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Distrito 9

publicado em:30/10/09 10:24 PM por: Kamila Azevedo Cinema

A realidade na qual se passa o filme “Distrito 9”, de Neill Blomkamp, é muito interessante. Estamos em Johanesburgo, capital comercial da África do Sul, aonde, há 20 anos, uma nave espacial está parada nos céus. Os alienígenas que ali vieram moram isolados na área que dá nome ao filme e que parece um mundo próprio com suas regras, relações comerciais e de poder todas bem definidas. Quando a trama começa, estamos num ponto crítico da relação entre humanos e aliens. A violência, a intolerância, o apartheid estão no seu ápice e algo precisa ser feito.

É aí que entra a Multi-National United, que é a organização responsável por fazer o reassentamento dos alienígenas que vivem no Distrito 9. Liderados por Wikus Van DeMerwe (Sharlto Copley, numa sensacional atuação), os agentes da MNU invadem o Distrito 9 como se estivessem entrando em uma zona de guerra. Além das casualidades da batalha, aliens são pegos como cobaias dos estudos armamentistas feitos pelo órgão – expondo aquela que, talvez, seja a verdadeira intenção deles. Aqui, podemos encontrar a primeira constatação do filme: o homem tem por necessidade a vontade de compreender os fenômenos e as diferentes espécies de forma a poder agir e se apropriar deste conhecimento de forma adequada e que lhe dê uma certa vantagem. 

A outra grande constatação de “Distrito 9” acontece quando o próprio Wikus é vitimizado pela batalha travada na área. Ele vira um híbrido, misto de homem e alien e vai experimentar na pele o que seus antigos alvos sentiam. Interessante perceber aqui que a mudança de ponto de vista não ocorre para fazer com que Wikus vire alguém melhor. Pelo contrário. A transformação, a relação que Wikus estabelece com o alien Christopher atendem ao instinto dele de sobrevivência e de poder voltar são e salvo para a esposa que ele tanto ama. Mais uma vez, temos o egoísmo do homem falando mais alto. 

Ficção científica que mistura ação com drama, romance e documentário, “Distrito 9” é um filme que chama a atenção por colocar vários temas interessantes em discussão – o que chega a ser até um problema, porque é difícil pro filme manter certa profundidade ou passar, digamos, uma mensagem. Entretanto, o que dá para a gente tirar do longa é que ele oferece pontos interessantes sobre a falta de entendimento e de comunicação entre as pessoas e especialmente ao destrinchar por completo a personalidade dos diversos seres que passam pela obra, independente de suas formas e feições. O que ficamos sabendo é que não existem distinções entre nossos instintos e motivações. Por isso, assistir “Distrito 9” é uma experiência um tanto fascinante – justamente para vermos todas essas interações expostas na grande tela.

Cotação: 7,5

Distrito 9 (District 9, 2009)
Diretor: Neill Blomkamp
Roteiro: Neill Blomkamp e Terri Tatchell
Elenco: Sharlto Copley, Jason Cope, Nathalie Boltt, Sylvaine Strike



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Comentários


7,5 você é muito má! rsrsrs
É um dos melhores filmes que vi neste ano, é uma aula de sociologia sensacional!
Bom Final de Semana!

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Também acho o filme interessante, mas o diretor fraquinho estragou parte da diversão.

Bjs!

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Bruno Gonçalves, não sou má, não! É só minha nota sobre o filme. rsrsrsrs Bom final de semana!

Bruno Soares, concordo! Beijos!

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Os tema mencionados em seu texto é o que mais me interessam no filme, além de ter o nome do Peter Jackson na produção.

Beijos e tenha um ótimo fim de semana! 😉

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É, sem sombra de dúvidas, um dos filmes de 2009. Pelo hype, pela originalidade da proposta e pelos efeitos que o longa provoca em muitos espectadores. Além de mostrar o tino de Peter Jackson para a produção.

Eu gostei bastante da fita.

Bjs

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Mayara, obrigada. Beijos e ótimo final de semana!

Reinaldo, eu acho o longa bem superestimado, pra dizer a verdade! Beijos!

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É, o filme é bão! Mas quero ver o final da história… E esse Sharlto Copley é um ótimo ator! Que surpresa!

Bjs! Bom feriadão de novo pra você! Nunca é demais…

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É sem dúvidas um filme que trata sobre os mais diversos temas, e que consegue, com a ótima atuação de Sharlto Copley, chegar a um final sem atropelos, e mostrando que têm fôlego para mais um.
Uma ficção que inovou e conseguiu ‘politizar’ o gênero sci-fi, como poucos conseguiram

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Otavio, o Sharlto Copley é excelente! Uma atuação totalmente natural. Já pensou se o Oscar nota uma coisa dessa? Ia ser sensacional! Beijos e bom feriadão pra você!

