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Cavalo de Guerra

publicado em:2/03/12 12:22 AM por: Kamila Azevedo Filmes

Dos dois filmes dirigidos por Steven Spielberg em 2011 (o outro foi a animação “As Aventuras de Tintin: O Segredo de Licorne”), o épico “Cavalo de Guerra” é o que tem mais a cara da marca do diretor, pois possui uma história fundamentada em valores como o amor e a amizade, com elementos heróicos e fantásticos, potencializados pela linda trilha sonora composta por John Williams (um habitual parceiro do diretor), que acabam por mexer com as nossas emoções.

O filme está centrado na amizade que nasce entre o jovem Albert (Jeremy Irvine) e o cavalo Joey, que foi comprado pelo seu pai (Peter Mullan), um homem beberrão, irresponsável e que investiu todas as suas economias no animal por acreditar no potencial dele para alavancar a plantação de sua quase falida fazenda. O filho é tão “visionário” quanto o pai e Albert também passa a acreditar nas potencialidades de Joey e acaba por confirmar as expectativas do pai quando o animal se revela, após boas doses de treinamento, diga-se de passagem, o grande cavalo que esperavam que ele fosse.

Quando a Alemanha declara guerra à Inglaterra, o exército britânico pega Joey como cavalo de guerra e é aqui que o caminho dos dois amigos é separado. Ao mesmo tempo, é neste momento que se tem início a grande jornada deste filme: longe de seu dono, com a promessa de reencontrá-lo algum dia (só faltou Albert soltar um “volte pra mim” para seu cavalo, como Ada fez com seu amor Inman antes de ele partir para a luta na Guerra Civil Americana, em “Cold Mountain”, filme de Anthony Minghella), Joey embarca numa aventura que o leva a diferentes donos e países no decorrer da I Guerra Mundial. Uma experiência que só faz reforçar ainda mais a força e o poder deste animal.

Apesar da beleza e do triunfo desta história, é impossível ignorar o grande problema de “Cavalo de Guerra”: o seu roteiro, que é muito irregular, especialmente porque o filme desenvolve bem a história do cavalo Joey, mas se esquece por completo de acompanhar as transformações pelas quais também passou seu antigo dono Albert, no período em que as trajetórias de ambos se separam. Talvez, por essa inconstância, o longa não tenha alcançado aquilo que se esperava dele (especialmente em termos da última temporada de premiações). Mas, é inegável que “Cavalo de Guerra” tem seus méritos, notadamente a parte técnica, em elementos como a fotografia de Janusz Kaminski, outro colaborador de longa data de Steven Spielberg.

Cotação: 8,0

Cavalo de Guerra (War Horse, 2011)
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Lee Hall e Richard Curtis (com base no livro de Michael Morpurgo)
Elenco: Jeremy Irvine, Peter Mullan, Emily Watson, Niels Arestrup, David Thewlis, Tom Hiddleston, David Kross, Eddie Marsan



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Comentários


Eu também gostei do filme, achei a fotografia linda (que final é aquele a la …E o Vento Levou), a estória é interessante por falar da guerra sob o ponto de vista de um cavalo. Mas não gostei da trilha sonora.

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Fabrício, pensei a mesma coisa que você durante o final do filme. Muito parecido com “…e o Vento Levou”. Belas tomadas, belíssimas cenas.

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Já não tenho muita paciência com esses filmes que exigem muito da boa vontade do espectador. E “Cavalo de Guerra” exige DEMAIS! Excetuando a parte técnica, em especial a ótima fotografia, não gostei de nada! A inclusão dele entre os nove selecionados do Oscar só comprova que a seleção foi, realmente, muito fraca!

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Falou tudo Kamila:problema no roteiro.Antes de qualquer coisa eu vou deixar bem claro:Spielberg jamais seria capaz de dirigir um filme ruim.Esse filme é bonitinho e ordinário.Bonitinho pq tem uma bela fotografia,direção de arte esplendida e bela trilha(em particular não gosto).Ordinário pq o roteiro é mal elaborado,o filme homenageia os Western de John Ford e filmes épicos como “E O Vento Levou”(como o fabricio citou).Sua critica condiz com o meu pensamento sobre o filme:roteiro irregular e parte técnica impencavel.Só não sei como essa obra conseguiu uma nomeação a melhor filme e “Drive”,”Millenium” e “Tudo Pelo Poder” ficou de fora.

Beijos!

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Matheus, não acho que a seleção deste ano, na categoria de Melhor Filme tenha sido fraca. Talvez, “Cavalo de Guerra” seja o “pior” filme na seleção desse ano, mas entendo a indicação dele nesta categoria, pois o filme é um representante daquele tipo de cinema tradicional que a Academia tanto adora.

Paulo, um diretor como Spielberg sempre é capaz de dirigir um filme ruim, pois os filmes dependem de um elemento mais forte que a direção: o roteiro. Claro que um diretor talentoso como Spielberg pode atenuar os grandes problemas de um roteiro defeituoso, com uma execução primorosa (caso do trabalho dele nesse filme). Não enxerguei homenagem aos faroestes de John Ford. Acho que o filme emula mais o gênero épico. Como disse ao Matheus, entendo a indicação de “Cavalo de Guerra” em Melhor Filme, por a obra ser um representante do tipo de cinematografia tradicional que a AMPAS valoriza. Beijos!

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Então, Kamila, eu estava bastante em dúvida com este filme. Ele tem tudo para eu não gostar dele, principalmente por ter um animal como um dos protagonistas e tudo mais, mas eu venho tendo a impressão de que vou amar esse filme. Filmes com a temática de guerra acabam me conquistando. Verei, com certeza!

