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Grey Gardens

publicado em:27/10/09 10:46 PM por: Kamila Azevedo TV

Em 1975, os diretores Ellen Rovde, Albert Maysles, David Maysles e Muffie Meyer lançaram um documentário chamado “Grey Gardens”, o qual falava a respeito da vida excêntrica e peculiar vivida por duas ex-socialites chamadas Edith e Edie Beale, respectivamente, tia e prima de Jacqueline Bouvier Kennedy Onassis. A história delas ficou conhecida após elas serem ameaçadas de expulsão pela polícia por causa da péssima condição sanitária da casa de campo na qual viviam reclusas. 

O telefilme “Grey Gardens”, do diretor Michael Sucsy, enfoca justamente o momento em que Albert e David Maysles bateram na porta de Edith Beale (Jessica Lange, vencedora do Emmy 2009 de Melhor Atriz num Telefilme ou numa Minissérie) e sua filha Edie (Drew Barrymore) – até porque foi por este instante que elas esperaram a vida inteira. A razão por trás de tanta felicidade com a visita inesperada dos irmãos nos é explicada no decorrer do desenvolvimento da trama do telefilme. 

Acontece que, apesar de ter casado com um homem rico (Ken Howard, vencedor do Emmy 2009 na categoria de Melhor Ator Coadjuvante num Telefilme ou numa Minissérie), que lhe sustentava e dava liberdade para ela fazer o que bem entendesse, Edith tinha uma alma boêmia e sonhava em ser cantora e estrelar números de cabaret. Como este foi um desejo nunca realizado por ela, Edith meio que transferiu esta sua frustração para a única filha. O resultado: Edie cresceu com a vontade de ser cantora, atriz e dançarina e teve, em vida, uma trajetória totalmente errante sempre em torno deste rumo que ansiava seguir. 

Além de compartilharem o mesmo nome, laços sanguíneos e os mesmos desejos de estrelato, Edith e Edie também possuíam outra coisa em comum: as duas eram donas de personalidades bastante excêntricas. E é justamente esse elemento um dos pontos mais altos de “Grey Gardens”. Observando as duas, eu me lembrei instantaneamente de Norma Desmond, personagem principal de “Crepúsculo dos Deuses”, do diretor Billy Wilder. Assim como Norma, Edith e Edie são mulheres relíquias, que vivem numa casa museu e anseiam por algo que é quase impossível de acontecer. Elas vão ter aquele único momento de glória e só – o que chega a ser melancólico de se ver. 

Obra indicada a 17 Primetime Emmy Awards 2009 (dos quais venceu 6), “Grey Gardens” é um telefilme que tem uma excelente qualidade técnica e se apoia, acertadamente, nas performances de suas duas atrizes principais. Fazia tempo que Jessica Lange não tinha um papel tão rico quanto esse. Quanto à Drew Barrymore: a atriz tem mais uma chance de mostrar seu talento para a atuação. A personagem dela é a alma desse telefilme e Drew levou tudo tão a sério que até cantar ela topou – lembrando que ela foi a única do elenco de “Todos Dizem Eu Te Amo”, musical de Woody Allen, a ter se recusado a cantar no filme.

 Cotação: 8,0

Grey Gardens (Grey Gardens, 2009)
Diretor: Michael Sucsy
Roteiro: Michael Sucsy e Patricia Rozema (com base na história de Sucsy)
Elenco: Drew Barrymore, Jessica Lange, Daniel Baldwin, Ken Howard, Jeanne Tripplehorn



Jornalista e Publicitária


Comentários


É HBO?
Se for … será aquela velha história de sempre … simbolo de qualidade.
Drew Barrymore vive uma boa época de sua carreira já que seu filme de estreia é elogiado pela critica (Whip it tem a Ellen Page, Kristen Wiig, a propria Barrymore e Marcia Harden no elenco e com 80% de aprovação no Rotten) e nesse filme.

É por projetos dificeis e ousados que vimos que muitos atores são apenas um rosto bonito … desta vez Barrymore teve mais um ótimo momento em sua carreira.

