Perdido em Marte
Um dos grandes questionamentos da humanidade é sobre a possibilidade da existência de vida em outros planetas. Eu acredito que exista essa possibilidade. Não somente por causa da recente descoberta feita por cientistas da NASA de evidências que nos fazem crer que exista água em Marte. Mas, principalmente, porque o mundo lá fora é muito mais evoluído do que o nosso. Para os céticos de plantão, mais uma evidência, desta vez ficcional: tudo o que o astronauta Mark Watney (Matt Damon) passa no decorrer do filme Perdido em Marte, dirigido por Ridley Scott.
Durante uma missão a Marte, Watney é deixado para trás por sua tripulação após ser dado como morto depois de ser “levado” por uma tempestade de areia. Num planeta hostil, com poucos recursos (uma vez que ele tem plena ciência de que existe uma remota possibilidade de ele ser resgatado pela NASA, de que o módulo no qual ele se encontra pode enfrentar dificuldades de funcionamento e que as suas provisões irão acabar), Mark usa toda a sua criatividade e perspicácia para sobreviver.
Neste ponto, é interessante fazer um adendo. A jornada pessoal vivida por Mark Watney, após passar por uma experiência de quase-morte, em um local completamente isolado, sem a certeza de ser resgatado, é algo muito parecido com o que Chuck Noland (Tom Hanks) viveu em “Náufrago”, filme dirigido por Robert Zemeckis. Ambos, quando confrontados com uma situação extremamente delicada, têm que descobrir, internamente, a sua força mental e física interior, de forma a continuarem a lutar pela sua sobrevivência. E são justamente esses elementos que refletem nos pontos altos de seus respectivos filmes: as atuações de seus atores principais.
Entretanto, em Perdido em Marte, não é só Matt Damon que brilha. Ridley Scott fez um filme – surpresa! – com um senso de humor bastante único e peculiar. O roteiro escrito por Drew Goddard com base no livro de autoria de Andy Weir consegue equilibrar muito bem o que Watney vive com o que acontece com quem ficou aqui na Terra, tendo que tomar todas as decisões para tentar trazê-lo de volta são e salvo. Ou seja, o longa é tão emocionante e intrigante nos seus diversos cenários, seja na nave capitaneada por Lewis (Jessica Chastain); seja no planeta vermelho, para onde vão os corajosos como Watney que desejam viver uma experiência imperdível na vida de qualquer pessoa; seja dentro das salas de trabalho da NASA, onde cientistas do mundo inteiro trabalham, diuturnamente, com o objetivo de tentar responder ao questionamento que levantamos no início do nosso texto.
Perdido em Marte (The Martian, 2015)
Direção: Ridley Scott
Roteiro: Drew Goddard (com base no livro escrito por Andy Weir)
Elenco: Matt Damon, Jessica Chastain, Kristen Wiig, Jeff Daniels, Michael Peña, Sean Bean, Kate Mara, Sebastian Stan, Aksel Hennie, Chiwetel Ejiofor, Benedict Wong, Mackenzie Davis, Donald Glover
Sem dúvida este é um dos meus preferidos do ano. Realmente, a comparação com Náufrago é inevitável e me arrisco a dizer que o Matt Damon fez um trabalho tão bom como o do Tom Hanks. Ele carrega o filme de maneira brilhante, trabalhando muito bem com o humor e com as situações mais preocupantes. Também gostei bastante das cenas na Terra.
E pq não acreditar em vida em outra planeta, não é? O espaço é tão grande! Um dia descobriremos…
Bruno, também é um dos meus favoritos. Concordo com sua observação sobre o trabalho do Matt Damon. Ele está excelente aqui!
Nesta tendência de fazer filmes sobre o espaço que surgiu pós-“Gravidade”, “Perdido em Marte” se sai muito bem porque, como você apontou no texto, tem um senso de humor bastante único e peculiar. Acho que é isto que fez toda a diferença para Ridley Scott alcançar esse merecido sucesso! Beijo!
Matheus, concordo plenamente contigo. Como eu disse, o grande diferencial de “Perdido em Marte” é o seu senso de humor.
Realmente uma surpresa o Scott fazer humor, esperar para conferir.
Melhor filme do Ridley Scott desde “Gladiador”. Bj
Cassiano, assista. Acho que você vai gostar!
Otavio, concordo! Beijos!
“Perdido em Marte” foi uma surpresa pra mim.Eu sou um admirador do Ridley Scott de “Alien”,”Blade Runner” e “Thelma e Louise”,mas nos ultimos anos os filmes dele ficaram abaixo do esperado(o pior sem dúvida foi “O Conselheiro do Crime”).Mas com “Perdido em Marte” Scott entrega uma ficção cientifica com humor(sim isso é possivel) e com grande visual.A trilha sonora não desgruda da mente principalmente “Starman” de David Bowie.Matt Damon entrega aqui uma das grandes atuações de sua carreira e vejo potencial no filme para figurar na temporada de premiações.
Paulo, realmente, “Perdido em Marte” foi uma volta do Ridley Scott aos bons filmes, depois de algumas obras apenas medianas. Concordo com o seu comentário e vejo o mesmo potencial para a próxima temporada de premiações em relação a esse filme.
Bela crítica. Fiquei impressionado principalmente com o humor do filme. Scott não era tão leve desde “Os vigaristas” e a ficção científica andava precisando dessa inflexão. Em tempos de “Interestelar”, andava muito sisuda…
bjs
Reinaldo, exatamente. Concordo com seu comentário em tudo!
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