logo

John Adams

publicado em:5/12/08 2:58 AM por: Kamila Azevedo TV

Se o escritor David McCullough (vencedor de dois prêmios Pulitzer) se especializou no retrato de figuras históricas que não estão mais presentes no mundo em que habitamos; guardadas as devidas proporções, podemos afirmar que o diretor Tom Hooper é o McCullough da televisão – uma vez que a minissérie “John Adams” é o terceiro trabalho dele que tem como base a vida de pessoas que marcaram seu nome na história (o primeiro foi “Elizabeth I” e o segundo foi “Longford”).

 

A minissérie tem como personagem principal o homem que começou como advogado e que, hoje, é considerado um dos mais influentes co-fundadores dos Estados Unidos da América (ao lado de figuras como George Washington, Thomas Jefferson e Benjamin Franklin); aquele que, após servir por dois mandatos como vice-presidente do país, foi eleito o segundo presidente da nação mais importante do mundo. Os sete capítulos de “John Adams” nos mostram alguém que sempre colocou os Estados Unidos em primeiro lugar, um ser cujas atitudes foram totalmente fiéis àquilo em que ele acreditava e uma pessoa que foi sinônimo de coerência.

 

Durante os episódios da minissérie é bom prestar atenção a alguns detalhes que são muito importantes para compreender a personalidade de John Adams (Paul Giamatti): os relacionamentos estabelecidos com a esposa Abigail Adams (Laura Linney) e com o líder político Thomas Jefferson (Stephen Dillane). A primeira foi o grande amor e o maior alicerce da vida de Adams – alguém com quem ele compartilhava todos os fardos e a quem ele escutava respeitosamente. Com o segundo, estabeleceu uma ligação de respeito e amizade mútuas. Foi contra Jefferson (seu vice-presidente) que Adams disputou a reeleição. A campanha suja que resultou na vitória de Thomas foi a responsável pelo esfriamento da amizade entre eles e os dois só vieram a retomar o contato após a morte de Abigail. Uma curiosidade: John Adams e Thomas Jefferson morreram no mesmo dia – 04 de Julho de 1826, feriado em que é comemorado o Dia da Independência dos Estados Unidos, algo pelo qual eles lutaram demais.

 

Minissérie recordista de indicações na história do Primetime Emmy Awards (foram 23, das quais 13 resultaram em vitória), “John Adams” é um programa tão imponente quanto seu personagem principal. Chama a atenção o esmero com o qual a equipe técnica trabalhou, mas o que vai ficar marcado na memória daqueles que assistirem a série é a qualidade do roteiro escrito por Kirk Ellis e as atuações maravilhosas de seu excelente elenco. No final, “John Adams” é uma obra que nos mostra um momento histórico notável vivido pelos Estados Unidos, em que seus políticos eram pessoas nobres, com as melhores das intenções e que lutaram por todas as bases que fundamentam o país hoje.

 

Cotação: 8,5

 

John Adams (John Adams, 2008)

Diretor: Tom Hooper

Roteiro: Kirk Ellis (com base no livro de David McCullough)

Elenco: Paul Giamatti, Laura Linney, Stephen Dillane, David Morse, Sarah Polley, Danny Huston, Tom Wilkinson, Mamie Gummer, Justin Theroux, Rufus Sewell, Zeljko Ivanek



Jornalista e Publicitária


Comentários


Acho que desde “Angels in America” uma mini-série não era tão comentada, premiada e recomendada. Preciso procurar, o elenco é fenomenal…

Ciao!

Responder

Estou ansioso para conferir essa série desde que vi um trailer. Passa na HBO, não é?
Mas acho que terei que esperar.

Abs!

Responder

Parece ser show! O meu problema é que fico esperando sempre algo à altura de Roma. Tenho que parar com isso…

Abraço, Kamila!!!

Responder

Ah Kami, eu vou mais além. Minha nota foi 9,5 e achei esta minissérie estupenda do início ao fim. E não só por ser um deslumbre visual, mas sim por ter sido escrita com tanta maestria e dirigida de forma quase que impecável. O elenco é fenomenal, Giamatti e Linney roubam, fácil, a cena.

Vale lembrar que acho Elizabeth I algo tão incrível quanto John Adams e Longford interessante, mas não tão precioso quanto os outros dois.

Beijos!