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Bruno, vale muito a pena ver!

João Paulo, HBO, sim! A Drew, realmente, vive um bom momento na carreira!

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Puxa, pena que não tenho HBO! Mas deve ser muito melhor que alguns filmes cotados para o Oscar 2010.

Bjs!

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Otavio, isso eu não sei te responder, até porque ainda preciso assistir a alguns dos filmes cotados para o Oscar 2010. Mas, de qualquer forma, é um belo telefilme. Não sei por quê, sinceramente, obras como essa não conseguem ser feitas na grande tela. Beijos!

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Putz, Kamila, vc roubou meu comentário (rsrs) “It´s not tv, it´s HBO”
Gostei desse filme tb. Principalmente de Jessica Lange que precisava de um bom material já há algum tempo. Gostei do seu insight sobre crepúsculo dos deuses. Nada como ser cinéfila por natureza, não é mesmo?(rsrs)
bjs

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Caraca, como eu gostei desse filme, para mim foi uma das melhores coisas nesse ano. E me surpreendeu muito. Eu já tive a oportunidade de assistir o documentário original, e é algo assustador de vê como essas mulheres viviam em um lixão, literalmente, e que mesmo assim tinha essas personalidades tão exóticas. Um primor. No filme acho que tudo isso foi passado tão perfeitamente que o telespectador que sabe da história verídica se envolve com a trama, e pá. Muito bem feito, produzido, atuado (para mim quem deveria levar o Emmy era Drew e não Lange), com a fotografia linda, e uma trilha sonora perfeita. Acho que assim termina a tríade de ‘Grey’ porque já teve o doc., o musical (que também é algo maravilhoso e que ganhou vários Tony’s, acho que foi em 2006, não lemro bem) e esse ótimo filme. Três trabalhos muito bem feitos, executados e merecidamente reconhecidos pelas premiações.

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Boa tarde Kamila,
tudo bem ?

Primeiramente, gostaria de lhe parabenizar pelo blog. um ótimo trabalho por sinal!

Meu nome é Victor Figueiredo, sou o responsavel pela área de parcerias do site http://www.adorocinema.com.br
Estou interessado em conversar um pouco com você para alinharmos as possibilidades de trabalho entre ambos os sites.

Abaixo segue o meu email de contato. No aguardo do seus comentários.

Um abs e obrigado,
Victor Figueiredo

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Reinaldo, obrigada! 🙂 Beijos!

Luís, o documentário original passou na HBO, mas eu não consegui assistir. Eu concordo que Drew deveria ter levado o Emmy, mas a Jessica prevalece por ter mais nome, digamos!

Victor, tudo bem, obrigada. E com você? Obrigada pelo contato, só que você não deixou teu e-mail. Poderia mandar a mensagem novamente? Abraços! 🙂

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Estou com este filme pra ver faz meses, parece ser otimo, nao? E admiro a little Edie Beale, pelo pouco que li. Ela nunca deixou de injetar glamour e estilo no seu dia a dia, mesmo nos momentos dificeis.

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Kamila, concordo plenamente com seu texto. Vendo aquela situação de Edith e Edie, tem vezes que pensei comigo mesma: “Bem que a Jacqueline poderia dado uma boa ajuda a elas…” Òtimo telefilme, Jessica e Drew estão soberbas. E se fosse lançado no cinema seria um belíssimo filmão, rsrs.

Beijos! 😉

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Romeika, é ótimo mesmo! A Little Edie é uma figura! 🙂

Cassiano, é uma obra muito boa! Recomendo!

Mayara, obrigada! E concordo contigo. Deveria ter sido lançada no cinema. Beijos!

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Como de costume a HBO está de parabéns por continuar apostando nesse tipo de produção. Mesmo que “Grey Gardens” não seja perfeito, é um filme que tem uma qualidade muito superior a boa parte dos longas lançados nos cinemas. E Drew Barrymore provou ser uma grande atriz, espero que apareçam mais papéis como esse em sua carreira.

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