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John Carter: Entre Dois Mundos

publicado em:27/03/12 12:52 AM por: Kamila Azevedo Cinema

“John Carter: Entre Dois Mundos”, filme dirigido por Andrew Stanton, é baseado na série de livros escrita por Edgar Rice Burroughs, que também foi publicada numa série de histórias em quadrinhos. O personagem é um veterano da Guerra Civil norte-americana que, claramente, está em busca de algo e tem um senso de aventura muito forte dentro de si, desbravando territórios desconhecidos e vivendo, de uma certa forma, uma existência bastante desprendida, sem raízes fincadas – já que fica subentendido que Carter perdeu a pessoa mais importante de sua vida e, por isso mesmo, vive dessa maneira nômade.

A estrutura narrativa do filme é muito interessante. Por meio de um diário deixado de herança ao seu sobrinho Edgar (Daryl Sabara), John Carter (Taylor Kitsch, conhecido pelo papel do arrasa corações Tim Riggins no seriado “Friday Night Lights”) conta aquela que foi a aventura que modificou por completo a sua vida: quando ele, ao descobrir uma caverna repleta de ouro, acabou também sendo transportado para Marte, planeta no qual foi capturado pelas criaturas que se auto denominavam Thark, transformado em prisioneiro e, depois, em um grande guerreiro. Foi por meio do convívio com os Thark que ele também veio a conhecer aquela que iria resgatá-lo, literalmente, de todos os seus medos e anseios: a princesa Dejah Thoris (Lynn Collins).

“John Carter: Entre Dois Mundos” é, em sua essência, uma história de amor, mas, ao mesmo tempo, também é um filme de ação/aventura com uma trama bem interessante, uma vez que John Carter chega a Marte (que se chama Barsoom, no filme) em um momento crucial, pois a localidade de Helium (da qual Dejah é Princesa) está em uma luta muito difícil contra aqueles que são os grandes vilões desse filme – Tars Tarkas (dublado por Willem Dafoe) e Sab Than (Dominic West), que querem impor o seu domínio político às comunidades daquela região. Ou seja, assim como Carter precisava ser resgatado de sua vivência desprendida, Dejah necessitava de um salvador. Eles só uniram o útil ao agradável, apesar dos dois mundos que os separavam – e aqui entra diretamente a feliz tradução que o título original do filme ganhou no Brasil.

Ao dirigir “John Carter: Entre Dois Mundos”, o diretor Andrew Stanton (de animações como “Wall-E” e “Procurando Nemo”) segue os passos de seu ex-colega na Pixar, Brad Bird, e também faz a sua estreia como diretor de um longa metragem em live action, depois de trabalhos muito bem sucedidos no gênero de animação. Assim como Bird, que surpreendeu ao fazer de “Missão Impossível: Protocolo Fantasma” um ótimo filme de ação, dando continuidade às boas mudanças implementadas na franquia por J.J. Abrams; Stanton, com “John Carter: Entre Dois Mundos”, preenche uma lacuna do cinema atual, que carece de uma boa série cinematográfica no gênero de aventura. Imagino que ele tenha bancado a escolha de Taylor Kitsch, que é um ator que está começando a sua transição de ator de televisão para ator de cinema. Se, em “Friday Night Lights”, Kitsch impressionava mais pelos seus dotes físicos, aqui ele empresta muito carisma à John Carter e segura muito bem a onda como protagonista de um grande filme. Um outro ponto que conta muito a favor deste longa é o roteiro, que desenvolve muito bem a sua história, sem deixar arestas a serem preenchidas ou uma desculpa esfarrapada para futuras continuações.

Cotação: 8,0

John Carter: Entre Dois Mundos (John Carter, 2012)
Direção: Andrew Stanton
Roteiro: Andrew Stanton, Mark Andrews e Michael Chabon (com base na série de livros escrita por Edgar Rice Burroughs)
Elenco: Taylor Kitsch, Lynn Collins, Samantha Morton, Willem Dafoe, Thomas Hayden Church, Mark Strong, Ciáran Hinds, Dominic West, James Purefoy, Bryan Cranston, Polly Walker, Daryl Sabara



A última modificação foi feita em:abril 5th, 2012 as 2:38 am


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