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Fatal

publicado em:13/02/09 9:26 PM por: Kamila Azevedo Cinema

O título original de “Fatal”, da diretora Isabel Coixet, faz referência à elegia, um tipo de poema que possui um tom terno e melancólico e que fala, geralmente, sobre acontecimentos tristes vividos pelo próprio autor ou pela sociedade na qual ele está inserido – de forma que aqueles que entrem em contato com o texto possam encontrar algum tipo de ajuda para enfrentar momentos considerados difíceis.


Quando entramos em contato com o personagem principal do filme, o professor David Kepesh (Ben Kingsley, ótimo) não está passando por uma experiência triste. Pelo contrário, desde que deixou de lado seu casamento e abandonou, em consequência, o único filho (Peter Sarsgaard); decidiu embarcar em vivências frívolas e envoltas da sensação de falsa felicidade, as quais foram representadas pela entrada em um relacionamento amoroso após o outro simplesmente por David ter medo de envelhecer e de sentir o tempo passar.

 

Ironicamente, os sintomas de que a velhice chegou aparecem justamente quando ele encontra Consuela Castillo (Penélope Cruz, na sua segunda boa performance do ano de 2008), uma ex-aluna por quem David se apaixona perdidamente. O professor inicia o relacionamento já pensando no momento em que Consuela, inevitavelmente, se apaixonará por alguém mais jovem e termine tudo com ele. Talvez, por isso, David nunca chega a se entregar por completo à ex-aluna.

 

Inspirado num livro do escritor Philip Roth, “Fatal” pode ser considerado como a primeira boa adaptação de uma obra do autor para o cinema. Isso chega a ser engraçado, já que o responsável pelo roteiro deste filme é Nicholas Meyer, que escreveu as linhas do péssimo “Revelações”, uma outra transposição das palavras de Roth para o cinema. A diferença fundamental é que “Fatal” conta com a diretora espanhola Isabel Coixet, uma especialista em personagens como David Kepesh, que chegam com uma difícil bagagem emocional e que superam seus medos de se entregar, decidindo que nunca é tarde para começar a encarar a vida totalmente de frente.

 

Cotação: 7,0

 

Fatal (Elegy, 2008 )

Diretora: Isabel Coixet

Roteiro: Nicholas Meyer (com base no livro de Philip Roth)

Elenco: Patricia Clarkson, Penélope Cruz, Deborah Harry, Dennis Hopper, Ben Kingsley, Peter Sarsgaard



Jornalista e Publicitária


Comentários


Kamila, esta suas ultimas linhas me lembram a personagem da Nicole Kidman em “Revelacoes”, um filme q ate gostei (nao li o livro). O filme estreou faz um bom tempo aqui, e continua em cartaz em alguns cinemas, mas apesar de ter gostado do trailer, acho q vou esperar pro dvd (vide uns 10 filmes q quero ver, incluindo estreias do ano passado). Bom fds!

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Romeika, eu não gosto de “Revelações”. Acho uma adaptação meia boca… O livro é dez mil vezes melhor. E, esta fase é sempre muito difícil devido aos ótimos filmes que estreiam, a maioria filmes do Oscar… Entendo perfeitamente sua decisão… Bom final de semana!

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Kamila, eu achei “Fatal” bem introspectivo e maduro. Só achei que a direção da Isabel Coixet foi bem simples, podia ter inovado um pouquinho…

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Assim como o Matheus também achei a abordagem do filme bem maduro, e a simplicidade na direção da Coixet não atrapalha em nenhum momento o filme pois a história se segura por si só. Gosto do elenco e também do final. Apesar de ser uma narrativa que emociona, nada soa exagerado ou busque essa emoção de qualquer forma. Na medida certa.

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Matheus, concordo com seu comentário sobre a direção da Isabel Coixet.

Rafael, exatamente. Não poderia ter falado sobre este filme de melhor forma. 🙂

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O que mais chamou minha atenção neste filme foi os elogios que ele recebeu em relação às atuações, especialmente por parte da Cruz. Não conferi ainda, pois não estreou por aqui, mas é um filme que certamente eu quero assistir.
Um beijo!

