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X-Men: Primeira Classe

publicado em:15/06/11 2:23 AM por: Kamila Azevedo Cinema

Já virou uma rotina em Hollywood: quando os filmes baseados em grandes herois chegam a uma forma de saturamento, a indústria aposta numa prequel, com o objetivo de recriar todo aquele universo e dar uma nova chance à franquia. Isso deu certo com o “Batman Begins” de Christopher Nolan e se mostrou promissor com o “Superman – O Retorno” de Bryan Singer. Agora, chegou a vez dos mutantes de “X-Men”, série cinematográfica que foi levada pela primeira vez à grande tela justamente por Singer e que, após duas – bpas – continuações sem o mesmo impacto do longa original e um subproduto (“X-Men Origens: Wolverine”) totalmente irrelevante, volta o seu olhar para o começo, especialmente para os dois personagens que têm a ver com o princípio dessa história toda: o Professor Charles Xavier e o vilão Magneto.

“X-Men: Primeira Classe”, filme dirigido e co-roteirizado por Matthew Vaughn, começa com um prólogo que mostra os dois encontros mais importantes para esta trama: o de Charles Xavier (James McAvoy) com Raven, a futura Mística (Jennifer Lawrence) e, posteriomente, o deles dois com Erik Lensherr (Michael Fassbender, o dono do show nesse filme), o futuro Magneto. Estes três serão os responsáveis pela formação do grupo de mutantes que irá trabalhar em parceria com a CIA (representada pelos personagens de Oliver Platt e Rose Byrne) para derrotar as intenções destrutivas de Sebastian Shaw (Kevin Bacon, numa grande atuação), um vilão um tanto caricatural a la Dr. Evil (personagem de Mike Myers na série de filmes do agente “Austin Powers”), que tem muito a ver com o passado de Erik.

Entretanto, o elemento mais importante de “X-Men: Primeira Classe” é que, apesar de ter muito bem definido qual o lado do bem e qual o lado do mal nesta história, muitas vezes esses limites irão se entrelaçar, uma vez que a grande jornada do roteiro escrito por Ashley Miller, Zach Stentz, Jane Goldman e Matthew Vaughn é retratar personagens que estão em busca da aceitação de algo. Por exemplo, Mística e a Fera (Michael Hoult) precisam aprender a se ver como mutantes e se orgulhar disso; os outros que aparecem em tela precisam encontrar uma forma de domar o seu poder para o uso benéfico dele; enquanto que a luta constante de Magneto é equilibrar a raiva, a dor e a bondade que ele tem dentro de si mesmo – tendo a plena consciência de que ele sabe a tarefa que ele tem que desempenhar; e a de Charles Xavier é a de liderar estas pessoas em torno daquilo que ele acredita ser o correto. E são essas ações que irão fundamentar justamente toda a ação do filme e, ao mesmo tempo, nos ajudarão a compreender muitas das coisas que vimos nos outros longas dessa franquia – uma vez que a grande motivação dos mutantes é vencerem (ou não) a própria desconfiança que eles têm em relação à sociedade, de forma a serem aceitos (ou não) por aquilo que são.

“X-Men: Primeira Classe”, de uma certa maneira, consegue superar o “X-Men: O Filme” de Bryan Singer, na medida em que é um excelente filme de ação, que, apesar da trama clichê (temos que dizer a verdade), ganha a atenção da plateia justamente por ter motivações bem definidas e por compreender que a graça desses filmes é ver pessoas “estranhas”, que viveriam completamente à margem da sociedade, podendo fazer algo que acabará tendo efeito na vida de todos – uma vez que os conflitos vivenciados pelos X-Men são reais e não possuem contornos fantasiosos. Agora, é esperar para ver se “The Wolverine”, filme que quer também dar um up no personagem mais famoso dos “X-Men”, consegue ser tão bem sucedido quanto esta obra aqui.

Cotação: 8,5

X-Men: Primeira Classe (X-Men: First Class, 2011)
Direção: Matthew Vaughn
Roteiro: Ashley Miller, Zach Stentz, Jane Goldman e Matthew Vaughn (com base na história de Sheldon Turner e Bryan Singer)
Elenco: James McAvoy, Michael Fassbender, Kevin Bacon, Rose Byrne, Jennifer Lawrence, Oliver Platt, Zoe Kravitz, January Jones, Nicholas Hoult, Ray Wise



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Comentários


Muito bom, né? Também achei tudo bem crível. Roteiro bem amarradinho, que não traz nada de novo, mas cumpre seu papel melhor que muitos outros roteiros de filmes de herói. Vaughn já tem minha atenção para os seus próximos projetos.

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Alexsandro, muito bom mesmo. Achei um filme com um excelente roteiro. O Matthew Vaughn tem se revelado um diretor um tanto promissor.

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“I prefer… MAGNETO!”

Mais badass, impossível!

Bjs!

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Cassiano, ficou sim, mas, se puder, dê uma chance a esse novo filme, que está excelente.

Reinaldo, obrigada! Beijos!

Otavio, totalmente badass! Beijos!

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Eita, estou no aguardo pra ver esse filme. Só falta oportunidade, porque vontade já tá explodindo.
Abraços.

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Sem dúvida, muita gente queimou a língua ao xingar este filme antes de assisti-lo.
A ambientação e desenvolvimento dos personagens ficou a altura dos X-Men.
Se a equipe nunca existiu nas hqs, realmente não importa.
Até mais.

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Gabriel, então, assista logo! 🙂 Abraços!

Victor, eu também não esperava, pra ser bem sincera.

Jacques, concordo plenamente. Até mais!

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Pois é, o filme é todo bem amarradinho, crível, com problemas bem reais. Além de ser um ótimo filme de ação. Eu também gostei muito, Kamila.

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Assisti hoje a noite.Gostei bastante.Blockbuster de primeira e que mostra que Kick Ass não foi “sorte” na carreira de Matthew Vaughn.O sujeito é muito talentoso.Destaque para Kevin Bacon e Michael Fassbender que estão muito bem no filme.”Cinema pipoca de qualidade”.Beijos.

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O melhor nesse Primeira Classe é que consegue andar sozinho, mesmo que esteja em estreita afinidade com os outros filmes da série. O tratamento dado aos personagens é muito bom, desenvolvendo suas personalidades e pscologismos que são muito importantes para entendê-los posteriormente. As cenas de lutas são bem coreografadas, mas estão a serviço da história, e não o contrário.

E ainda bato na tecla de que O Confronto Final é um bom filme, melhor incusive que o primeiro X-Men. O segundo é uma pérola. E que a série continue no mesmo caminho.

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Paulo, concordo com seus comentários! Beijos!

Rafael, eu gosto de “O Confronto Final”, mas, se comparado com esse “X-Men” aqui, perde FEIO!!!

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Ótimo filme. O mais legal é acompanhar o desenvolvimento dos mutantes e perceber suas relações “humanas”, o processo de aceitação e tudo mais. Supera o “X-men 2” (meu favorito antes desse).

Bjs.

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