Hitchcock
Considerado o 14º melhor filme de todos os tempos pelo American Film Institute e indicado a 4 Oscars, “Psicose”, longa dirigido por Alfred Hitchcock, é considerado uma das maiores obras do gênero de suspense/horror. O primeiro filme de terror da carreira daquele que viria a ser conhecido como o Mestre do Suspense, “Psicose” foi o filme mais bem-sucedido (em termos de bilheteria) da carreira de Hitchcock. A produção de “Psicose” durou 30 dias. É justamente os seus bastidores o objeto principal do filme “Hitchcock”, do diretor Sacha Gervasi.
Apesar do roteiro escrito por John J. McLaughlin (com base no livro de autoria de Stephen Rebello) falar sobre as filmagens de um verdadeiro clássico do cinema, “Hitchcock”, na realidade, usa isso como pano de fundo para abordar aquele que é o verdadeiro assunto do filme: a personalidade do icônico – e genial – diretor inglês (Anthony Hopkins); a forma como ele se relacionava com seus colaboradores (notadamente, as atrizes, com quem ele estabelecia ligações um tanto complexas, que muitas vezes invadiam o espaço da vida privada delas) e com os figurões de Hollywood; e, principalmente, o seu casamento não-convencional com Alma Reville (Helen Mirren).
A ligação de Hitchcock com sua esposa Alma Reville merece a atenção especial da plateia no decorrer do longa. Colaboradora mais próxima do marido, ela contribuiu com a maior parte dos filmes do marido, muitas vezes sem receber o devido crédito por isso. “Hitchcock”, neste caso, vem para corrigir um grande erro, na medida em que mostra o papel importante que Alma exerceu durante, especialmente, a pós-produção de “Hitchcock” – com certeza, foram algumas de suas dicas que acabaram por transformar “Psicose” no grande sucesso que o longa foi.
Originalmente, ainda em 1960, Alfred Hitchcock decidiu fazer “Psicose”, pois estava cansado dos filmes com grandes orçamentos e muitas estrelas. Ele queria se dedicar a algo que fosse mais simples e que tivesse a influência da estética da televisão. De uma certa maneira, “Hitchcock” abraça muito também essa mesma linguagem, especialmente se percebermos que o longa tem uma cara enorme de telefilme – e, talvez, tivesse funcionado melhor se tivesse sido lançado diretamente neste formato. Com um trabalho incrível de maquiagem (Hopkins está irreconhecível como o diretor inglês) e de reconstituição de época, “Hitchcock” será uma obra que ficará mais conhecida por nos colocar mais próximo do método meticuloso de dirigir de um dos profissionais mais lendários da indústria cinematográfica e de um filme que, não só marcou uma época, como também um gênero.
Fiquei levemente desapontado com “Hitchcock”. Definitivamente, não é um filme ruim. No entanto, talvez receoso por lidar com um personagem como Alfred Hitchcock, Sacha Gervasi fez um filme muito correto e comprometido com o excesso de investimento em subtramas, como aquela que envolve os personagens de Helen Mirren e Danny Huston. De qualquer modo, o elenco é um espetáculo. O desempenho de Anthony Hopkins foi injustamente criticado, não merecia tal descaso.
Gostei do filme, considero o grande acerto o roteiro dar uma maior ênfase o lado pessoal de Hitchcock, como seu relacionamento com a esposa por exemplo, deixando o mito um pouco de lado.
Até mais
Alex, também fiquei levemente desapontada com “Hitchcock”. Eu esperava mais desse filme. Concordo que não é uma obra ruim, mas é um filme que nunca decola, que fica num território seguro sem ousar muito. Concordo com seu comentário sobre o excesso de subtramas e também concordo em relação ao elenco e à atuação do Anthony Hopkins, que parecia ser carta certa na award season passada e foi solenemente ignorado.
Hugo, achei o filme mediano, somente. E concordo que foi um ponto positivo dar ênfase ao lado pessoal de Hitchcock, com destaque para o seu casamento.
Esse filme é uma decepção sem fim. E nem do Anthony Hopkins gostei. Para mim, ele está completamente engessado com aquela maquiagem e passa o filme inteiro só fazendo biquinhos. O roteiro, então, é o pior de tudo. Chega a um certo ponto em que “Hitchcock” vira uma história sobre um homem paranóico com uma possível traição da mulher! O elenco merecia bem mais.
Matheus, concordo que o filme é uma decepção total. Concordo também que, de uma certa maneira, a atuação do Anthony Hopkins fica prejudicada pelo excesso de maquiagem. Acho que o problema do roteiro de “Hitchcock” é ficar se dedicando a essas subtramas sem propósito algum e que não têm nada a ver com o objeto principal do longa: os bastidores de “Psicose” e o método de trabalho de Hitchcock.
[…] um dos maiores clássicos do cinema em todos os tempos, Psicose, filme dirigido por Alfred Hitchcock, também foi um marco na carreira do Mestre do Suspense por um motivo bem diferente: foi uma das […]