Toda a trama da animação Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica, dirigida e co-escrita por Dan Scanlon, tem como base o fato de que “o mundo, anos atrás, era cheio de maravilhas, de aventuras e de emoção. E, acima de tudo, tinha magia”. Com o tempo e os avanços que são naturais na humanidade, isso acabou se perdendo.

No dia de seu aniversário de 16 anos, o jovem Ian Lightfoot (dublado por Tom Holland, na versão original) está cheio de expectativas para o que ele considera ser o início do seu novo eu, de uma fase diferente na sua vida, em que ele ganhará a confiança em si mesmo para poder superar a timidez que o atrapalha tanto. Compreender o por quê Ian é assim é importante para o elemento principal desta trama – falta a ele a referência masculina, na medida em que seu pai faleceu antes dele nascer.

A grande surpresa vivida por Ian no dia de seu aniversário estará justamente relacionada à figura de seu pai. Por um desses elementos mágicos, que só o extraordinário sabe explicar, ele e o irmão Barley (dublado por Chris Pratt, na versão original) terão a oportunidade única de passar 24h ao lado do pai – aí está a jornada fantástica à qual a tradução do título faz referência.

As experiências que Ian e Barley viverão juntos, no decorrer do filme, servirão para mostrar a ambos que aquilo que eles achavam que faltava aos dois esteve sempre ao lado deles. O momento em que essa certeza ocorre é uma cena muito delicada e bonita e que representa muito daquilo que Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica quer nos passar.

Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica (Onward, 2020)
Direção: Dan Scanlon
Roteiro: Dan Scanlon, Jason Headley e Keith Bunin (com base na história original deles mesmos)
Com as vozes de: Tom Holland, Chris Pratt, Julia Louis-Dreyfus, Octavia Spencer, Kyle Bornheimer, Tracey Ullman, Wilmer Valderrama

Obs: Texto originalmente publicado no AnotaFilmes.