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Parece ser muito bom esse filme.
Ben Kingsley estava se envolvendo em muito filme de qualidade duvidosa recentemente, mas parece que ele acertou dessa vez.

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Graaaaaaças a Deus que até que fim o talento de Cruz desaflora de vez. Depois de Volver e Vicky Cristina Barcelona, não fica muito dificil prever que mesmo sendo um filme que falta em ousadia, é recompensado com uma belissima interpetação …

Vou ver em breve …
Kisses!

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Eu adorei os dois de Coixet que vi até então. Ou seja, quero muito ver este, mesmo que pelos comentários não aparente ser tão bom. Deve valer mesmo pelos atores.

Ciao!

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Não vi este aí ainda, mas só ouço elogios em relação a Penélope Cruz e Ben Kingsley. Quando o encontrar na locadora não deixarei de levar…

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É, o título nacional é fraquíssimo, juro que pensei que se tratava de alguma coisa no estilo de “Atração Fatal” quando comecei a ver – tudo culpa do “Fatal”, hahahaha. Também considero esse “Elegy” um filme bem melhor que “Revelações”, por exemplo. Vale mais pelo elenco, especialmente a Cruz que me surpreendeu completamente. Abraço!

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Weiner, as atuações deste filme são, sim, de alto nível e “Fatal” é uma obra que recomendo com louvor. Beijo!

Cassiano, nossos tradutores adoram desvirtuar os nomes originais dos filmes… É uma beleza!!!

Ibertson, o Ben Kingsley é um ator que acho muito interessante, pela capacidade que ele tem de se envolver em projetos como esse e interpretando personagens que eu não imaginaria serem feitos por ele.

João Paulo, confesso que eu pensava que a Penelope seria uma Salma Hayek espanhola. Teria aquele papel único e seria reconhecida com uma indicação ao Oscar, mas não voltaria à premiação… Que bom que eu estava errada em relação à ela. Beijos!

Wally, eu adoro a Isabel Coixet e não se engane. Este é um bom filme. Assista sem medo.

Rafael Moreira, não deixe mesmo!!!

André Renato, eu também gosto muito do Philip Roth. Seus livros são de leitura indispensável.

Vinícius, eu também pensava que se tratava de algo nesse estilo, por causa do título… 😉 E concordo com seu comentário. Abraço!

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Olá, Kamila! Tudo bem?

Não vi “Fatal” ainda, mas este mês virá em DVD e locarei ele, parece ser bom mesmo!

Beijos! 😉

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Pedro, eu fui assistir a este filme sem expectativas e acabei gostando muito dele. Abraço!

Mayara, tudo bem, obrigada. E com você? Espero que goste de “Fatal” quando o assistir. Beijos!

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Se ela continuar a pegar bons projetos que fazem com que ela seja reconhecida como Penelope Cruz, a atriz. do que a gostosa … é bom demais …

E que o rumo continue assim … acho que as férias em Fernando de Noronha que ela tirou … deu sorte a ela …

EIIIIIIITCHA terrinha pé-quente!

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João Paulo, o Pedro Almodovar que deu sorte para a Penélope. Depois de “Volver”, a carreira dela se modificou por completo.

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[…] Divulgado o Teaser Trailer de “Los Abrazos Rotos” Fevereiro 23, 2009 Posted by Kamila in Trailers. trackback Quando subiu ao palco do Kodak  Theater, na noite de ontem, para receber o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, uma emocionada Penélope Cruz falou a respeito daquele que pode ser considerado o mentor da sua carreira: o diretor e roteirista Pedro Almodóvar. E a atriz deve muito à ele, uma vez que foi, através da aclamada performance em ”Volver”, que a espanhola viu sua carreira como atriz mudar por completo e ela passou a ser um nome respeitado e que recebe papéis como os que interpretou em “Vicky Cristina Barcelona” e “Fatal“. […]

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Depois de ver os sublimes “A vida secreta das palavras” e “Minha vida sem mim”, criei um respeito descomunal pela Coixet… e ver Coixet dirigindo uma das minhas Top 10 atrizes, é algo que anseio muito pra ver…

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