Responder

Ultimamente estou sem tanta paciência para ver minisséries, mas “John Adams” parece ser um trabalho de alto nível e sem dúvida o grande reconhecimento nas premiações desse ano aumentam meu interesse para conferir a produção. O que você achou das atuações do Paul Giamatti e da Laura Linney? Alguma chance no Globo de Ouro? Abraço!

Responder

Olá, Kamila! Tdo bem?

Assisti só o primeiro episódio e gostei. Mas depois, parei. Acho que por causa do horário! Agora, quero ver nas reprises e aprender mais! rsrs.

Aliás, esses dias assisti “Autismo: O Musical” e adorei, me emocionei muito. Obrigado pela dica! 😉

Fique bem! Beijos!!

Responder

Já estava com vontade de ver essa minissérie, agora estou mais ainda! =D Já até achei no orkut uns links, assim que sobrar um tempo quero ver essa e Gereration Kill.. dizem que é muito boa também!
bju

Responder

Também ouço falar muito bem desta minissérie… quando eu tiver mais um tempinho vou procurar assistí-la…

Responder

Wally, isso é verdade e acho que esta será uma minissérie fácil de ser encontrada.

Ramon, a série terminou de passar, na HBO, nesta semana. Abraços!

Pedro, “Roma” foi uma série sensacional mesmo. “John Adams” tem uma irregularidade no seu meio, mas é uma série de encher os olhos. Recomendo! Abraços!

Kau, eu sou fã de “Elizabeth I” e de “Longford”. Duas obras sensacionais! “John Adams” só não levou uma nota maior porque achei os capítulos do meio um tanto chatos e de narrativa irregular. Beijos!

Vinícius, Giamatti e Linney estão excelentes e esperava isso deles, por isso me surpreendi mais com o Stephen Dillane, que está maravilhoso como Thomas Jefferson. Acredito que a minissérie continuará a ser indicada e premiada nas categorias principais do GG e do SAG. Abraço!

Cleber, pelo jeito, você não tem HBO? Então, vai ter que esperar mesmo pelo lançamento em DVD.

Mayara, que bom que gostou de “Autismo – O Musical”. É um filme lindo e não deixe de assistir “John Adams”. Beijos!

Marcel, eu, infelizmente, perdi “Generation Kill”, mas todo mundo elogia mesmo os dois programas. Beijos!

Sérgio, assista mesmo!

Denis, parabéns pelo título!

Responder

Hugo, se você perdeu a transmissão da série na HBO, agora vai ter que esperar pelo lançamento em DVD.

Roberto, eu também não gosto de ver nada começado! O Paul Giamatti está excelente mesmo!

Responder

ainda não pude ver todos os capitulos. Faltaram-me alguns iniciais, mas os que vi, me deixaram impressionado, de como a revolução americana, revolucionou um conceito, de que só os nobres poderiam governar um país, embora na Inglaterra de então já houvesse um parlamento com os nobres e os comuns. Pois os comuns dos Estados Unidos fizeram um revolução que tornava obsoleta a nobreza, introduzindo uma outra forma de governo chamada república, que já fora instaurada e derrubada na roma antiga . Isto em 1776, antes da revolução francesa, com sua igualdade, fraternidade, liberdade. Substituir a nobreza por um governo burgues é um grande passo, que só teve condições plenas de realização, na revolução americana, passados quase 2 mil anos da experiência romana.(Marx certamente ilustraria melhor a questão). A revolução que um dia tirará o poder dos 1%, e derrubará os deuses LUCRO,GANÂNCIA,PROPRIEDADE PRIVADA DOS MEIOS DE PRODUÇÃO E LIVRE MERCADO, já foi tentada, teve um relativo sucesso, mas fracassou. Tenho certeza que não se terá que esperar mil anos, para que esta nova sociedade se instale e prevaleça, a não ser que o mundo acabe antes, o que o capitalismo com seu consumismo desenfreado de bens inúteis está tentando continuamente. A mini-serie é muito boa; os atores são ótimos; a reconstituição, de época tb é muito boa, e que notável coincidência Thomas Jefferson e John Adams morreram no mesmo dia, 4 de julho de 1826, exatamente na comemoração dos 50 anos da revolução americana, onde os dois estiveram entre os lprotagonistas principais. Os outros seriam George Wasghinton e Benjamim Franklin.

Responder

Eloi, sim, esta minissérie é excelente, não só do ponto de vista técnico, como também em elementos como atuação e direção. E as quatro personalidades que você destaca, todos, sem exceção, pessoas importantíssimas para a história dos EUA.

Responder

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.