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Emmy 2008 – Best Actor in a Drama Series*

publicado em:17/09/08 10:51 PM por: Kamila Azevedo Prêmios

* Alguns comentários podem conter spoilers.

Gabriel Byrne como Dr. Paul Weston, “In Treatment” (HBO)
Histórico no Emmy: Primeira indicação
Episódio: “Paul and Gina: Week 4”

Uma das novas séries mais interessantes da temporada 2007-2008, “In Treatment” se apóia na dinâmica que se estabelece entre paciente e terapeuta. Um dos lados mais peculiares deste programa é nos mostrar que os psicólogos/psiquiatras também precisam de momentos para desabafar, para se encontrarem e para obterem respostas àquilo que os aflige. O Dr. Paul Weston encontra isto nas suas sessões semanais com a Dra. Gina Toll (Dianne Wiest), sua ex-supervisora. O episódio que Gabriel Byrne submeteu ao Emmy 2008 acontece em uma semana particularmente difícil para seu personagem – após a tentativa de suicídio de Sophie (Mia Wasikowska) e depois que sua esposa Kate (Michelle Forbes) decide viajar para Roma com o amante. Apesar da sessão gravitar em torno destes temas, Paul sempre acaba voltando para aquilo que o levou a procurar Gina: o amor que sente pela paciente Laura (Melissa George). Paul precisa de alguém que lhe diga que não é anti-ético ou imoral querer amá-la. É justamente nestes momentos de maior vulnerabilidade que a atuação de Gabriel Byrne deixa de ser sutil e passa a refletir os desejos de um homem desesperado em reencontrar aquilo que anda perdido. É um episódio – e uma atuação – que podem encantar os votantes do Emmy, já que muitos poderão se identificar com os conflitos vividos por Paul Weston. No entanto, acho que será difícil o ator vencer pelo seu trabalho no primeiro ano de “In Treatment”.

Michael C. Hall como Dexter Morgan, “Dexter” (Showtime)
Histórico no Emmy: 2 indicações e nenhuma vitória
Episódio: “There’s Something About Harry”

Para quem não está acostumado com o universo no qual se passa o seriado “Dexter”, o personagem-título é um perito da polícia de Miami, que guarda um segredo: ele é um serial-killer. Dexter Morgan segue uma certa ética: ele só mata aqueles criminosos que, de alguma forma, escaparam da justiça. Em “There’s Something About Harry”, o personagem passa por um grande conflito. Na medida em que seu segredo é descoberto pelo Sargento James Doakes (Erik King) – o qual sempre desconfiou dele -, Dexter o pega como refém e tenta fazer com que Doakes seja incriminado pelos crimes que ele mesmo cometeu. Ao mesmo tempo, Morgan é deparado com um segredo envolvendo seu grande mentor: o pai adotivo Harry (James Remar). Michael C. Hall, em sua performance, nunca tenta humanizar Dexter Morgan. O perito/serial killer é um cara frio e calculista, porém extremamente dependente dos relacionamentos com as pessoas as quais mais ama (a namorada Rita e a irmã Debra); determinado e completamente focado em manter sua vida dupla livre de qualquer suspeita. São justamente esta falta de humanização e a frieza do relato de “There’s Something About Harry” que podem manter o ator longe do Emmy de Lead Actor in a Drama Series.

Bryan Cranston como Walter White, “Breaking Bad” (AMC)
Histórico no Emmy: 4 indicações e nenhuma vitória
Episódio: “Pilot”

Conhecido pelo papel no seriado cômico “Malcolm in the Middle”, Bryan Cranston apresenta uma faceta totalmente diferente no trabalho na pele de Walter White, em “Breaking Bad”. O personagem dele é um homem que sempre agiu certo em sua vida. Com dois empregos (professor de química e atendente de um lava-jato), uma esposa grávida (Anna Dunn) e um filho portador de paralisia cerebral (RJ MItte), Walt decide chutar o balde após descobrir que tem uma doença terminal. Interessado em ganhar dinheiro fácil (talvez, para deixar a sua família bem provida após sua morte), Walter monta com um ex-aluno chamado Jesse Pinkman (Aaron Paul) um laboratório para a fabricação da droga crystal meth. A atuação de Bryan Cranston é muito intensa e, ao contrário do colega Michael C. Hall, o ator humaniza seu personagem. Walter não é um herói, mas não é alguém que lhe causará antipatia. E isto é importante, especialmente porque o episódio submetido por Cranston ao Emmy 2008 será visto por pessoas que são familiarizadas ou não com o personagem que ele interpreta em “Breaking Bad”.

Jon Hamm como Donald Draper, “Mad Men” (AMC)
Histórico no Emmy: Primeira indicação
Episódio: “The Wheel”

Atual vencedor do Golden Globe de Lead Actor in a Drama Series, Jon Hamm tinha tudo para ser o favorito para vencer o Emmy desta categoria. O problema foi que ele inscreveu ao prêmio “The Wheel”, um episódio que não é a melhor amostra de seu bom trabalho na primeira temporada de “Mad Men”. Apesar da história de Don Draper, neste episódio, ser muito interessante (ao criar uma campanha publicitária para a Kodak, ele descobre um senso de família que ele não sabia que tinha), quem brilha é January Jones, que interpreta a esposa dele, Betty – e que deveria estar presente entre as pré-finalistas ao Emmy de Best Supporting Actress in a Drama Series. Ao final de “The Wheel”, é dela que iremos nos lembrar – e isto é fatal para as pretensões de Hamm nesta categoria.

