A Cabana
Baseado no best seller escrito por William P. Young, A Cabana, filme dirigido por Stuart Hazeldine, tem como personagem principal Mackenzie Allen Phillips (interpretado por Carson Reame na infância e por Sam Worthington na sua fase adulta). Está claro, ao jogarmos o olhar em Mack, o quanto que ele, apesar de ter uma esposa amorosa (Radha Mitchell) e três filhos (Megan Charpentier, Gage Munroe e Amélie Eve) lindos, inteligentes e educados, teve toda a sua existência marcada pela sua infância e pela presença abusiva de seu pai (Derek Hamilton). Isso deixou marcas profundas no homem que ele se tornou.
A situação se agrava quando, durante um final de semana de férias com os filhos, em um acampamento, sua filha mais nova, Missy, desaparece e, após investigações policiais, chega-se à conclusão de que ela foi brutalmente assassinada. Se Mack já vivia num mundo próprio, incapaz, às vezes, de demonstrar seus sentimentos; o isolamento que ele mesmo se impõe, após a morte de uma filha tão querida, só faz piorar.
Presenciarmos tudo isso que Mack vive nos leva ao ponto principal de A Cabana, que é a relação do homem com sua própria fé ou, no caso, com o próprio Deus. Neste sentido, a verdadeira jornada do filme é a que acompanha Mack em um final de semana que ele passa numa cabana se relacionando com Papa (Octavia Spencer), Jesus (Avraham Aviv Alush), Sarayu (Sumire Matsubara) e Sophia (a atriz brasileira Alice Braga). Tentando colocar em resumo as ricas experiências vividas por Mack com estas personagens, o que ele aprende é que não estamos sozinhos, que Deus não abandona seus filhos e que, diante do mal, podemos tirar o bem – mesmo que não compreendamos, a princípio, o que está acontecendo.
A Cabana é somente o terceiro filme dirigido por Stuart Hazeldine e o primeiro de sua filmografia a ter uma certa repercussão. Por se tratar de um diretor inexperiente, estamos diante de uma obra que não tem personalidade ou uma marca. E isso prejudica muito A Cabana, um filme que se apoia principalmente na (bonita) mensagem que deseja nos passar. Além disso, a falta de expressão de Sam Worthington, inclusive durante os momentos de maior apelo emocional de A Cabana, faz com que o filme perca boa parte do impacto que deveria ter sobre nós. Uma pena, pois se trata de uma obra com temas edificantes – algo que é raro no cinema norte-americano.
A Cabana (The Shack, 2017)
Direção: Stuart Hazeldine
Roteiro: John Fusco, Andrew Lanham e Destin Daniel Cretton (com base no livro escrito por William P. Young, com a colaboração de Wayne Jacobsen e Brad Cummings)
Elenco: Sam Worthington, Octavia Spencer, Tim McGraw, Radha Mitchell, Megan Charpentier, Gage Munroe, Amélie Eve, Avraham Aviv Alush, Sumire Matsubara, Alice Braga, Graham Greene, Derek Hamilton
Sam Worthington não consegue passar mesmo todo o drama que esse pai está passando. O filme é frágil, mas a mensagem é forte, principalmente para o público que já vem do livro, por isso, acabou funcionando. Mas como cinema, tem muitos problemas mesmo.
Amanda, concordo plenamente contigo. Apesar de não ter lido o livro, confesso que me emocionei em diversos momentos com a mensagem que o filme quer nos passar.