Extraordinário | Resenha Crítica
Baseado no livro escrito por R.J. Palacio, Extraordinário, filme dirigido e co-escrito por Stephen Chbosky, nos conta uma história inspiradora e que vai servir como exemplo para muitas crianças e jovens que lidam, diariamente, com a percepção de serem vistos – e tratados – como diferentes pelos outros. August “Auggie” Pullman (Jacob Tremblay) é um garoto que nasceu com uma doença craniofacial congênita. Em decorrência disso, desde cedo, aprendeu a ter uma vida um tanto solitária, na medida em que seu contato com o mundo exterior era restrito aos seus pais (Julia Roberts e Owen Wilson) e à única amiga (Danielle Rose Russell) que sua irmã (Izabela Vidovic) tinha.
Após anos sendo educado em casa pela mãe, quando Auggie chega ao quinto ano do colégio, os pais decidem que é chegado o momento do filho ingressar numa escola, tendo contato com crianças de sua idade e ganhando independência no mundo exterior. Extraordinário acompanha justamente a inserção de Auggie num mundo escolar que o recebe de maneira abrupta, com estranhamento por parte dos colegas, e situações chatas como bullying e isolamento.
O filme enfoca, basicamente, a força interior e a perseverança de Auggie num ambiente que o trata de maneira muito hostil e a grande mensagem do filme reside no fato de que, apesar de entrar em contato com sentimentos como a dor e a decepção, Auggie oferece a outra face, encarando seus dias com muita resiliência e tentando transpor as barreiras que lhe são impostas com lições de humildade e de amor.
É interessante também notar que Extraordinário não se resume somente às batalhas internas e diárias vividas por Auggie. O filme nos mostra que, quando uma família enfrenta uma enfermidade como a que Auggie possui, não é só a vida dele que é afetada, a de todos acaba sendo influenciada. Então, o núcleo familiar dos Pullman gira em torno de Auggie. Por isso mesmo, a decisão muito acertada de Stephen Chbosky de utilizar um recurso narrativo que nos permite enxergar os conflitos internos de boa parte das personagens – uma pena que esse recurso não tenha sido estendido para os pais dele.
Alguns irão acusar Extraordinário de ser um filme que tem a intenção proposital de manipular as emoções da plateia. Discordo disso. A verdade é que, na maneira como foi dirigido por Stephen Chbosky, o filme nos faz sentir muita empatia por tudo o que a família Pullman vive. Mesmo que não tenhamos tido uma experiência como a de Auggie, é impossível não se colocar no lugar dele diante de tudo que ele irá passar. Mesmo percorrendo caminhos que são previsíveis, Extraordinário nos conquista por completo, sendo um longa que emociona, comove e nos faz perceber que a beleza da vida está em enxergar as pessoas pelo que elas são – sem máscaras, sem primeiras impressões, sem influências de aparências. Sem dúvida, um filme obrigatório para todas as idades!
Extraordinário (Wonder, 2017)
Direção: Stephen Chbosky
Roteiro: Stephen Chbosky, Steve Conrad e Jack Thorne (com base no livro de autoria de R.J. Palacio)
Elenco: Jacob Tremblay, Owen Wilson, Izabela Vidovic, Julia Roberts, Noah Jupe, Bryce Gheisar, Elle McKinnon, Danielle Rose Russell, Nadji Jeter
É um filme genuinamente emocionante, também concordo que ele não manipula emoções de maneia gratuita. E é verdade, poderia ter o ponto de vista dos pais também, seria bom entender melhor o que passam, principalmente o pai, já que a mãe é contemplada ao falar do quando ela abdicou para cuidar do filho e que também acabou deixando de lado a filha.
Amanda, pois é. Eu fiquei esperando o ponto de vista dos pais e ele nunca apareceu. Acho que teria enriquecido, ainda mais, o filme.
Acho que foi o filme mais comentado do ano!
Cassiano, realmente, tem sido um filme muito bem comentado! Achei um filme lindo e com uma mensagem poderosa.
[…] 2017, dirigido por Andy Serkis) 08. Paterson (Paterson, 2016, dirigido por Jim Jarmusch) 09. Extraordinário (Wonder, 2017, dirigido por Stephen Chbosky) 10. Moana: Um Mar de Aventuras (Moana, 2017, dirigido […]
Filme lindo! E também não acho que seja manipulador, pelo contrário: a história é muita franca já em sua proposta inicial, quando coloca um garoto tão jovem já tento que lidar com a franqueza de um mundo pouco generoso. Beijo!
Matheus, exatamente! Perfeito seu comentário! Beijo!
Acho que é um dos melhores filmes que fizeram. Em 2017 houve estréias cinematográficas excelentes, mas o meu preferido foi a Extraordinário por que além de ter uma produção excelente, a história é linda. Jacob Tremblay esta impecável no filme, ele sempre surpreende com os seus papeis, é muito jovem pero talentoso, se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções. Adoro porque sua atuação não é forçada em absoluto. Suas expressões faciais, movimentos, a maneira como chora, ri, ama, tudo parece puramente genuíno. Terá um grande futuro como ator, recém o vi em Refém do Medo, é um dos melhores filmes de terror sendo sincera eu acho que a sua atuação é extraordinário. Também é um excelente filme, eu mais gosto é o terror psicológico.
Ana, gosto muito do Jacob Tremblay. Sem dúvida, apesar da pouca idade, é um talentoso ator. Não conheço o filme que você citou (“Refém do Medo”) e, apesar de não ser a maior fã de terror psicológico, caso tenha uma chance, tentarei conferir ao filme.
Esse é um dos filmes com a mensagem mais poderosa que já assisti. Eu chorei quase do início ao fim e sempre que leio algo sobre tenho vontade de chorar de novo… Hahaha.
As atuações são muito boas e o Jacob como sempre surpreende.
Não li o livro e, como sempre, quem leu diz que ele é melhor. Mas acredito que transformar livro em filme é muito desafiador e não cabe em 2 horas contar os detalhes do texto escrito. Mesmo assim, Extraordinário entrega a mensagem de forma eficiente e toca a todos os corações. É impossível sair da sessão sem refletir um pouco.
Geisa, eu também não li o livro, mas sempre parto da seguinte premissa: livro e filme são dois meios diferentes. A adaptação cinematográfica não deve somente transpor aquela narrativa para a grande tela, pelo contrário, deve transformar essa narrativa, a adaptando a um meio que tem uma linguagem completamente diferente da escrita. E eu também amo “Extraordinário”, um filme lindo e inspirador.
qual é a opiniao do autor nessa resenha?
Larissa, você pode ver a minha opinião no último parágrafo do texto.