Cena da Semana
(Um Filme que Deixamos de Ver – produção de: André Santos, Julien Medeiros, Lucas Galvão e Tony Elbert)
Produzido por André Santos, Julien Medeiros, Lucas Galvão e Tony Elbert, o documentário “Um Filme que Deixamos de Ver” fala sobre a realidade natalense, mas bem que poderia falar sobre a situação vivida em qualquer cidade brasileira, tendo em vista que o seu tema central é comum a todos os cantos do país: a vida curta das salas de cinema de rua que, na medida em que passaram a enfrentar a concorrência das salas de cinema localizadas em grandes shoppings, viram suas instalações dando lugar às grandes lojas de magazine, às igrejas, aos colégios, dentre outros.
Tive o prazer de iniciar minha vida como cinéfila assistindo aos filmes dos Trapalhões e da Xuxa durante as minhas férias escolares, no Cine Nordeste e no Cine Rio Grande. Foi no Cine Rio Verde que assisti ao meu primeiro filme “de gente grande”: “Ghost – Do Outro Lado da Vida”. Me lembro bem que, até os meus 16 anos, frequentava a sala de cinema que ficava ao lado da Catedral Metropolitana, onde assisti a filmes que, dificilmente, estreavam na antiga sala de cinema do Natal Shopping, como “Kids”, “Clube da Luta” e “Melhor é Impossível”. Hoje em dia, tudo isso faz parte da minha lembrança e da de muitos outros que também frequentavam esses espaços.
É justamente aí que reside a importância do documentário produzido pelos alunos do curso de Comunicação Social – Cinema, da Universidade Potiguar: reviver um tempo áureo, com salas de cinema que eram um tanto charmosas e que, principalmente, foram as responsáveis pela formação de boa parte do público cinéfilo de Natal. Público este que se ressente, com a presença cada vez mais maciça das grande salas de cinema das redes multiplex, da ida ao cinema como um ritual, tendo em vista que a maior parte do público frequentador das salas de cinema localizadas dentro de shoppings, gostam mais do barulho do que do verdadeiro privilégio que é poder se sentar na sala escura e apreciar um bom filme.
Realmente, as salas de rua estão cada vez mais escassas pelo país. Aqui em Salvador, umas poucas resistem.
Amanda, aqui em Natal, como o documentário bem comprova, nenhuma sala de rua resistiu, infelizmente!