Álbum de Família
À primeira vista pode não parecer, mas o nome “Álbum de Família” é perfeito para descrever o filme dirigido por John Wells. Um álbum de família nada mais é do que um objeto que reúne capturas de diversos momentos da vida familiar de alguém. Momentos estes que representam como foi a criação que aquela determinada pessoa teve e as origens que ela conheceu.
É justamente isso que veremos refletido em tela durante os 121 minutos de “Álbum de Família”. Mais precisamente a partir do momento em que a matriarca Violet (Meryl Streep) reúne suas três filhas Barbara (Julia Roberts), Ivy (Julianne Nicholson, excelente) e Karen (Juliette Lewis); devidamente acompanhadas de seus genros (Ewan McGregor e Dermot Mulroney) e da neta (Abigail Breslin) na casa da família localizada no estado de Oklahoma, após a morte do patriarca Beverly (Sam Shepard).
A chave para compreender o que acontece durante a reunião familiar, em que Violet começa a destilar uma série de “verdades” sobre cada uma de suas filhas, jogando uma gama de ressentimentos em cima da mesa, machucando tudo e todos e expondo as muitas rachaduras que envolvem aquele seio familiar está na própria personagem interpretada por Meryl Streep. Como alguém que não recebeu amor e que só foi maltratada poderá encontrar um espaço em seu coração para devolver um pouco de amor aos outros? Essa é a realidade cruel de Violet e a qual ela impôs às suas próprias filhas, que continuam o legado da mãe em seus próprios relacionamentos amorosos/familiares.
Dirigido por John Wells (conhecido pelos créditos em séries de TV como “E.R.”), tendo como base a aclamada peça teatral escrita por Tracy Letts, “Álbum de Família” encontra a força de seu material dramático nas situações criadas pelo roteiro. Em alguns momentos, diga-se a verdade, o filme soa como um grande dramalhão mexicano, pois o sofrimento imposto a essa família parece não ter limites ou fim. E é justamente esse cenário “exagerado” que permite também que notemos o grande destaque dessa obra: o seu elenco, simplesmente fenomenal – com ênfase nos trabalhos sensacionais de Meryl Streep e Julia Roberts – não foi à toa que ambas foram, merecidamente, indicadas ao Globo de Ouro, ao Screen Actors Guild Awards e ao Oscar 2014.
Indicações ao Oscar 2014
Melhor Atriz – Meryl Streep
Melhor Atriz Coadjuvante – Julia Roberts
Pois é, a história chegar a ser novelesca e bem exagerada em certos momentos, mas mesmo assim, achei o filme simplesmente fenomenal. O roteiro é bem estruturado e permite que todos tenham os seus momentos. Uma escolha acertada, que assim impede que o elenco seja desperdiçado. O ponto fraco do filme, ao meu ver, é a direção, que chegar a ser um pouco amadora às vezes. O destaque maior acaba sendo o ótimo conjunto de atores, principalmente Streep e Roberts. Acho que isso ajudou a cimentar meu amor pelo filme, já que geralmente, as performances do elenco são os maiores atrativos para mim dentro de um longa. Gostei bastante também dos créditos finais e da música do Kings of Leon.
Nota: 9,0
Abraços!
Gostei muito desse filme, e achei a sua crítica bem coerente. Só gostaria de dizer que muitos críticos têm diminuído o filme por julgar exagerado o drama nele investido, o que, na minha opinião, deixa de ser uma observação imparcial para se tornar um julgamento baseado em experiências pessoais. Eu, por exemplo, achei o filme um retrato frio, mas muito humano, da realidade de muitas famílias, como a minha, por exemplo. O bom é que mesmo quando a crítica julga o filme exagerado reconhece-se o valor dramático do roteiro e do trabalho dos atores que, realmente, fazem de Álbum de Família um grande filme.
realmente, não vi esse filme, mas o que me passa é ser um dramalhão de novela mexicana (q não faço ideia de como é pois nunca vi) onde o elenco de notáveis carrega nas costas. Pulo esse!
Clóvis, apesar desses detalhes, eu também gostei do filme. Não a ponto de o achar fenomenal, como você, mas o longa é, sim, satisfatório. Streep e Roberts dão um verdadeiro show em tela! As duas estão maravilhosas e são o ponto alto deste filme.
Juliana, obrigada! Pela visita e pelo comentário!
Cassiano, o elenco carrega, sim, o filme, mas preciso falar também dos méritos do roteiro, que é um tanto ácido, apesar dos dramalhões mexicanos.
Concordo em gênero, número, grau e dramalhão mexicano com vc. Filme de atores, em que o texto acaba escondido por alguns excessos. Mesmo assim, uma ótima experiência.
Bjs
Reinaldo, obrigada!
Gostei muito da Meryl Streep neste filme. Julia Roberts também. Só não perdoo a parte do “ele é seu irmão” de novela da Globo.
Bjs!
Otavio, também gostei muito do elenco, especialmente da Meryl e da Julia. Essa parte que você destaca foi o ápice do dramalhão mexicano que é esse filme!
Kamila, acho que, de certa forma, “Álbum de Família” é um filme um tanto injustiçado. Não vejo esse melodrama todo que tantos apontam e tampouco fiquei incomodado com o “exagero” da veia teatral proposta por John Wells. Roman Polanski fez Kate Winslet e Jodie Foster exagerarem até o infinito em “Deus da Carnificina” e todo mundo aplaudiu. Vai entender… Gosto bastante do roteiro, que lida de forma super balanceada com tantos personagens em cena – o que, para mim, é um feito raro, já que todos têm seus momentos em cena. De qualquer forma, entendo o teu ponto de vista e também acho que o elenco é um dos grandes destaques do filme!
Matheus, não acho que o filme tenha sido injustiçado. Acredito que o filme tem um lado melodramático, mas que não descamba para um lado negativo. Também não me incomodo com a veia teatral proposta por John Wells, até porque o texto de Tracy Letts exige isso. Todos, realmente, têm os seus momentos em cima.