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Lendo – “Mano Celo – O Rapper Natalense”

publicado em:21/12/09 10:52 PM por: Kamila Azevedo Livros

” (…) Mano Celo não se abala. Continua rimando. Bola pra frente. A vida é assim mesmo. Sempre haverá opositores em todos os flancos. De um lado, a podre elite potiguar da qual, mesmo a contragosto, faz parte; de outro, os irmãos da periferia, que encaram, com reserva, sua origem privilegiada. Você, que ainda não ouviu seu som, fique ligado. Mano Celo é hip-hop na veia e está por aí. Ele frequenta os becos escuros da Ribeira e faz seus shows nos mais fétidos buracos de Natal. E se você for da banda podre da elite potiguar, cuidado, Mano Celo está de olho em você”. (p. 14) 

O jovem escritor, jornalista e redator publicitário Carlos Fialho é daqueles que faz sem esperar que alguém abra as portas para ele. Juntamente com os amigos Patrício Júnior, Thiago de Góes e Daniel Minchoni criou o selo literário “Jovens Escribas”, que tem o objetivo de publicar livros de jovens talentosos autores norte-rio-grandenses que não conseguem espaço nas editoras. Por este selo, foram publicados os três livros de sua autoria: “Verão Veraneio – Crônicas de uma Cidade Ensolarada”, “É Tudo Mentira! – Histórias Inverídicas de um Autor Falso e Fingido” e este “Mano Celo – O Rapper Natalense”. 

Em “Mano Celo – O Rapper Natalense”, encontramos uma reunião de críticas em que Carlos Fialho destrincha seu olhar irônico e crítico para a realidade da cidade de Natal-RN, a qual ele conhece muito bem. Porém, em especial, o jovem autor coloca o foco na elite natalense, nos seus costumes e naquilo que faz dela um grupo extremamente peculiar. O que é interessante perceber é que Fialho não tem medo de mexer com ninguém e, se você for uma figura bem circulada na cidade, vai conseguir reconhecer vários tipos e casos que são citados em seus contos. 

O personagem principal do livro é produto da realidade que a obra aborda. Marcelo Maurício Rodrigo de Paula Faria Dutton. Fruto da união de duas das famílias mais tradicionais da cidade, porém alguém que parece se sentir estranho no mundo em que vive. Ele passa a se utilizar do rap para denunciar a injustiça social e os excessos cometidos pela elite potiguar. Um outro ponto interessante do livro é ver que, apesar de Mano Celo ser o protagonista desta obra, ele divide espaço com outras histórias, outros personagens, que acabam compondo um (perdão pelo trocadilho) rico retrato daqueles que, para citar um famoso colunista social daqui, “são, dos que querem ser, dos que pensam que são”. 

Por ser um livro de leitura gostosa, por ter um texto bastante fluente, “Mano Celo – O Rapper Natalense” deveria ser uma daquelas obras que, com certeza, seriam total objeto de recomendação para todo tipo de gente. Entretanto, por tratar de uma certa realidade, que vai fazer muito mais sentido para aqueles que a conhecem, a leitura do livro pode ser complicada para outras pessoas – apesar de que eu não acho difícil que alguém de São Paulo, Pernambuco que leia essa obra identifique certos tipos presentes aqui. De qualquer maneira, fiquem com um aperitivo deste livro, a crônica “A Fábula das Duas Cantoras“, um dos hits do blog que Fialho publica no Portal Diginet – e, o melhor, não é preciso ser natalense para reconhecer de quem ele está falando!

Mano Celo – O Rapper Natalense (2009)
Autor: Carlos Fialho
Editora: Selo Jovens Escribas



Jornalista e Publicitária


Comentários


Olá, Meu nome é Thays Py e trabalho na Agência de Comunicação Núcleo da Idéia.
Gostaria de ter o seu e-mail para que possamos fazer contato para parceria.

Desde já agradeço.

Thays Py
mkt7@nucleodaideia.com.br

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Parece ter uma temática bem interessante, em especial para quem mora na cidade – mas eu, que sou de Pernambuco, também fiquei curioso, hehe.

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Vinícius, lê os textos que o Fialho publica no blog dele, porque são bem parecidos com os de “Mano Celo”.

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