Looper – Assassinos do Futuro
“Looper: Assassinos do Futuro” já é um nome bastante explicativo para o filme escrito e dirigido por Rian Johnson. Os Loopers são assassinos que estão situados no tempo presente e que matam criminosos que são enviados pelo tempo futuro, por diversas organizações criminosas. Assim como as pessoas que eles aniquilam, os Loopers também possuem um tempo de vida útil e chega um momento em que eles são descartados pelos seus chefes, liberados de sua responsabilidade para viverem os próximos 30 anos de sua vida com tranquilidade até chegar o momento deles serem encaminhados, do futuro, ao tempo presente, para serem mortos.
É justamente essa a jornada vivida por Joe (Joseph Gordon-Levitt, com sua fisionomia quase irreconhecível por causa do uso de uma lente de contato azul), um Looper que, após cumprir várias missões que lhe foram designadas, encara a difícil tarefa de ter que assassinar a sua versão mais velha (vivida por Bruce Willis) vinda diretamente do futuro. Entretanto, tal tarefa se revela das mais difíceis, uma vez que a versão mais velha de Joe volta no tempo com uma agenda própria: salvar a vida de sua esposa (Qing Xu).
A mistura entre dois planos temporais (o passado e o futuro) é um dos elementos mais interessantes de “Loopers: Assassinos do Futuro”, entretanto o longa se revela deveras corajoso ao mudar seu foco narrativo por completo no segundo ato, a partir da entrada de Sara (Emily Blunt) e Cid (Pierce Gagnon) na história. O que era uma história de embate mental entre dois homens que se conhecem muito bem e que querem evitar um determinado fim, afinal são a mesma pessoa; se transforma numa grande reflexão – especialmente por parte da versão mais jovem de Joe – sobre aquilo que é o correto a ser feito, independente da motivação ou da missão que lhe foi passada, em primeiro lugar.
“Looper: Assassinos do Futuro” é uma ficção científica tradicional no sentido de que sua trama principal fala sobre a viagem no tempo e os seus efeitos no passado, presente e futuro. Entretanto, o filme desafia os clichês do gênero justamente por se propor a seguir um caminho diferente, com um final inesperado e emocionante que reforça o sacrifício feito pela personagem principal. Mérito do roteiro escrito por Rian Johnson, que contextualiza muito bem a trama, a ponto da mudança no foco da narrativa soar muito natural para a plateia.