ou conhecem os preceitos dessa religião. Entretanto, a se lamentar o fato de que uma mensagem tão legal e bonita seja passada em um filme deveras amador. A qualidade das imagens lembra algo saído da televisão, sem qualquer preocupação estética. A edição é muito fraca. Algumas atuações chegam a ser constrangedoras – note, especialmente, o canastrão Luís Carlos Felix, caricatural por demais como o péssimo marido de Evelina. Porém, nenhum erro é mais crucial do que a falta de sincronização entre som e imagem. É de impressionar que o diretor Paulo Figueiredo não tenha notado isso no corte final do filme.
O tema é interessante,mas a sua critica não me deixou animado com esse filme.Curioso que “Nosso Lar” é tão bom(principalmente a ótima trilha de Philip Glass e a direção de arte).Prefiro comprar o livro.
Beijos!