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Hotel Transilvânia

publicado em:20/10/12 3:13 AM por: Kamila Azevedo Cinema

“Hotel Transilvânia”, animação dirigida por Genndy Tartakovsky, se passa numa realidade que é, no mínimo, curiosa. Em pleno século 21, lendas como o Conde Drácula (dublado por Adam Sandler na versão original), o Frankenstein (dublado por Kevin James na versão original), o Quasímodo (dublado por Jon Lovitz na versão original) e a Múmia vivem escondidos, longe da sociedade, pois chegaram à conclusão de que os humanos os odeiam profundamente e são uma ameaça ao bem estar deles. Em consequência disso, inseridos num mundo bastante isolado, a grande diversão deles é se reunir anualmente, no hotel que dá nome ao filme e é mantido pelo Conde Drácula, para comemorar o aniversário da única filha dele, a jovem Mavis (dublada por Selena Gomez na versão original).

Quando “Hotel Transilvânia” começa, Mavis está prestes a viver um rito importante de passagem em sua vida de adolescente: o seu aniversário de 118 anos. A maioridade de Mavis, pra ela, representa a possibilidade de ela realizar seu grande sonho: conhecer o mundo e se aventurar por aí. A maioridade de Mavis, para seu pai, o Conde Drácula, representa justamente o contrário: o momento certo de ele mostrar pra filha dele que o mundo dos humanos, como ele bem mesmo sempre disse para ela, é ameaçador e difícil para gente como eles.

Como “Enrolados” e “Valente” muito bem provaram, é uma tendência recente do gênero de animação mostrar que as ditas princesas do conto de fadas ou, até mesmo, aquelas jovens meninas que nem se coadunam com esse tipo de realidade, uma vez que a própria Mavis é alguém oriunda de um pano de fundo bastante diferente do de Rapunzel e de Merida, encontram dificuldades para se adaptar ao mundo como nós o conhecemos atualmente. Entretanto, o ponto interessante de “Hotel Transilvânia” é que ele não acaba sendo uma jornada da personagem feminina principal desbravando seus próprios caminhos sozinha. Na verdade, o longa faz um retrato de duas pessoas (pai e filha) que vão acabar descobrindo juntas que muito daquilo que eles acreditavam ser verdade, na realidade, era somente uma grande lenda urbana. E, para tanto, é muito importante, para o filme, a entrada de Jonathan (dublado por Andy Samberg na versão original), um jovem humano que acaba caindo de pára-quedas no Hotel Transilvânia e mexendo com a rotina do local, bem como com as pessoas que ali encontram refúgio.

Produzido pela Sony Pictures Animation, que nos presenteou com alguns dos filmes recentes mais legais do gênero de animação, como “A Casa Monstro”, “Tá Dando Onda” e “Tá Chovendo Hambúrguer”, “Hotel Transilvânia” é um longa bastante divertido e carismático, com personagens que nos cativam de primeira, mas que, infelizmente, não escondem o fato de que o roteiro do longa é muito clichê, sendo uma verdadeira colagem de muitos elementos que já estamos cansados de conhecer. Ao contrário de outras obras do gênero de animação, falta a este aqui aquele apoio de uma mensagem forte e que permaneça com o público que assiste ao filme. Isso poderia ter acontecido se o roteiro enfocasse mais a relação desarmoniosa entre os monstros e os seres humanos, mas eles preferiram mostrar o caminho mais óbvio: que o amor é que tem o poder de unir pessoas de culturas e ambientes diferentes, ultrapassando qualquer tipo de resistência que exista, neste sentido.



A última modificação foi feita em:novembro 17th, 2012 as 12:13 pm


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