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Água para Elefantes

publicado em:19/05/11 1:47 AM por: Kamila Azevedo Cinema

Desde que estreou como o galã romântico da série “Crepúsculo”, o ator inglês Robert Pattinson está preso a dois estereótipos: o primeiro diz respeito ao fato de que ele está sempre interpretando tipos românticos e o segundo está ligado ao fato de que, ao contrário de sua colega – e namorada – Kristen Stewart, ele não conseguia ser respeitado como ator fora da franquia – e, muito menos, dentro dela. Em relação ao último aspecto, talvez, ele possa mudar com a estreia de “Água para Elefantes”, filme de Francis Lawrence, que nos coloca diante de um Robert Pattinson que mostra, pela primeira vez, suas qualidades como ator, numa atuação um tanto sólida.

O roteiro escrito por Richard LaGravenese se passa durante a Grande Recessão, período de grave crise econômica dos Estados Unidos. Após a morte dos pais num acidente de carro, Jacob (Pattinson) é obrigado a deixar a prestigiada universidade onde estuda Medicina Veterinária, a casa confortável onde mora e passa a viver uma trajetória errante em busca de um lugar onde ele possa conseguir um emprego (o que era raro naqueles dias, diga-se de passagem) e tentar recomeçar a sua vida.

O destino, no entanto, o colocará, como clandestino, dentro do vagão do trem de um popular circo. Convivendo com pessoas completamente diferentes do ambiente com o qual ele está acostumado, Jacob aprende a colocar a mão na massa e descobre o valor do trabalho, na medida em que vai ascendendo ao ganhar a confiança do dono do circo, August (Christoph Waltz, de “Bastardos Inglórios”), que o coloca como treinador de sua mais nova aposta de atração, a elefanta Rosie, em número que também será estrelado pela esposa de August, Marlena (Reese Witherspoon).

A forma como Richard LaGravenese estrutura seu roteiro, na forma de flashback, quer remeter à atmosfera de um filme romântico do tipo “O Diário de uma Paixão”, mas, no caso de “Água para Elefantes”, o tiro saiu pela culatra, uma vez que o filme perde muito tempo contextualizando os relacionamentos que surgem entre Jacob, August e Marlena e apressa a conclusão da história de amor no seu ato final. A obra vai ficar mesmo lembrada por sua excelente qualidade técnica, notadamente a fotografia de Rodrigo Prieto, a trilha de James Newton Howard, os figurinos de Jacqueline West e a direção de arte de Jack Fisk e Jim Erickson – todos profissionais altamente gabaritados da indústria.

Cotação: 6,0

Água para Elefantes (Water for Elephants, 2011)
Direção: Francis Lawrence
Roteiro: Richard LaGravenese (com base no livro de Sara Gruen)
Elenco: Reese Witherspoon, Robert Pattinson, Christoph Waltz, Paul Schneider, Hal Holbrook, John Aylward



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Comentários


Eu gostei um pouquinho mais que você ainda que não deixe de concordar contigo nos pontos levantados. A qualidade técnica é indiscutível!

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Vazio por dentro e lindo por fora?
Pode se dizer sobre esse filme?

Não sei … minha irmã queria ver … mas se eu ver … é em uma sessão da tarde muito distante Milla … MUUUUUUUUUUUITO distante …

Beijos meu anjo.

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Posso dizer que Reese e Pattinson até tentaram, mas a relação dos dois no filme foi bem fraquinha. Quando Christoph Waltz aparece, os dois são completamente ofuscados.

Beijos.

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Robson, exatamente. A qualidade técnica da obra é indiscutível.

João, ele não é tão vazio por dentro assim… Leve sua irmã para assistir. Beijo!

João Linno, a química entre os dois é fraca mesmo. E concordo com sua observação sobre o Waltz, até porque a presença de tela dele é magnética. Beijos!

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Oi Kamila, só pelo trailer dá para se ter uma idéia que os dois atores não têm a menor química. Curto produções que retratam a época, Mergulho em uma Paixão é um deles – mas ainda não consigo dar credibilidade para o Pattison ou gostar completamente da Reese …e Waltz que me perdoe , mas é melhor ele dar uma maneirada nas escolhas de papéis dessa linha meio vilanesca…tá meio que se repetindo.

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Acho que a elefanta e Christoph Waltz roubam a cena nesse filme. Mas, concordo que Pattinson não está ruim, apenas o romance deles não se desenvolve muito. Quanto ao flashback, o livro já é assim, até detalha mais a vida do personagem no asilo antes de contar o que aconteceu.

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Verei sem expectativas. Percebe-se que o filme não é grande coisa, mas não é de todo dscartável.

[]s

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Flávio, a química entre eles é fraca mesmo. E concordo também com o ponto levantado sobre Waltz.

Amanda, não sabia do livro, obrigada por esclarecer. E concordo sobre o que você falou da elefanta e do Waltz.

Raspante, exatamente! Abraços!

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Como você disse, o que fica é a qualidade técnica do filme.
E acho que o Robert Pattinson melhor em relação a Crepúsculo, mas ainda não apresenta uma atuação digna de lembrança. Christoph Waltz é o grande destaque, junto com a elefanta, mas o peso de Bastardos Inglórios parece trazer um certo deja vu.

E falta um trato melhor ao roteiro. Por vezes o filme tenta apostar na magia do circo, outras tenta mostrar um lado extremamente perverso com os animais, mas se contenta mesmo com romance sem sal dos personagens.

E uma pena que Hal Holbrook apareça tão pouco em cena. Esse definitivamente entende das coisas.

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Victor, Waltz e a elefanta, realmente, são os destaques, mas o Pattinson tá bem, sim!! Concordo que falta um trato melhor do roteiro. Uma pena mesmo o Hal Holbrook estar restrito àquelas poucas cenas. Ele merece sempre mais!

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Richard LaGravenese é o roteirista mais “agua com açucar” que conheco do cinema rss,ele adora escrever filmes romanticos como As Pontes de Madison(é bom,mas açucarado…)e P.S Eu Te Amo com Hilary Swank(tenho q aguentar esse filme aqui em casa pq minha irmã adora,acho que sua xará gosta por conta de Gerard Butler).Kamila,pela sua critica me parece que Água para Elefantes segue o mesmo estilo.Fiquei surpreso em saber que Robert Patinson esta bem em cena.Deixo esse pra DVD.

*Lars Von Trier gosta de uma polêmica.Mas precisa falar que é nazista?a declaração dele e o constragimento de Kirsten Dunst é a minha dica para cena da semana do blog.Eu que sou fã do cinéfila por natureza tenho a curiosidade de saber o que os amigos blogueiros pensam dessa bombastica declaração.Sugestão dada.

Beijos

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Eu também acredito que as qualidades técnicas se sobrepõe a história. E Patinson…não me convence.

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Paulo, o Richard LaGravenese é especialista no gênero romântico, mas, aqui, ele não conseguiu a mesma magia de um “As Pontes de Madison”, por exemplo. O Lars Von Trier perdeu a Palma de Ouro de Cannes desse ano com essa infeliz declaração… Sugestão anotada!!! Beijos!

Luís, o Pattinson tá bem aqui, e tenho dito!

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Eu gostei do filme! Gosto bastante dos trabalho da Reese Witherspoon e com a ajuda dela acho que Robert Pattinson se livrou um pouco do seu personagem da “Saga Crepusculo”. Enfim eu recomendo pois um pouco de paixão sempre é bom! Vale a pena conferir!

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Jussara, eu adoro a Reese Witherspoon e concordo que o Robert Pattinson se livra do Edward Cullen aqui.

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