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Guerra ao Terror

publicado em:16/02/10 9:06 PM por: Kamila Azevedo DVD

Dirigido por Kathryn Bigelow, “Guerra ao Terror” é o primeiro filme sobre a mais recente Guerra do Iraque a obter repercussão suficiente a ponto de ser considerado a melhor obra sobre o conflito até então. As razões por trás disso são muito simples, mas a principal delas, com certeza, foi a opção da diretora por fazer o relato de uma história que deixa de lado os saturados motivos políticos da batalha e que joga o olhar sobre os homens que vivem o dia a dia da Guerra, nas ruas quentes de Bagdá. 

O roteiro escrito por Mark Boal enfoca os 40 dias dos soldados de uma determinada companhia antes da rotação que os leva de volta para casa, nos Estados Unidos. Acompanhamos a rotina diária desses soldados; a maneira como eles lidam com as diferentes ocorrências que enfrentam; e, especialmente, a forma diversa com que cada um deles encara a responsabilidade do papel que ali eles devem cumprir, o peso da farda que eles vestem e o que ela implica. 

Neste sentido, ficamos de olho em três experts na parte do desarmamento das bombas que são plantadas pelos insurgentes iraquianos contra as forças norte-americanas. O Sargento Sanborn (Anthony Mackie), o Sargento James (Jeremy Renner, indicado ao Oscar 2010 de Melhor Ator) e o Especialista Eldridge (Brian Geraghty) ficarão juntos o dia inteiro, tentarão trabalhar como uma equipe, tentarão ficar unidos, tentarão chegar vivos – e sãos – ao final de cada dia, tentarão ter a coragem de tomar as decisões corretas, porém o adversário deles é maior do que as bombas que eles enfrentam: é a adrenalina da guerra, o barato de brincar com o perigo, com o limite tênue entre a vida e a morte, com a curiosa sensação de se sentir vivo ao ver a morte de perto. 

Aqui, temos o primeiro dos pontos altos de “Guerra ao Terror”: o fato de que o filme consegue equilibrar bem esse lado psicológico com a parte da ação da guerra. Ao dividir o roteiro de Mark Boal em mini-histórias quase independentes umas das outras, a diretora Kathryn Bigelow dá dinamismo e agilidade à sua obra, a ponto de você se sentir um quarto membro da equipe de militares e totalmente inserido dentro da rotina vivida por Sanborn, James e Eldridge. 

O segundo ponto alto de “Guerra ao Terror” é a direção de Kathryn Bigelow. Se você não soubesse que está diante de um filme dirigido por uma mulher, você diria que esta é uma obra saída da mente de um homem. Pensamento machista, eu sei. Porém, Kathryn vai além de tudo isto. Ela mostra a dureza da guera e do dia a dia dos seus personagens, mas também sabe olhar o lado interior daqueles homens, fazendo com que a gente passe a se importar com eles. Fora algumas tomadas brilhantes que ela faz, como as vistas no eletrizante prólogo do filme.

Indicado a 9 Oscars 2010, “Guerra ao Terror” chama a atenção, portanto, não só por qualidades técnicas, de roteiro e de atuação (os três atores citados aqui – todos desconhecidos da maioria do grande público – são muito eficientes), mas, principalmente, por ser uma obra extremamente atual – o que não significa que este longa não tem aquele caráter atemporal, pelo contrário. O seu teor documental, a sua cara de registro real serão muito úteis em anos futuros e esta é uma obra que faz totalmente jus a uma daquelas importantes funções do cinema: a de nos ajudar a compreender o mundo em que vivemos. 

Cotação: 9,5

Guerra ao Terror (The Hurt Locker, 2009)
Direção: Kathryn Bigelow
Roteiro: Mark Boal
Elenco: Jeremy Renner, Anthony Mackie, Brian Geraghty, Guy Pearce, Ralph Fiennes, David Morse, Evangeline Lilly, Christian Camargo



Jornalista e Publicitária


Comentários


Eu concordo plenamente. É um filme que trabalha tanto o lado da ‘ação’ da tropa quanto o psico, que talvez seja a grande batalha das guerras. Para mim foi necessário que Bigelow quebrasse algumas barreiras para que entregasse a obra definitiva sobre os conflitos no Oriente. As nove indicações são justas (só trilha eu discordo totalmente), mas é o filme que merecia ser premiado. Ele não precisou de dez anos, nem de novas tecnologias para passar uma mensagem universal de alerta as relação pessoais contemporâneas.

