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A Garota da Capa Vermelha

publicado em:25/05/11 1:33 AM por: Kamila Azevedo Cinema

Dirigir o primeiro filme da saga “Crepúsculo”, ao que tudo indica, amoleceu o coração da diretora Catherine Hardwicke. Se antes desse longa, ela apoiava sua carreira retratando histórias da cultura adolescente (notadamente “Aos Treze” e “Os Reis de Dogtown”), agora ela está mais interessada em romances impossíveis e em amores idealizados – dois temas recorrentes em “Crepúsculo” e em “A Garota da Capa Vermelha”, seu filme mais recente e que é apresentado como uma adaptação livre do conto de fadas da “Chapeuzinho Vermelho”.

Num vilarejo que mais parece uma comunidade com regras e leis próprias, a população vive atormentada com a ameaça de um lobo que, nas noites de lua cheia, assassina aqueles que se atrevem a ir se aventurar pelas matas da floresta (num conflito central que lembra muito o de “A Vila”, de M. Night Shyamalan). No meio dessa atmosfera nada convidativa, a jovem Valerie (Amanda Seyfried) está dividida entre o noivo a quem está prometida (Max Irons) e aquele a quem ela ama de verdade (Shiloh Fernandez).

O roteiro escrito por David Leslie Johnson sai um pouco da mesmice com a chegada do Padre Solomon (Gary Oldman), que está na comunidade para liderar uma caça contra o lobisomem. A vinda do Padre não só mexe com a criatura, que define muito bem qual será seu alvo principal a partir de agora, como também sacode os relacionamentos de todos os habitantes do vilarejo, uma vez que, a partir das descobertas do Padre, qualquer um da comunidade pode ser suspeito de ser o lobo – o que faz com que “A Garota da Capa Vermelha” ganhe num clima de tensão e envolvimento da plateia na resolução do conflito principal.

As influências de “Crepúsculo” em “A Garota da Capa Vermelha” podem ser vistas não só nos elementos narrativos, como também nos elementos estéticos. A diretora Catherine Hardwicke repete aqui aqueles longos planos abertos, em que focaliza montanhas e a vastidão da floresta; também é forte o uso da trilha sonora no preenchimento dos vazios deixados pelos elementos narrativos, assim como da potencialização da música nas cenas mais românticas. Ou seja, o que dá para perceber é a vontade de Hardwicke de repetir o que conseguiu em “Crepúsculo”, o problema é que o triângulo amoroso aqui não possui a mesma química que Kristen Stewart, Robert Pattinson e Taylor Lautner e muito menos a história amorosa tem o mesmo carisma que a de Bella, Edward e Jacob.

Cotação: 4,5

A Garota da Capa Vermelha (Red Hiding Hood, 2011)
Direção: Catherine Hardwicke
Roteiro: David Leslie Johnson
Elenco: Amanda Seyfried, Gary Oldman, Billy Burke, Shiloh Fernandez, Max Irons, Virginia Madsen, Lukas Haas, Julie Christie



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Comentários


Ahh não, esse eu passo e com folga! A premissa era interessante, mas aí veio todo o buzz Crepúsculo em torno disso e perdeu a pré-credibilidade comigo.

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Os grandes produtores e os estúdios de Hollywood tem a mania de adivinhar o que o grande público vai gostar.Percy Jackson não é o novo Harry Potter e A Garota da Capa Vermelha não é o novo Crepusculo.Alguns sucessos não se explica e ao tentar adivinhar o que dá bilheteria os grandes estúdios perdem dinheiro.A proposito desse filme,semana passada eu vi Aos Treze e gostei muito.Apesar do filme ser de 2003,só fui ver semana passada.Bjs.

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Eu já imaginava isso, rs! Amanda Seyfried é de fazer qualquer um, perdão o termo, broxar! rs 😉

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Victor, mas “Crepúsculo” é bom! rsrsrsrs Esse filme que não presta! rsrsrs

Paulo, pois é. Perfeito comentário! “Aos Treze” continua sendo o melhor filme dirigido pela Hardwicke! Beijos!

Cristiano, você que o diga! Desculpe a brincadeira! rsrsrsrsrs

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Oi Kamila, não sei se os demais vão concordar , mas ainda não me empolguei totalmente por Amanda Seyfried. Ela é linda e tal , mas não me convenceu totalmente – no atual momento Jennifer Lawrance me chama mais atenção do que ela. O que ri muito foi sobre um comentário de um crítico , não me lembro agora quem ao certo , sobre o vermelho lençol gigante que a Amanda usa n cabeça indo de um lado para o outro…

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É… no final das contas: Teu ego será teu abismo…
Realmente a Hardwicke se deixou levar por uma cria que, a rigor, não é nem mesmo dela… Concordo que seria melhor voltar aos tempos de Aos treze e Os reis de dogtown…
Bjs

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Flávio, eu gosto da Amanda Seyfried, especialmente nos filmes de comédia romântica.

João Linno, não te culpo!

Reinaldo, exatamente. Beijos!

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É um filme que (pelo menos eu) estava com boas expectativas – por causa do conto em si e da Amanda – mas acabou decepcionando bastante mesmo. Acredito que foi tudo que a Hardwicke conseguiu gastar com a parte técnica que não pode em Crepúsculo.

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