Hugh Laurie como Dr. Gregory House, “House” (FOX)
Histórico no Emmy: 3 indicações e nenhuma vitória
Episódio: “House’s Head”

O ator Hugh Laurie é um daqueles que, sozinho, pode ser considerado como o grande responsável pelo sucesso do seriado que estrela. O Dr. Gregory House é um dos personagens mais queridos da televisão atual – e isto se reflete na quantidade de prêmios e indicações que Laurie recebeu pela sua performance no programa. Em “House’s Head”, o personagem está agindo de uma forma ainda mais estranha. Após sofrer um acidente de ônibus, House está com amnésia retroativa (ou seja, perda da memória recente), mas tem uma certeza: a de que ele tem que salvar a vida de uma das vítimas que estavam no ônibus com ele. Na medida em que tenta se lembrar de tudo o que aconteceu e da identidade da pessoa que tem que salvar, House passa por uma experiência que mistura alucinação e realidade. A performance de Laurie é excelente e ele tem um grande trunfo na luta pelo seu primeiro Emmy: o episódio “House’s Head” é um daqueles que fica com a gente mesmo após o seu término.

James Spader como Alan Shore, “Boston Legal” (ABC)
Histórico no Emmy: 4 indicações e 3 vitórias nesta categoria pelas performances no seriado “The Practice” (2004) e “Boston Legal” (2005 e 2007)
Episódio: “The Court Supreme”

Atual vencedor do Emmy de Lead Actor in a Drama Series, James Spader é quase um caso inédito na história do show de premiações. Todas as vezes em que foi indicado, ele venceu. Fazer um episódio na Corte Suprema dos Estados Unidos era um sonho que o roteirista e produtor David E. Kelley (criador de “Boston Legal”) acalentava há um bom tempo. Finalmente, ele conseguiu fazer isto e foi justamente este episódio o escolhido por James Spader para ser submetido ao Emmy 2008. Em “The Court Supreme”, Alan Shore vai auxiliar a advogada Audrey Patterson (Kate Beahan) na apelação de uma condenação de um homem deficiente mental (Matthew Hatchette) à pena de morte por causa de um estupro de uma menina de 8 anos. A performance de Spader, no episódio, não impressiona até o momento em que ele, já na Suprema Corte, começa a fazer a argumentação em prol de seu cliente. A cena é um monólogo de 10 minutos, muito bem escrito por Jonathan Shapiro e David E. Kelley. São momentos como este que dão um Emmy a um ator.

Rankings:
1. Hugh Laurie, House
2. Bryan Cranston, Breaking Bad
3. Gabriel Byrne, In Treatment
4. James Spader, Boston Legal
5. Jon Hamm, Mad Men
6. Michael C. Hall, Dexter

Quem vai vencer? Hugh Laurie. Um dos atores mais queridos da televisão norte-americana vai receber o reconhecimento máximo pelo excelente trabalho que realiza em “House”
Fique de olho em: Bryan Cranston, que combina performance intensa com um personagem que causa empatia.
James Spader. Nunca descarte alguém que é, claramente, um favorito da Academia de Artes e Ciências Televisivas.
Jon Hamm. Ele é o ator principal do novo seriado que causou mais impacto em 2008.



Jornalista e Publicitária


Comentários


Assim como Otavio, espero sua crítica!

– Gabriel, “In Treatment”: essa série é maravilhosa e Byrne está ótimo aqui. Sua indicação é justíssima, mas achei que ele ficaria de fora.

– Hugh, “House”: eu não gosto de House e confesso que o doctor me irrita MUITO! Entretanto, reconheço a genialidade de Laurie nesta série. Meu terceiro favorito.

– Brian, “Breaking Bad”: série esnobadérrima. E fiquei muito feliz ao vê-lo indicado, já que sempre apostei no seu talento. Um personagem forte, denso e ousado. Sem dúvida o melhor da lista, pra mim.

– Michael, “Dexter”: devorei a temporada de Dexter e me redimo! Excelente, viu… até acho que Michael pode ser uma surpresa na noite. Meu runner-up!

– James, “Boston Legal”: Boston Legal vai bem , obrigado. Hilária (ahn? Mas está competindo como Drama… fazer o que), mas que assisto meio por osmose. James é um bom ator.

– Jon, “Mad Men”: Mad Men é boooooring que só ela. O cara faz um trabalho direitinho, anyway. Mas não o teria indicado.

Bjos!!

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Daqui, não vejo “Boston Legal” e “Breaking Bad”. Os demais:

Gabriel Byrne- gosto muito de sua performance, mas acho que numa categoria com concorrentes tão fortes ele não tem chance alguma. E não vejo grande coisa no episódio, acho que ele deveria escolher algum episódio com os pacientes, ao contrário de algum com a Gina.

