Cidades de Papel
Uma cidade de papel nada mais é do que um município falso criado num mapa, que se origina de uma fonte segura, e que tem o objetivo de, com isso, detectar a existência de plágio ou de infração de direitos autorais. Existem certos paralelos entre esse conceito e Margo Roth Spiegelman (a estreante Cara Delevigne), uma das personagens centrais de “Cidades de Papel”, filme dirigido por Jake Schreier. Margo é uma daquelas jovens que é tão misteriosa que acaba gostando de alimentar todas as lendas em torno de seu nome, até chegar num ponto em que ela não sabe mais qual é a sua verdadeira identidade, nem se ela é tudo aquilo que dizem que ela é.
No meio dessa personagem vulcânica, temos Quentin (Nat Wolff), um jovem que, ao contrário de Margo, faz de tudo para não entrar em encrencas e que tem a sua vida planejada pelos próximos 20 anos. Se o destino que ele pretende alcançar vai fazê-lo feliz é uma incerteza, mas o que acontece com ele no decorrer dos 109 minutos de “Cidades de Papel” faz parte de todo um processo de amadurecimento que é comum na vida de um adolescente que está na transição entre o término da vida no colégio e o início da vida na faculdade.
Após levar Quentin em uma noite repleta de travessuras contra aqueles que ela considerava seus amigos mais próximos, Margo desaparece misteriosamente, deixando para trás algumas pistas que Quentin acredita serem dirigidas para ele, de forma a que ele possa decifrar o paradeiro de Margo. Acompanhado, por sua vez, dos seus melhores amigos (Justice Smith e Austin Abrams, que rouba a cena), Quentin embarca numa viagem que reforça esse senso de amadurecimento e de descobertas que marca a obra.
Baseado no terceiro livro escrito por John Green (que vem virando, aos poucos, o novo Nicholas Sparks do cinema norte-americano), “Cidades de Papel” é um filme que sabe se comunicar com seu público principal: os jovens. O surpreendente no longa, no entanto, é o senso de nostalgia que ele traz para quem, como eu, faz parte da geração que cresceu nos anos 80/início dos anos 90. A dupla de roteiristas Scott Neustadter e Michael H. Weber (que adaptou “500 Dias com Ela” e “A Culpa é das Estrelas”) bebeu muito na fonte das comédias/dramas juvenis daquelas décadas para mesclar toda a ingenuidade, frescor, rebeldia, desejo do novo e decepção que era típico de filmes como “Clube dos Cinco”, “O Último Americano Virgem”, “Namorada de Aluguel”, entre outros.
Cidades de Papel (Paper Towns, 2015)
Direção: Jake Schreier
Roteiro: Scott Neustadter e Michael H. Weber (com base no livro escrito por John Green)
Elenco: Nat Wolff, Cara Delevigne, Austin Abrams, Justice Smith, Halston Sage, Jaz Sinclair, Cara Buono
Ainda não consegui ver o filme, mas sigo curiosa ainda que sem empolgação.
Amanda, tente assistir e depois diga o que achou!