Rocketman | Resenha Crítica
Cinebiografias de músicos costumam seguir uma receita que é quase infalível. Rocketman, filme dirigido por Dexter Fletcher, tenta justamente seguir uma trajetória oposta – e mais original -, ainda que apoiado em certos clichês. A decisão do diretor revela-se acertada, afinal o filme que retrata a história de Elton John, um artista inventivo e extravagante, não merecia uma linha narrativa convencional.
Claro que o filme não se abstém de mostrar a ascensão de Elton John, que começou como um aluno prodígio de piano na prestigiada Royal Academy of Music e se tornou uma lenda da música no início dos anos 70. Claro que o filme mostra as relações conflituosas – notadamente com o pai (Steven Mackintosh) e com o empresário e amante John Reid (Richard Madden) – que ele estabeleceu ao longo de sua vida. Claro que o filme mostra a sua grande parceria pessoal e profissional com o compositor Bernie Taupin (Jamie Bell). Claro que o filme mostra que, ao redor de Elton, existiam pessoas tóxicas e que, talvez, nunca realmente acreditaram no seu talento, como a sua mãe, Sheila (Bryce Dallas Howard). Claro que o filme mostra que, no meio de tanto desamor, existia o incentivo e apoio, por meio da figura de sua avó Ivy (Gemma Jones).
Entretanto, o aspecto inventivo de Rocketman vem justamente da solução que Dexter Fletcher encontrou para inserir as músicas de Elton John na história. Sim, em alguns momentos, você verá a apresentação de alguns clássicos de seu repertório no palco; mas, na maior parte das cenas, as suas canções são inseridas como se fossem um retrato de determinados momentos da vida do cantor.
Isso que faz de Rocketman um filme diferenciado dentro do gênero em que ele se encontra. O longa é vibrante e emocionante e encontra uma simbiose perfeita na excelente atuação de Taron Egerton como o protagonista. O ator deu a sua interpretação a todas as canções de Elton e seus vocais não deixam nada a desejar aos originais. A sua imersão no papel, com certeza, é um dos pontos altos da obra.
Rocketman (Rocketman, 2019)
Direção: Dexter Fletcher
Roteiro: Lee Hall
Elenco: Taron Egerton, Jamie Bell, Richard Madden, Bryce Dallas Howard, Gemma Jones, Steven Mackintosh, Charlie Rowe, Tate Donovan
Adorei! Acho que o rehab foi uma bela jogada para justificar o lado lúdico do filme. Taron Egerton vira um astro e mostra que é um ator de verdade. Elton deve estar orgulhoso.
Otávio, concordo plenamente com você.
Gostei da crítica! Se bem entendi, nossa vida pessoal tem uma trilha sonora. A de Elton, claro, tinha. Marcam fases da vida. Foi essa idéia que o diretor trabalhou? Preciso ver esse filme.
Parabéns pelo texto!
Eduardo, com certeza, a vida de todos nós tem uma trilha sonora. A de Elton, no caso, é adaptada para inserir as músicas de sua discografia, inserindo-as em momentos de sua vida. Foi justamente essa a ideia que o diretor trabalhou. Assista, sim, ao filme, caso possa. Muito obrigada pela visita e pelo comentário! 🙂
Confesso que fiquei surpreso com as qualidades desse filme.Taron Egerton ainda não havia me surpreendido(nem em “Kingsman”,nem em nenhum outro filme) e olha,tenho que admitir que o cara tem talento.”Rocketman” merece ser lembrado na próxima temporada de prêmios e quem sabe Taron Egerton não seja nomeado ao Oscar.
Paulo, acredito que “Rocketman” será lembrado na próxima temporada de prêmios, especialmente a atuação de Taron Egerton. Ele merece!
me parece uma agradável surpresa.
o diretor Dexter Fletcher havia me chamado a atenção com o divertido Voando Alto (Eddie The Eagle), que tinha o próprio Taron Egerton como ator principal. Vou tentar ver no cinema
knott, não assisti a esse ‘Voando Alto’, mas recomendo “Rocketman”. O filme é ótimo!
Sou fã de Elton John a ponto de ter quase todos seus CD’s. Ansioso para poder assistir esse filme.
Cassiano, espero que goste do filme, quando o assistir!
Como fã de Elton John posso afirmar que o filme é ok, mas confesso esperar um pouco mais. Faltou um show, faltou mostrar as mil nuances musicais que Elton John possui, passou na carreira pelo rock, balada, country, dance, e também fez amigos por todas as áreas.
Cassiano, eu, particularmente, gostei muito de “Rocketman”, especialmente da aproximação do filme com os elementos clássicos dos musicais, mas entendo seu comentário.