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>300 (2007)

publicado em:10/04/07 11:33 PM por: Kamila Azevedo Uncategorized

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As aulas de História nos ensinaram que o povo espartano era muito ligado na questão da educação dos seus filhos. O Estado controlava e obrigava seus jovens a serem educados para a guerra. As primeiras cenas de “300”, filme do diretor Zack Snyder, explicam bem direitinho como isso acontecia. Desde cedo, o jovem espartano é preparado para aquilo que ele irá saber fazer melhor: guerrear. Ele é afastado da sua família e, principalmente, da sua mãe e tem inserido, dentro de si, os conceitos de responsabilidade, sacrifício e dedicação – os quais são fundamentais para aqueles que vão dar a vida pelo seu país.

Baseado na graphic novel de Frank Miller e Lynn Varley, “300” conta – através da narração de Dilios (David Wenham) – a história do exército espartano de 300 homens que, sob a liderança do Rei Leônidas (Gerard Butler), lutou contra o exército numeroso de Xerxes (Rodrigo Santoro), o poderoso governante da Pérsia.

Desde a sua estréia nos cinemas dos Estados Unidos, “300” tem estimulado diversas interpretações. Alguns afirmam que o filme tem elementos que remetem à sexualidade, ao mostrar o culto ao corpo masculino, a excessiva camaradagem que existia entre os soldados e ao fazer o retrato dos persas como sendo seres andróginos.

No entanto, talvez, a interpretação mais adequada seja aquela que coloca “300” como um ensaio sobre o tipo de política externa adotada pelo governo George W. Bush. Podemos encontrar traços do presidente norte-americano tanto no lado dos mocinhos, como no lado dos bandidos. Em alguns momentos, “300” soa até como uma peça de defesa da invasão norte-americana no Iraque, mostrando onde Bush errou (indo à guerra sem o apoio do conselho, assim como Leônidas) e onde ele acertou (lutando pela liberdade de seu povo frente a um governante tirano). A defesa se torna ainda mais evidente na cena em que a esposa do Rei Leônidas, a Rainha Gorgo (Lena Headey), se dirige ao conselho de Esparta.

“Sin City – A Cidade do Pecado” mudou a cara das adaptações de graphic novels. O filme dirigido por Robert Rodriguez e Frank Miller era calcado no forte apelo visual e no perfeito desenho de cada cena. Em “300”, Zack Snyder prova que bebeu muito na fonte de “Sin City – A Cidade do Pecado”. Seu filme é muito estilizado e visualmente tem momentos geniais – como as cenas em que o menino Leônidas mata o lobo e no confronto final entre persas e espartanos. “300” pode ser um pouco cansativo, pode pecar pelo excesso de testosterona e pelo uso de frases de efeito que são batidas (“hoje à noite, nós jantamos no inferno”), mas deixa gravado na memória dos cinéfilos algumas das cenas mais sensacionais que veremos no ano de 2007.

Cotação: 7,3

Crédito Foto: Yahoo! Movies



Jornalista e Publicitária


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