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Raspante, eu gosto de épico e gosto de filmes de guerra e acho que o grande diferencial de “Cavalo de Guerra” é que ele conta a história por meio da perspectiva do relacionamento entre o cavalo e os seus diversos donos. Tente assistir, sim, se puder.

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concordo plenamente que o filme tem a MARCA da maldade de Spielberg, acho alguns momentos muito bons, outros nem tanto … a trilha sonora é perfeita para o filme, e Spielberg continua querendo emocionar custe o que custar quem está assistindo, felizmente não aconteceu comigo, o roteiro irregular atrapalha um pouco e se não fosse tão apelativo seria muito melhor.

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Cleber, eu não me refiro à marca da maldade de Spielberg. Ele nem tem isso, tadinho. Falo a respeito da marca dele como diretor. É um filme que tem seus momentos, mas que peca justamente pela sua irregularidade. Mas, não achei uma obra apelativa.

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Tanto o Spielberg, qto o Scorsese sofrem do que chamo Síndrome do Oscar, hoje eles só pensam em ir pra trás das cameras se o roteiro for a cara da academia. Uma pena, pq são dois dos maiores cineastas que hollywood tem.

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Cassiano, verdade. Concordo contigo! E o curioso é que os dois filmes deles indicados aos prêmios da Academia em 2012 possuem problemas de roteiro. rsrsrs

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Estava sem a mínima vontade de ver esse filme – o trailer é terrível! -, mas já me encorajei com a sua crítica. Obrigada! 🙂

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Gostei bastante desse filme. A forma que Spielberg aborda a guerra sob a perspectiva do cavalo é sensacional. Só achei a atuação do garoto um pouco fraquinha, mas enfim, nada que estrague a beleza que é o filme.

Beijos =)

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Tatiana, não é o melhor filme do Spielberg, mas, com certeza, é bem melhor do que muita obra que está chegando aqui nos cinemas natalenses, ultimamente.

João Linno, eu também gostei! Muita gente achou o jovem ator fraco, mas confesso que ele não me incomodou muito. Beijos!

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O filme apesar de ostentar a palavra WAR em seu título não tem a atmosfera de o resgate do soldado ryan e atrás das linhas inimigas. O momento guerra no filme poderia ser substituído por um jockey club, interior da frança ou o deserto do saara. Claro que existem cenas de guerra muito bonitas como o impasse de quem fica com o cavalo ferido pelo arame farpado. Qualquer negociação no meio literalmente de uma guerra é bastante complicado de se resolver. Sinceramente, parece que o roteiro do filme foi escrito por muitas pessoas e, ao longo de muitos anos e correções. O tal roteiro acabou virando um monstro. Tive a impressão que houveram grandes intervalos entre a redação dos momentos diferentes do filme ou como se tivesse sido escrito ou dirigido por muitos assistentes. Até agora estou sem entender. O filme não tem uma idéia única. No começo parece que o protagonista é o jovem Albert depois vemos que é o cavalo. Isso nos confunde um pouco. Pensando bem, os atores coadjuvantes capitão que compra o cavalo, irmãos na guerra e neta do velhinho, ou seja personagens que tiveram qualquer envolvimento com o cavalo acabaram morrendo. Porque o principal dono não morreu no final? Seria mais hollywoodiano. Não espere assistir esse filme e sentir a mesma emoção de Corcel Negro. Achei 8,0 da Kamila e ter sido indicado ao Oscar demais. Esse filme é muito aquém do que SS é capaz.

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“E o vento levou” também veio a minha mente no final do filme…esqueci de comentar isso

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Marques, realmente, a guerra é um elemento quase secundário nesse filme, já que o foco está todo na jornada que é vivenciada pelo cavalo. Também achei essa cena do impasse pelo cavalo ferido no arame farpado muito bonita, especialmente por mostrar um momento de trégua na luta entre os dois lados opostos. Interessante a sua observação sobre o roteiro do filme, pois, como você pode perceber no meu texto, se trata do ponto que eu mais critiquei. O roteiro é irregular demais. E, sim, é uma obra muito aquém do que Spielberg é capaz de fazer, mas, mesmo assim, melhor que muita coisa que a gente vê por aí. E aquela cena final, com aquele tom da fotografia, as cores fortes, a trilha sonora marcante, lembrou DEMAIS “… E O Vento Levou”.

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Concordo que existem muitos filmes ruins saindo por ai, mas com um orçamento de US$ 66 milhões poderia ter um melhor resultado final.

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Eu comprei a proposta, sabia que seria um filme manipulador, sentimentalóide e no inicio, ate seus 40 minutos eu tava achando tudo muito normal com respeito àquilo que eu esperava, mas eis que Spielberg muda completamente o foco narrativo e o cavalo passa a ser o protagonista da obra. Sua trajetória episódica ia cada vez mais aproximando o espectador que se rendia à cena filmadas com perfeição e de deixar o queixo caido, e no fim estamos completamente envolvido e satisfeito com o resultado.

Eu me surpreendi. Minha nota é 7.5, pq reconheço que tem muuuuitos excessos. Mas de qualquer forma é mais um ótimo trabalho de Spielberg, achei melhor que Tintim, aliás.

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Eu vou até comprar o Blu-ray!
Bjs!

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Marques, sim, mas um filme com roteiro ruim pode ter R$ 200 milhões de orçamento que continuará ruim. Acho que o Spielberg até fez o melhor que podia com o que tinha.

Andinhu, eu não me senti tão envolvida assim e satisfeita com o resultado, porque acho que o roteiro tem muitas falhas. A parte técnica, para mim, acabou sobressaindo em relação ao resto. E, na minha opinião, “As Aventuras de Tintin” é bem melhor que esse filme.

Otavio, você é suspeito! O maior fã do Spielberg que conheço! ;p Beijos!

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