007 Contra Spectre
007 – Operação Skyfall foi um filme definidor para a franquia James Bond, em anos recentes. O roteiro nos mostrava o agente inglês como um homem marcado pelos acontecimentos de seu passado, o qual, por sua vez, tinha um reflexo direto nas ações dele em seu presente. A mesma característica está presente em 007 Contra Spectre, filme dirigido por Sam Mendes, que oferece para a plateia a incômoda sensação de conclusão, de que a trajetória de Daniel Craig como o agente britânico mais charmoso do cinema está chegando ao fim.
A trama de 007 Contra Spectre se divide em duas linhas, ambas interligadas: a primeira é a que acompanha James Bond em uma investigação particular que o leva a conhecer a organização que dá nome ao filme e a segunda é a que coloca o MI6 em xeque devido à possibilidade de extinção da agência secreta em prol da criação de um sistema integrado de monitoramento mundial, que transformaria o mundo em um grande Big Brother.
Como um bom filme de espionagem, levando-se em conta a atual configuração mundial, 007 Contra Spectre mantém alguns dos elementos vistos nos filmes anteriores da franquia, como a ação se passando em diversas partes do mundo e o estabelecimento da dinâmica entre Bond e seus parceiros de trabalho M (Ralph Fiennes), Moneypenny (Naomie Harris) e Q (Ben Whishaw). Dentro da construção recente da personagem, temos a entrada de uma nova mulher na vida de Bond, Madeleine Swann (Léa Seydoux), que vem tentar ultrapassar as cicatrizes internas do agente secreto, de forma a se aproximar dele; bem como a introdução de um vilão bem interessante, Franz Oberhauser (Christoph Waltz).
Incomodou a muitos fãs a necessidade desse filme em aparar as diversas arestas de filmes passados, conectando os vilões e as histórias anteriores no ato que culmina no final de 007 Contra Spectre. Particularmente, achei muito interessante, do ponto de vista narrativo, a solução adotada por Sam Mendes e pelos roteiristas John Logan, Neal Purvis, Robert Wade e Jez Butterworth. O que eles fizeram foi um verdadeiro tributo às mudanças mais significativas vistas em James Bond, nos seus longas mais recentes, terminando o filme com uma mensagem até positiva: a de que, para seguir em frente, é necessário olhar para trás.
007 Contra Spectre (Spectre, 2015)
Direção: Sam Mendes
Roteiro: John Logan, Neal Purvis, Robert Wade, Jez Butterworth (com base na história de Neal Purvis, Robert Wade e John Logan e nos personagens criados por Ian Fleming)
Elenco: Daniel Craig, Ralph Fiennes, Naomie Harris, Ben Whishaw, Christoph Waltz, Monica Bellucci, Léa Seydoux, Dave Bautista
Ótimo texto, Kamila. Spectre é um bom filme, mas não me conquistou completamente, de qualquer maneira cumpre o papel de fechamento de um ciclo como você falou.
Obrigada, Amanda!
concordo Kamila, o roteiro traz essa sensação e ela faz muito bem ao filme.
Cassiano, concordo plenamente que o senso de conclusão faz bem demais ao filme.