Cena da Semana: “Nina”
(“Nina” [2004] – diretor: Heitor Dhalia)
Nina (Guta Stresser, a Bebel do seriado “A Grande Família”) é uma jovem cheia de teorias. De acordo com ela, as pessoas são divididas em duas categorias: as ordinárias e as extraordinárias. As ordinárias são as pessoas acomodadas e que preferem deixar o mundo do jeito que ele está. Já as extraordinárias são as pessoas que querem mudar o mundo; mesmo que, para isso, tenham que realizar atos impensáveis.
Filme de estreia do diretor Heitor Dhalia, “Nina” bebe em inúmeras fontes. A mais nítida delas é o livro “Crime e Castigo”, de Fiodór Dostoievski, o qual livremente inspirou o roteiro do filme. Outra influência que pode ser notada em “Nina” é a presença da estética daquele que a revista “Vanity Fair” chamou de “A Nova Onda do Cinema Latino Americano”, cujos representantes mais ilustres são o mexicano Alejandro Gonzalez-Inarritu (“21 Gramas”) e o brasileiro Walter Salles (“Diários de Motocicleta”). O espectador mais atento também perceberá que, assim como Quentin Tarantino em “Kill Bill Vol. 1”, Heitor Dhalia apela para as animações para mostrar as cenas em que Nina extravasa toda a sua raiva em relação à Dona Eulália.
Este é um filme que não é fácil de se assistir, pois relata uma história densa através de imagens cruas e cortantes (mérito da excelente fotografia de José Roberto Eliezer). Além de ser aquele tipo de longa que deixa mais perguntas do que respostas na mente do espectador. A solução é mergulhar nos nossos sentimentos, do mesmo jeito que Nina o fez.
Gosto muito do filme, como da maioria do trabalho de Heitor Dhalia. E as participações especiais são um plus ao filme.
Amanda, exatamente!!!