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>A Bússula de Ouro (The Golden Compass, 2007)

publicado em:4/01/08 4:02 PM por: Kamila Azevedo Uncategorized

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Não tem o fascínio da Terra Média. Ou a magia de Nárnia. Mas, o universo no qual se situa a história de “A Bússula de Ouro”, do diretor Chris Weitz (que também escreveu o roteiro baseado na obra de Philip Pullman), tem seu próprio charme. Por mais que nele habitem grupos exóticos, feiticeiras, animais com vida e vontade próprias e exista aquela obrigatória profecia, chama a atenção o fato de que o mundo de “A Bússula de Ouro” é muito próximo daquilo que chamamos de realidade.

E este não seria um mundo se não tivesse um grande conflito. O de “A Bússula de Ouro” concentra dois elementos que são bastante contraditórios: a fé e a ciência. De um lado, o Magistério com sua vontade de controlar os seres humanos. De outro, os estudiosos que lembram ao primeiro time que a influência deles não será aceita tão facilmente.

No meio disso, encontramos a garota órfã Lyra Belacqua (a talentosa Dakota Blue Richards, que faz a sua estréia como atriz). Criada pelo tio Lorde Asriel (Daniel Craig) na Faculdade Jordan, Lyra – como toda criança – é bastante curiosa e tem avidez pelo conhecimento. Quando é tomada como protegida por Marisa Coulter (Nicole Kidman), criadora do projeto que molda crianças de acordo com a vontade do Magistério, Lyra se revela uma predestinada. Escolhida como a guardiã da última Bússula de Ouro do universo (o objeto é bastante cobiçado pelos membros do Magistério, pois tem a capacidade de revelar a verdade absoluta), Lyra tem como primeira luta acabar com o projeto de Coulter – e, conseqüentemente, resgatar seus dois amigos Billy Costa (Charlie Rowe) e Roger (Ben Walker).

“A Bússula de Ouro” não é uma adaptação tão redonda quanto a trilogia “O Senhor dos Anéis”. Ou possui uma história tão violenta quanto “As Crônicas de Nárnia – O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa”. E isso, necessariamente, não é um bom sinal. A excelência técnica do filme – em que se destacam a fotografia de Henry Braham; a direção de arte de Dennis Gassner, Richard L. Johnson, Chris Lowe e Andy Nicholson; os figurinos de Ruth Myers e os efeitos visuais – não consegue mascarar o grande problema de “A Bússula de Ouro”: o roteiro. Com exceção de Lyra Belacqua e do urso cachaceiro Iorek Byrnison (dublado por Ian McKellen), os personagens restantes são muito mal construídos. Isso é notável nos casos de Marisa Coulter, Lorde Asriel e da feiticeira Serafina Pekkala (a francesa Eva Green). Se os produtores de “A Bússula de Ouro” prestarem atenção ao filme, saberão que este é o elemento a melhorar nas continuações.

Cotação: 6,5

A Bússola de Ouro (The Golden Compass, EUA, Inglaterra, 2007)
Diretor(es):
Chris Weitz
Roteirista(s): Chris Weitz com base no livro de Philip Pullman
Elenco: Nicole Kidman, Daniel Craig, Dakota Blue Richards, Ben Walker, Nonso Anozie, Eva Green, Jim Carter, Tom Courtenay, Charlie Rowe, Clare Higgins, Steven Loton, Sam Elliott, Simon McBurney, Jack Shepherd, John Bett



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