Michael C. Hall- para mim o episódio que ele submeteu é o mais fraco da segunda temporada, portanto foi um erro na minha opinião. De qualquer forma é meu favorito e ficaria feliz com uma vitória, mesmo sabendo que é complicado.

Jon Hamm- a cena comentada é perfeita e a submissão foi excelente. Ainda assim, é uma performance muito sutil para ser notada pelos votantes, mas até que merece o prêmio.

Hugh Laurie- assim como Steve Carell entre as comédias, acho que se premiarem o Laurie agora seria por seu desempenho mais fraco em todas as temporadas de “House” – ainda é uma atuação muito boa, tanto que entrou para minha lista pessoal, mas para mim seria um prêmio de consolação. O episódio, contudo, é excelente mesmo.

VENCE: James Spader (alt. Hugh Laurie)
MERECE: Michael C. Hall (alt. Jon Hamm)

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Kamila, esta postagem me lembra que tenho que comprar “Dexter”, um seriado que estou louquinho para ver. Ah, e já fiz a minha lista de atrizes que me encantam pelo talento e beleza. Anteriormente pensava que só bastava criar uma lista de com dez atores prediletos, rs. Outro dia publico.

Beijos!

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Otavio, vai ser difícil o “Dexter” vencer e estou cheia de textos de filmes acumulados para publicar aqui! Tudo volta ao normal na próxima semana. Beijos!

Kau, não sei se o Michael C. Hall pode ser um runner-up, já que o episódio dele não causa empatia alguma com a gente. Os episódios mais fortes são os de Cranston, Byrne, Laurie e Spader e acho que o vencedor da categoria será um dos quatro. Beijos!

Vinícius, se o Hamm ganhar por este episódio, acharei injusto. Porém, há que se reconhecer o ótimo trabalho dele na primeira temporada de “Mad Men”. E eu acho que o Byrne fez a submissão correta, já que, nos episódios com a Gina, ele tem muito tempo em tela.

Alex, eu acompanhei a primeira temporada de “Dexter” e fiquei muito frustrada quando a série mudou de canal na TV por assinatura. Agora, não posso acompanhar mais, infelizmente. E não tenho saco para baixar as temporadas…. Beijos!

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Se o mundo fosse justo, como disse um amigo meu, Byrne ganharia um Emmy pela sua atuação geral, outro para suas mãos e outro para os seus olhares. É o grande ator do ano. Mas Laurie ja está aí ha 4 anos merecendo um, entao não ficarei tão chateado. E se der zebra com o Michael C. Hall, vou considerar que seja um premio nao apenas por “Dexter”, mas por toda sua genialidade em “A Sete Palmos” tambem.

Abraços!

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Torço muito por Cranston, a atuação dele é fantástica nesse episódio, assim com a série em si.

Meu top, baseado nas submissões seria:

Bryan Cranston
James Spader (submissão muito boa, discurso é só com ele)
Gabriel Byrne (o episódio é ótimo para ele, mas creio que aquele quando enfrenta o Alex seria melhor)
Jon Hamm (preferia o episódio 5-G, quando o irmão dele aparece, mas a cena da apresenação ser ótima)
Hugh Laurie (tinha episódios melhores, mas surpreende no flashback)
Michael C. Hall (escolheu um episódio muito errado, já que a maioria de suas lamentações estão em narrações, e não na atuação em si, o episódio The Dark Defender seria uma escolha muito melhor, e este top seria bem diferente.)

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Hélio, os três que você citou, em seu comentário, acredito que possuem grandes chances de vencer. Como só acompanho regularmente a série do Gabriel Byrne, torço muito para que ele vença, mas não ficaria triste, por exemplo, se Laurie ou Hall vencessem. Abraços!

Pedro, concordo. E acho que ele nunca esteve tão perto de conseguir o Emmy.

Luís Fernando, a Sara não esteve na terceira temporada de PB. Ela voltou agora na quarta.

Lucas, não assisto “Breaking Bad” regularmente, mas gostei muito da atuação do Bryan Cranston. Concordo com seus comentários sobre Spader, Hamm. E todo mundo fala que a submissão do C. Hall deveria mesmo ter sido “The Dark Defender”. E ainda acho que o Byrne acertou na escolha do episódio porque os momentos com Gina lhe dão muito tempo em cena.

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Acho que ganha o Hugh Laurie, já tá na hora!
Mas a minha torcida é pro Michael, disparado!
Estranho que submeteram o melhor episódio de sua interpretação na categoria principal e não na sua. O “The Dark Defender” é o melhor momento do Michael em toda a temporada.

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Matheus, sabia que sua torcida era para o Michael C. Hall. Você é bem fiel aos atores de “Six Feet Under”. 🙂

E repito o que disse ao Lucas: todo mundo fala a respeito de “The Dark Defender”. Eu ainda não assisti ao episódio, mas é unânime a opinião de que esta deveria ter sido a submissão do Michael.

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Grazie per questo argomento

Sfruttate ha molto

E ringrazio coloro su questo sito

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