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Esse teor quase documental da obra é o seu melhor aspecto. Fico feliz por surgir um filme de guerra que evita os típicos melodramas vistos do gênero. Um total acerto.

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É sem dúvida um filme diferenciado. Um tema como guerra, seja do Iraque ou do Afeganistão, estão batidos em suas fórmulas em geral, porém Kathryn Bigelow prova que ainda se pode fazer cinema de qualidade do gênero. Deixando machismo de lado, é inegável a surpresa por uma mulher dirigir um filme desses com uma mão tão firme como a dela.

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Luís, eu também discordo da indicação da trilha, até porque a música mal aparece no filme e acho que é o longa que merece vencer na categoria principal do Oscar, além de Direção.

Vinícius, concordo contigo! Um total acerto mesmo!

Yuri, eu sou mulher e estou totalmente surpresa com a qualidade da direção de Kathryn. Ela conseguiu fazer um filme eletrizante, cheio de ação e tensão. Um trabalho notável, o dela!

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Olá, somos da equipe do SET UFAM um programa de cinema feito por universitários do curso de Jornalismo da UFAM, adoramos a sua crítica e desejamos ser parceiro de seu blog.

Abraços

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Kamila, se seguir as dicas acaba virando uma rotina e vc se acostuma. Iluminador tb n usava, to usando agora e é ótimo, principalmente quando é um evento com fotos, ajuda a espelhar certas regiões do rosto, dando uma ilusão de pele perfeita =D

Eu ia ver esse filme no fds, mas meu noivo não quis =///

Vc usa msn ou gtalk?

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SET UFAM, obrigada pela visita, pelo comentário e pela parceria! Abraços!

Mandy, vou tentar seguir suas dicas. Agora, não se assuste se eu disser que nunca tinha ouvido falar em iluminador antes. rsrsrsrsrs Uso MSN!

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Kamila, um texto ecepcional que deve passar justamente o que o filme é de verdade, um filme forte e muito bem dirigido e como você mesmo disse é até o momento o melhor filme sobre a Guerra no Iraque, fico na torcida para que esse leve a estatuera máxima!

Beijos!
PS – Acabo de fazer um post do Jeremy Renner!

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Oi Ka, tudo bem?
Bela critica! Concordo com vc. Guerra ao terror é um belo filme. Um retrato eloquente do conflito, mas não penso que seja o melhor sobre o conflito no Iraque. Acho que recebeu essa pecha por ser um filme de guerra apolítico. Focado apenas em seus personagens. Diferentemente da produção mais recente que aborda o conflito. Contudo, julgo as nove indicações exageradas e tb não julgo esse o melhor filme do ano. É melhor do que Avatar. Ou seja, na briga que parece restrita a eles, torço por esse filme, que é muito mais redondinho (sem apologia a cerveja em tempos de carnaval, rsrs).
bjs

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Adorei a crítica, e o filme. Apesar de ainda ficar com Avatar como favorito nas estatuetas do Oscar, especialmente o de Melhor Filme e Diretor. Só espero que Guerra ao Terror não passe em branco. D:

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Reinaldo, tudo bem, obrigada. E com você? Obrigada! Eu ainda acho “Avatar” melhor que “Guerra ao Terror” e a única indicação que acho exagerada é mesmo a de Melhor Trilha. Beijos!

Alexandre, concordo!

Rodrigo, obrigada. Eu torço para “Avatar” em Melhor Filme e para Bigelow em Direção. Mas, não ficaria triste se desse “Guerra ao Terror”, na categoria principal, no final.

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Bela resenha! Gostaria que o filme fosse tão bom quanto ela. Mas sinceramente acho que falta conteúdo na obra, não passando de mais um filme da guerra do Iraque. Na verdade até acho que o filme é realmente muito bom. Só penso que não é nada tão exepcional para concorrer a tantos Oscars. Contudo, se fosse para escolher entre este e Avatar, meu voto é certo. Guerra ao Terror na cabeça!

Abs!

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Mandy, vou te adicionar!

Ramon, obrigada! Não acho que falte conteúdo a esta obra, pelo contrário. Acho que o filme ganha em dinamismo por não ter, digamos, uma espinha dorsal. Por ter várias histórias dentro dele mesmo. Abraços!

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Kamila, vc está muito política, protegendo a Bigelow e elogiando o filme como os criticos, rsrsrsrs, brincadeira.