Luís, uma continuação seria bem vinda, até porque eu acho que “Distrito 9” terminou num anti-climax… Fiquei sentindo gosto de quero mais!

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Como fã do gênero fico ainda mais fascinado com esse tipo de história, tanto que fiquei “vidrado” na tela durante as duas horas de filme. Quanto ao Sharlto Copley, acho que sua atuação é o grande destaque e até merecia chegar ao Oscar – e, num ano tão estranho como esse, não custa sonhar, haha.

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Kamila , eu gostei do filme mas realmente achei que a segunda parte do filme se perde em algumas conevnções do gênero. Mas é longe de ser um filme ruim. A “mensagem” é poderosa e bastante atual,

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Vinícius, não custa nada sonhar mesmo! Eu acho que o Sharlto merecia uma indicação pela sensacional atuação!

Alexandre, exatamente! É longe de ser um filme ruim, apesar de se perder um pouco na trama, e a mensagem é muito atual!

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Kamila, gostei bastante da sua resenha e continuo com boas expectativas acerca do filme.

“o que dá para a gente tirar do longa é que ele oferece pontos interessantes sobre a falta de entendimento e de comunicação entre as pessoas”

falta de comunicação e entendimento provavelmente é um dos piores problemas da sociedade! quero ver como isso fica no filme.

até logo!

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Oi Kamila, eu achei o filme extremamente elementar, se não fosse a temática, não sei o que seria dele. Recomendo que as pessoas o vejam em casa, ir ao cinema para vê-lo não será uma boa experiência, ainda mais quando vi nesse ano, Bastardos Inglórios. Também não consegui ver uma boa perfomance do Sharlto Copley, bem mediano.

Abraço.

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Doc Brown, obrigada! Eu concordo contigo: a falta de comunicação e de entendimento é o pior problema que podemos enfrentar. Ter comunicação e compreensão nos salvaria de cada encrenca. Até logo!

Santiago, nossa eu discordo bastante de você! Abraço!

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Um dos melhores do ano, na minha opinião. Além da questão sociológica e tals, tem porrada de sobra, hehe.

Beijo grande! =*

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Marcus, discordo que seja um dos melhores do ano. Apesar de suas qualidades, é um filme um tanto superestimado! Beijo!

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Quanto a ambientação da ação dramática, Distrito 9 mostra-se um filme muito confiante de seu próprio engajamento. Sobra, também, na interpretação do protagonista. Gostei bastante, mas para “melhores do ano” não deu.

Até mais, Kamila!

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Após o fracasso na adaptação para o cinema do jogo de videogame Halo, que seria dirigido por Neill Blomkamp, Peter Jackson (Senhor dos Anéis) procurou o Diretor e lhe ofereceu US$ 30 milhões para que rodasse o que quisesse. Peter Jackson gastou apenas 30 milhões e em 2 dias o pagou. Está faturando uma fortuna pelo mundo. É uma das melhores ficções já feitas e um dos acontecimentos cinematográficos do ano. O roteiro inicia quando 20 anos atrás uma raça alienígena, com sua nave, aporta na África do Sul, sob a cidade de Johanesburgo, mas no lugar de uma infiltração bélica ou a busca por divisão de conhecimentos. Os extraterrestres só buscavam um lugar para viver após abandonarem seu planeta natal. Instalados no Distrito 9, as nações não chegaram a uma conclusão do que fazer com os novos inquilinos do planeta Terra e passaram o controle dos refugiados para uma empresa privada chamada Multi-National United (MNU), que por sua vez está mais interessada em roubar os segredos bélicos dos extraterrestres do que na sua própria segurança. Em meio a toda esta tensão Wikus Van Der Merwe, um operativo MNU, acaba contraindo um vírus alienígena que começa a mudar seu DNA, tornando-o possivelmente a chave pelo controle tecnológico alienígena. Wikus passa a ser a pessoa mais procurada do planeta e só há um lugar onde pode se esconder – o Distrito 9, controlado por uma gangue de nigerianos. Como um documentário, usa câmeras de mão, imagens semelhantes às de câmeras de segurança e simulacros de noticiários, tudo isso misturado com ação sangrenta e muito tiroteio. A história é perfeita e os efeitos especiais surpreendentes, se houvesse mais filmes como esse o mundo do cinema seria muito mais interessante. Vai esquecer que é humano e torcer muito pelos “camarões”, principalmente por um alienígena esperto, disposto a tudo para voltar para casa. É uma mistura de Alien: O Oitavo Passageiro, Vampiros de Almas, Cloverfield e Independence Day. Ficção-científica genuína te apanha imediatamente e não te solta até o último minuto. A direção de Blomkamp é do mais alto nível e inteligente. Nota: 10,0

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