Bom, eu acho que esse fator de fugir dos cliches é o ponto alto do filme, alem das qualidades técnicas que sao muito boas.
Só nao acho que a historia seja boa, apesar de ter nos colocado no meio da equipe dos soldados.Mas isso é todo mérito da Bigelow.
Entre ele e Avatar, torço por THE HURT LOCKER.
bjus.

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aiiih, será q esses filmes nunca vão aparecer nos cinemas daqui do Riooo!
Eu realmente fiquei interessado em assistir. Se bem que não é muito meu forte, filmes de guerra… mas na verdaed, eu sempre acabo me rendendo…
Fiquei assustado com a quantidade de Indicações.
Visita meu novo blog?

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Desde que foi exibido no Festival de Veneza (acho que foi 2008) já tinha um certo interesse pelo filme. Mas infelizmente, a distribuidora resolveu lançá-lo direto em DVD como um filme de guerra qualquer, o que deixa meio difícil achá-lo, mas não desisti. Senão, vejo no cinema, que de repente, as cópias por aqui começaram a diminuir. rsrs. Parece maravilhoso mesmo, e não vou desistir da minha caça. rsrsrsrs

Beijos! 😉

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Rogerio, não me achei política demais nesse texto. Só refleti aquilo que ele me fez sentir. Eu gosto da história de “Guerra ao Terror”, ao contrário de você. Beijos!

Têffo, não passou nos cinemas daí??? Esse filme estreou aqui nesta semana! Eu gosto muito de filmes de guerra e visito seu blog, sim!

Mayara, isso, o filme foi exibido há dois anos atrás em Veneza, mas nem o percebi nessa época. Eu dei sorte de alguém copiar o filme para eu assistir e foi só alguém fazer isso para o longa estrear nos cinemas daqui! rsrsrsrs Mas, não desista. Você terá sorte como eu! Beijos!

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Verdade, você definiu brilhantemente a essência do filme e essa dose de adrenalina. Também prefiro Avatar, na verdade, prefiro mesmo Bastardos Inglórios que já está praticamente fora do páreo. Mas, Guerra ao Terror é, sem dúvida, um bom filme. Além do que é uma mulher diretora, né? hehe, vamos acabar com esse clube do Bolinha.

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Olha Kamila(repito esse nome todo dia aqui em casa hehehe),tem 3 filmes que me chamaram a atenção sobre a guerra no Iraque.Stop Loss-A Lei da Guerra(da mesma diretora de Meninos não Choram,não estou lembrando o nome dela),Leões e Cordeiros e No Vale Das Sombras.O filme de Robert Radford eu achei muito manipulativo(bonzinhos de um lado e ruins do outro,não cola né?),Stop Loss eu achei exagerado,sem contar que a presença de Ryan Philippe estraga qualquer filme que tenha um tema sério.E No Vale das Sombras eu achei um filme subestimado pela critica,e a idéia de Paul Haggis era abordar os efeitos que a guerra causa nos familiares,e que muitos soldados não tem idéia do que estão fazendo,e a atuação de Tommy Lee Jones é soberba(pena que no meio do caminho tinha um gênio chamado Daniel Day-Lewis que lhe roubou merecidamente o Oscar naquele ano).Vale resaltar que o roteiro de No Vale das Sombras era de Paul Haggis e Mark Boal(o mesmo de Guerra ao Terror).Agora vamos ao filme.A primeira vez que vi achei um filme normal,não achei nada de espetacular,fique fascinado pela fotografia,achei o ator Anthony Mackie uma revelação(gostei da cena em que ele confessa o medo de não ter um filho,e chora no jipe ao lado de Jeremy Renner,bela cena!),mas o filme não tinha me tocado.Aí fui dias atrás fazer uma revisão.Fui lá na minha estante,peguei o DVD de novo,só que dessa vez ao olhar para a tela eu tinha uma perspectiva que não tive na primeira vez que vi o filme:Guerra ao Terror trata unico exclusivamente dos soldados e o que acontece quando politicos leva uma pessoa para uma situação desumana,com um nivel de tensão absurdo e que a qualquer momento alguem pode ser detonado por um explosivo.E que diferente de No Vale das Sombras(que tende a separar o certo e o errado de uma guerra),Guerra ao Terror não quer relativizar,e sim de uma maneira quase documental,mostrar o inferno que o ser humano chega ao estar o tempo todo diante da possibilidade da morte.E aquela cena em que Jeremy Renner e Anthony Mackie saem no tapa(de inicio era brincadeira,depois eles brigam mesmo)mostra que a adrenalina esta a todo vapor e em algum momento eles simplesmente nem sabe o que estão fazendo ali.Achava No Vale das Sombras melhor,mas entendi que a abordagem é diferente.O filme de Paul Haggis é sobre quem fica nos Eua(e a dor de a qualquer momento perder um filho ou parente)e Guerra ao Terror é sobre quem vai para o Iraque.Após essa revisão,gostei mais ainda do filme(não acho o melhor do ano),e era um tema que precisava ser debatido nos Eua.Merece ganhar 3 Oscars:Montagem,Fotografia(Barry Ackroyd)e Diretora(Kathryn Bigelow).Guerra ao Terror foi a grata surpresa do ano(No inicio do ano,ninguem cogitava como possivel candidato ao Oscar).E sem duvida é um filme que vou ver e rever muitas vezes.Beijos e parabéns pela critica.

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Excelente filme, belo texto.
Dei uma nota 9. É o meu segundo na preferência pra ganhar o Oscar, perdendo só pro Bastardos!

Concordo com o que você falou sobre a Kathryn… tive um pensamento igual…
E ela mandou muito, MUITO bem.

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Amanda, com certeza. Vamos acabar com esse Clube do Bolinha! 🙂

Paulo Ricardo, sua irmã também é Kamila com K?? Coincidência, né? 🙂 Obrigada pelos elogios e tenho que te elogiar também pelo completo comentário. Ainda não vi “Stop Loss” e concordo com o que escreveu sobre “Leões e Cordeiros” e “No Vale das Sombras” (um filme que ADORO mesmo), mas “Guerra ao Terror” vai além e fora estes Oscars que você aponta como merecedores do filme ganhar, diria que ele poderia vencer facilmente também a categoria principal até mesmo pela sua relevância nos nossos dias atuais.

Bruno K., obrigada! Também é meu segundo na preferência do Oscar, perdendo somente para “Avatar” e a Kathryn foi magistral nesse filme. Um excelente trabalho!

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Direção realmente fantástica e uma montagem excelente transformam “Guerra ao Terror” neste bravo filme. Mas acho o roteiro fraco. Repetitivo e com poucos momentos realmente interessantes. Do elenco, só gostei mesmo do Renner.

Nota 8,0

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Disse tudo! Filmaço! Em todos os aspectos! E parece irresistível ver uma mulher ganhando o Oscar. James Cameron não precisa mais do Oscar. E Tarantino nunca precisou. Kathryn é boa, mas precisa!
Bjs!

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Wally, não achei o roteiro fraco. Gostei das mini histórias, as quais me envolveram por completo.

Otavio, concordo com tudo! Beijos! E o Tarantino vai ganhar seu Oscar da mesma forma!

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Muito bom o texto Kamila, concordo com tudo, inclusive com a nota 9,5. Também me senti um pouco como o 4o. integrante, tão envolvente que é o filme. Torço muito por Hurt Locker pro Oscar, no mínimo o prêmio de direção pra Bigelow. Abs!

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Beto, obrigada! Eu também estou na torcida pelo Oscar de Diretor para a Bigelow. Abraços!

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Olá tod@s! Depois de assistir essa BOMBA, confesso que foi de curiosidade, fiquei procurando comentários a respeito e estou mais assustado com os comentários favoraveis que com o próprio “filme”. Desculpem-me os que gostaram dessa coisa, mas é um dos piores filmes que já vi. Li tudo que foi postado e a conclusão é que não assisti o mesmo filme que vcs. INACEITAVEL essa droga concorrer ao oscar, que tem ficado cada vez pior na suas escolhas, com certeza é o a grana que define as escolhas, o BOMBA, não tem roteiro, musica, direção e afins. O cara que faz o sgt desmontador de bombas lembra John Belushi e Dan Aykroyd, sem o carisma e competencia dos dois, é claro. Como pode esse cara concorrer a melhor ator? Ele atuou?? ABSURDO! O soldado novato dá piti o tempo todo, e o outro também. A fotografia é horrivel, aliás chamar de fotografia é elogio para aquilo que foi feito. A maluca concorre como diretora? Não percebi que o BOMBA tinha uma direção… To acostumado a delirios coletivos, vide que tem gente assistindo BBB, mas bajular essa BOMBA….
Assistam Full Metal Jacket…

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Junio, cada um tem direito à sua opinião. Da mesma forma que a sua será respeitada, respeite aquelas que discordam de você.

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